História De Israel – Teologia 31.219
CAPÍTULO 4
OS JUDEUS DAJÔNIA QUEIXAM-SE A AGRIPA, NA PRESENÇA DE
HERODES, DE QUE OS GREGOS OS ESTÃO PREJUDICANDO EM SEUS PRIVILÉGIOS.
685. Apenas Agripa e Herodes chegaram à Jônia, um grande
número de judeus moradores daquela província vieram queixar-se de que, com
prejuízo dos privilégios a eles conferidos pelos romanos e da liberdade que
estes lhes haviam concedido para viver segundo as suas próprias leis, estavam
sendo obrigados a comparecer nos dias de festas diante dos juizes. Eram também
obrigados a ir à guerra e forçados a contribuir para as despesas públicas. Isso
os impedia de enviar a Jerusalém o dinheiro destinado às cerimônias sagradas.
Herodes não quis perder essa ocasião de ajudar os judeus. E escolheu um amigo,
de nome Nicolau, para defender a causa. Agripa então reuniu os principais
romanos que estavam com ele, alguns reis e vários príncipes.
Esse amigo de Herodes assim falou: "Grande e generoso
Agripa. Não é de se admirar que pessoas oprimidas recorram àqueles cuja
autoridade possa aliviá-los dos males que sofrem. E não duvidamos de que
obteremos o que vos iremos pedir, pois não desejamos outra coisa senão sermos
mantidos na mesma condição em que vos dignastes permitir-nos viver, mas da qual
os nossos inimigos se esforçam por nos privar, embora não se possam opor à
vossa vontade, sendo-vos tão sujeitos quanto nós. Que motivos eles podem ter?
Se é grande a graça que nos fizestes, é porque nos julgastes dignos de
recebê-la. E, se é pequena, ser-vos-ia vergonhoso não permitir que as desfrutem
os que a receberam de vossa liberalidade. Assim, é evidente que a injúria que
eles nos fazem recai sobre vós, pois desprezam o vosso desejo e tornam inúteis
os vossos benefícios. Se lhes for perguntado o que preferem: perder a vida ou
ser impedidos de observar as leis de seu país e as suas festas, cerimônias e
sacrifícios, acaso não responderão que é preferível sofrer qualquer castigo a
privar-se de todas essas coisas? Que guerras não empreenderão para se manter na
posse de um bem tão precioso e tão caro a todas as nações? E, que há de mais
doce, na paz que se desfruta sob o Império Romano, senão a liberdade de viver
segundo as leis do próprio país? Mas esses bárbaros querem impor aos outros um
jugo que não podem suportar, como se houvesse menos impiedade em nos impedir
prestarmos a Deus o culto ao qual a nossa religião nos obriga que em faltarem
eles mesmos aos deveres aos quais a sua os mantém sujeitos. E outra razão
torna-os ainda mais inexcusáveis. Existe cidade ou povo, que, a menos que tenha
perdido o juízo, não considere uma grande felici-dade viver sob a dominação de
tão poderoso império como o romano e queira dele ser privado? Pois é isso o que
fazem os nossos inimigos quan-do se esforçam por nos privar do bem que
recebemos de vossa bondade. Eles estão também renunciando ao direito de
usufruir os benefícios de que vos são devedores e de que não podem assaz
estimar. Pois, se considerarmos as outras nações, quase todas obedecem a reis e
vivem numa feliz tranqüilidade, sob a proteção dos imperadores, não se julgando
súditos, mas pessoas livres. E, por maior que seja a nossa felicidade em
desfrutar a tranqüilidade que encontramos sob o vosso domínio, eles não têm o
direito de a invejar, quando a única coisa que pedimos é não sermos perturbados
no exercício de nossa religião. Pode-se com justiça no-lo recusar quando há
vantagem em no-lo conceder? Porque Deus não somente honra aqueles que lhe
prestam honra, mas também aqueles que permitem que elas sejam prestadas.
