História De Israel – Teologia 31.211
CAPÍTULO 10
HERODES FALA COM TODA GENEROSIDADE A AUGUSTO E CONQUISTA A
SUA AMIZADE. ACOMPANHA-O AO EGITO E O RECEBE EM PTOLEMAIDA COM TÃO
EXTRAORDINÁRIA MAGNIFICÊNCIA QUE GRANJEIA A ESTIMA DE TODOS OS ROMANOS.
649. Depois que Herodes providenciou tudo, embarcou para
Rodes, onde foi procurar Augusto. Compareceu à sua presença com todos os
ornamentos da dignidade real, exceto a coroa, e jamais demonstrou maior coragem
na maneira de falar. Pois, em vez de usar de rogos e amáveis desculpas, para
induzir o rei a perdoá-lo, como se faz ordinariamente em tão grande golpe da
fortuna, prestou-lhe contas de seu proceder sem demonstrar o mínimo temor.
Confessou que nada podia acrescentar ao afeto que nutrira por Antônio; que
contribuíra com todas as suas posses para conservar o império do mundo em seu
poder; que se não estivesse ocupado com os árabes, teria unido as suas armas às
dele; que esse motivo o impedira, mas ainda assim lhe enviara trigo e dinheiro;
que desejaria ter feito muito mais, empregando não somente os seus bens, mas a
sua vida por um amigo e benfeitor, como sempre fora Antônio para ele; que, pelo
menos, não poderiam acusá-lo de ter abandonado Antônio na batalha de Accio, nem
de que a mudança de sorte o tivesse feito mudar de idéia, para abraçar outros
interesses e abrir caminho a novas esperanças.
Ele acrescentou: "Quando me vi sem condições de
ajudá-lo com as minhas tropas e com a minha pessoa, dei-lhe um conselho que
teria impedido a sua ruína se ele o tivesse seguido: matar Cleópatra,
apoderar-se do seu reino e poder assim fazer convosco uma paz muito vantajosa.
Ele desprezou esse conselho e contribuiu assim para o aumento de vossa fortuna,
em vez de conservar a dele. O vosso ódio por ele vos faz condenar o meu afeto.
Eu, porém, não deixarei de confessá-lo e nada me impedirá de proclamar em alta
voz quão grande era a minha paixão por seus interesses e por sua pessoa. Mas se
quiserdes, sem considerar o que se passou entre mim e ele, experimentar que
amigo eu sou e o meu reconhecimento para com os meus benfeitores, podeis fazer
a prova: bastará mudarmos os nomes, e haverá sempre a mesma amizade, digna dos
mesmos louvores".
Herodes, ao pronunciar essas palavras, manifestara tanta
coragem que Augusto, extremamente generoso, ficou muito impressionado, pois
aquele rei dos judeus não somente evitou o perigo que o ameaçava como também
conquistou o seu afeto com aquela maneira tão nobre de se justificar e
defender. Permitiu-lhe então que retomasse a coroa e exortou-o a ser tão amigo
seu quanto o fora de Antônio. Tratou-o honrosamente, manifestando também a sua
gratidão por ter ele ajudado Lépido parente vários príncipes. Para dar-lhe uma
prova de sua amizade, confirmou-o na posse do reino por um decreto do senado.
Herodes, cumulado de tantos favores, que sobrepujavam em muito as suas
esperanças, acompanhou Augusto ao Egito e deu a ele e aos seus adjuntos
magníficos presentes, que iam mesmo além de suas posses. Pediu a Augusto com
muita insis-tência graça para Alexandre, que havia sido amigo de Antônio, mas
não pôde obtê-la, pois Augusto jurara não concedê-la.
650. A volta de
Herodes à Judéia com um novo acréscimo de honra e de autoridade causou grande
admiração a todos os que esperavam o contrário. E eles só podiam considerar tal
fato uma prova da proteção de Deus sobre ele, que escapava com rara felicidade
de todos os perigos que o ameaçavam e ainda tornava a sua vida mais brilhante e
mais ilustre.
651. Quando Augusto passou da Síria ao Egito, Herodes não se
contentou em recebê-lo com incrível magnificência em Ptolemaida, mas forneceu a
todo o exército víveres em abundância. Essa generosa maneira de agir
conquistou-lhe tanta familiaridade perante o imperador que este, quando
marchava a cavalo pelo campo, o fazia ficar ao seu lado. Herodes escolheu cento
e cinqüenta dentre aqueles em quem mais confiava para servir Augusto e os seus
amigos com toda a suntuosidade e gentileza. Se o exército era obrigado a passar
por lugares estéreis, onde não havia água, a sua previdência nada lhes deixava
faltar, mas fazia com que tivessem até mesmo vinho. Deu ainda a Augusto
oitocentos talentos, e os romanos ficaram muito satisfeitos com ele, a ponto de
afirmar que a grandeza de sua alma o elevava muito acima de sua coroa.
O fato de ele haver assim tratado, nessa ocasião, os homens
mais ilustres do império, quando estes voltavam do Egito, incutiram tão grande
estima no espírito de Augusto e dos romanos que eles não se cansavam de
louvá-lo e de dizer que nenhum outro príncipe o superava em magnificência e em
liberalidade.
Que o Santo Espirito do Senhor, ilumine
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