História Do Cristianismo -
Teologia 32.104
DECADÊNCIA ESPIRITUAL
A maior parte do clero, sem
exceção dos bispos, vivia num estado de letargia espiritual e fraqueza viciosa;
na verdade, o bispo supremo, o papa de Roma, era quem praticava mais
iniqüidades. Desde o século IV para diante, os sucessores da cadeira de
"S. Pedro" eram os próprios que punham mais em evidência o
desenvolvimento da decadência da igreja e das suas vidas, como os seus
próprios historiadores as contam, e mostram como, infelizmente, eles iam
descendo para a grande apostasia. No ano 358, o papa Libério foi acusado de
prevaricação e heresia por Hilário, bispo de Poitiers, e oito anos mais tarde,
outro papa, de nome Damaso, incorreu no crime de assassínio, pois teve de
passar por cima dos cadáveres de 160 dos seus adversários para chegar até a
cadeira papal. Em 385 o papa
Siríaco impôs o celibato ao
clero, e estabeleceu este péssimo dogma por meio de um decreto, e daí proveio
a principal causa da imoralidade da Idade Média. Mais tarde ainda, o
pontificado de Zózimo tornou-se notável por causa do seu grande orgulho e
presunção; e os bispos da África referem-se a isso numa carta ao seu sucessor
Bonifácio em que dizem: "Esperamos, visto que foi do agrado de Deus elevar-vos
ao trono da igreja de Roma, não continuar a sentir os efeitos daquele orgulho e
arrogância mundanas que nunca se deviam encontrar na igreja de Cristo". A
eleição do próprio Bonifácio deu lugar a desordens tais que o poder civil teve
de intervir para manter a paz; e a sua conduta posterior prova bem que a carta
dos piedosos bispos foi bem depressa olvidada ou completamente desprezada.
Mas indicar a qüinquagésima
parte das irregularidades e monstruosidades que provinham do trono papal, seria
impossível. Podíamos encher páginas a descrever o caráter de homens que foram
colocados no trono sem eleição; de diáconos que foram elevados àquela
dignidade, preterindo-se assim piedosos presbíteros; de um papa que se distinguiu
pela sua avareza e pelo seu zelo em oprimir os pobres; de um leigo que,
aspirando aquele elevado cargo, foi feito diácono, prior e bispo em poucas horas,
para lhe permitir satisfazer a sua ambição, sendo, contudo, expulso do seu
lugar por um monge lombardo, o qual, por sua vez, foi logo suplantado por um
rival mais forte.
Os bispos em muitos casos não
eram em nada melhores do que os papas. Em lugar de olharem pelo rebanho de
Deus, eram notáveis pela sua avareza, que muitas vezes os levava a cometer os
maiores excessos de crueldade e extorsão. Os padres eram muito culpados a este
respeito, e Gregório, o Grande, acusa-os de se apoderarem dos bens dos outros,
e de ridicularizarem aqueles que procediam de um modo humilde e casto. Mesmo
quando entre eles existia algum zelo religioso, era geralmente numa causa
inútil; e freqüentemente se levantavam questões fúteis, até que o espírito de
polêmica ficava bastante irritado. Assim a questão da tonsura clerical foi, por
algum tempo, motivo de contenda em muitos pontos, e especialmente os
missionários célticos e italianos divergiam a esse respeito. Um dos partidos,
seguindo as igrejas do Oriente, rapava a frente da cabeça em forma de
crescente; o outro, o italiano, rapava a coroa redonda. Este último modo
prevaleceu, e no princípio do século VIII os monges de lona consentiram em
receber a tonsura latina, e por esta submissão tornaram-se escravos
voluntários de Roma.
Este estado de coisas era na
verdade triste, mas ainda havia de se tornar mais triste: e apenas estamos
agora no princípio da época das trevas, ou Idade Média.
Que o Santo Espirito do Senhor, ilumine
o nosso entendimento
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