Porventura existe em todas as nossas leis e costumes algo que se possa com
razão criticar ou que não seja, ao contrário, pleno de justiça e de piedade? As
nossas leis são tão puras e santas que não tememos que sejam conhecidas em todo
o mundo. Empregamos o sétimo dia, que para nós é dia de descanso, em estudá-las
e em aprendê-las e experimentamos o quanto são úteis para corrigir defeitos e
nos levar à virtude. E, ainda que não fossem tão louváveis em si mesmas, não
deveria a sua antigüidade, que alguns ousam vãmente contestar, torná-las ainda
mais veneráveis, já que não se poderia sem impiedade abandonar leis consagradas
pela aprovação de tantos séculos? Muitos motivos temos nós, portanto, de nos
queixarmos daqueles que praticam contra nós tão grande injustiça, pois roubam,
por um horrível sacrilégio, o dinheiro que ofertamos para ser empregado no
serviço de Deus, fazem sobre nós imposições de que estamos isentos e nos
obrigam, nos dias de nossas festas, a comparecer perante os juizes para tratar
de negócios temporais, e isso somente para nos impedir o exercício de nossa
religião. E nisso são tão injustos quanto conscientes de que não lhes damos
nenhum motivo para que nos odeiem e não podem ignorar que a eqüidade de vosso
governo tem por único objetivo unir os vossos súditos e impedir tudo o que
possa vir a alterar-lhes a união. Livrai-nos, pois, senhor, de tal opressão,
por vossa autoridade, fazendo com que não nos impeçam mais a observância de
nossas leis e que aqueles que nos odeiam não tenham mais poder sobre nós, assim
como não pretendemos dominar sobre eles. O que pedimos é justo, pois se trata
da execução dó que já nos foi concedido, como se pode ver ainda hoje nos muitos
decretos do senado, gravados sobre as tábuas de cobre do Capitólio. Não se pode
também duvidar de que a nos-sa afeição e fidelidade ao povo romano não tenham
sido causa de tantas demonstrações que ele nos deu de sua amizade. E, mesmo que
não tivés-semos merecido esses privilégios, seria suficiente dizer que eles nos
foram concedidos uma vez a fim de serem para sempre invioláveis, pois a vossa
maneira de agir para com todas as outras nações é tão generosa que, em vez de
diminuir os vossos benefícios, sentis prazer em aumentá-los além das esperanças
dos que já vos são reconhecidos. Os favores que recebemos do Império Romano são
tão numerosos que eu seria demasiado prolixo se os fosse enumerar. Para que não
pareça que o meu testemunho acerca do nosso acatamento ao povo romano e de
nossas benemerências seja pura vaidade e sem fundamento, não citarei os séculos
passados. Contentar-me-ei em falar-vos«,do rei que agora nos governa e que vejo
sentado junto de vós. Que demonstrações não vos deu ele de sua grande afeição?
Que provas não recebestes de sua fidelidade? Que honras não vos prestou?
Tivestes necessidade de algum auxílio que ele não tenha sido o primeiro a vo-lo
conceder? Poderieis então recusar, diante de tantos méritos, o favor que vos
pedimos? E, poderia eu passar em silêncio os grandes serviços de Antípatro, seu
pai? Quem não sabe que ele, quando César estava empenhado na guerra contra o
Egito, levou a esse rei dois mil homens e que nenhum outro obteve maior glória
que ele pelo seu valor em todos os combates de terra e mar ou serviu mais
proveitosamente ao império? Não precisamos de outra prova. Bastam os presentes
que César lhe fez e as cartas que escreveu ao senado, plenas da estima e do
afeto que lhe devotava, obtendo assim para ele grandes honras e a qualidade de
cidadão romano. Seja essa única prova suficiente para mostrar que merecemos
essas graças e que assim não temos razão para temer que recuseis confirmá-las.
Esperamos mesmo que as aumenteis, pois vemos a amizade que dedicais ao nosso
rei e sabemos das honras que prestastes a Deus em Jerusalém com os vossos
sacrifícios e com os banquetes que oferecestes ao povo, da bondade com a qual
recebestes deles presentes e do prazer que demonstrastes pela maneira como o
nosso rei vos recebeu em seu reino e na sua capital. Que mais se poderia
desejar, pois, para não haver dúvida de que sereis levados a reverenciar a
nossa nação? Depois de tantas considerações, não temos como recear que venhais
a permitir que a malícia de nossos inimigos nos impeça fruir os favores que
recebemos de vossa generosidade".
Nicolau assim falou pelos judeus, e nenhum dos gregos o
contradisse, porque não era um assunto tratado diante dos juizes, mas uma intercessão
que pretendia fazer cessar uma injustiça que sofriam. Os inimigos de nossa
nação outra coisa não puderam alegar contra nós senão que éramos estrangeiros e
que estávamos sob os seus cuidados. A isso os judeus responderam que não deviam
passar por estrangeiros, pois eram cidadãos que viviam segundo as leis de seu
país, sem fazer injustiça a ninguém.
Que o Santo Espirito do Senhor, ilumine
o nosso entendimento
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