História De Israel – Teologia 31.250
CAPÍTULO 3
MORTE DE SALOMÉ, IRMÃ DO REI HERODES, O GRANDE. MORTE DE
AUGUSTO.
TIBÉRIO SUCEDE-O NO GOVERNO DO IMPÉRIO. HERODES, O TETRARCA,
CONSTRÓI EM HONRA DE TIBÉRIO A CIDADE DE TIBERÍADES.
AGITAÇÕES
ENTRE OS PARTOS E NA ARMÊNIA. OUTRAS PERTURBAÇÕES NO REINO
DE
COMAGENA. GERMÂNICO É ENVIADO DE ROMA AO ORIENTE PARA
CONSOLIDAR ALI A AUTORIDADE DO IMPÉRIO, E É ENVENENADO POR
PISÃO.
761. Depois que
Cirênio vendeu os bens confiscados a Arquelau e terminou o inventário, que se
realizou trinta e sete anos depois da batalha de Áccio, ganha por Augusto
contra Antônio, os judeus se rebelaram contra Joazar, sumo sacerdote, e ele
tirou-lhe o cargo e deu-o Anano, filho de Sete.
762. Vimos como
Herodes e Filipe foram mantidos por Augusto nas tetrarquias que o rei Herodes,
o Grande, seu pai, lhes deixou em seu testamento. Esses dois príncipes tudo
fizeram para se estabelecer o mais vantajosamente possível. Herodes cercou
Seforis com muralhas, tornou-a a principal e a mais forte de todas as praças da
Galileia. Fortificou também a cidade de Betaranfta e a chamou de Julíada, em
honra à imperatriz. Filipe, por sua vez, embelezou muito Paneada, que está
perto da nascente do Jordão, e a chamou Cesaréia. Aumentou também de tal modo a
aldeia de Betsaida, situada às margens do lago de Genesaré, que se poderia
tomá-la por uma cidade. Povoou-a, enriqueceu-a e a chamou Julíada, em honra a
Júlia, filha de Augusto.
763. Copônio
governava a Judéia, quando chegou o dia da festa dos Pães Asmos, a que chamamos
Páscoa. Os sacerdotes, segundo o costume, abriram as portas do Templo à
meia-noite. Então, alguns samaritanos entraram secretamente em Jerusalém e
espalharam ossos de homens mortos pelas galerias e em todo o resto do Templo, o
que fez os sacerdotes serem mais cuidadosos para o futuro.
764. Pouco depois, Copônio voltou a Roma. Foi substituído
por Marco Ambívio no governo da Judéia. Ao mesmo tempo, morreu Salomé, irmã do
rei Herodes, o Grande. Ela deixou à Júlia,* além de sua toparquia, Jamnia,
Fazaélida, situada no campo, e Arquelaide, onde havia uma imensa plantação de
palmeiras que produziam excelentes frutos.
_____________________
* Esposa de Augusto.
765. Anio Rufo
sucedeu a Ambívio, e foi durante o seu governo que morreu César Augusto, na
idade de setenta e sete anos. Esse príncipe, que foi o segundo imperador dos
romanos, reinou cinqüenta e sete anos, seis meses e dois dias, incluindo-se os
quatorze anos que reinou com Antônio.
766. Tibério Nero,
filho de Lívia, sua mulher, substituiu-o no império e enviou Valério Grato à
Judéia como sucessor de Rufo, tornando-se aquele o seu quinto governador. Ele
tirou o sumo sacerdócio a Anano e deu-o a Ismael, filho de Fabo. Mas logo
depois Ismael foi deposto, e em seu lugar foi colocado Eleazar, filho de Anano.
Um ano depois, depuseram também a este, que foi substituído por Simão, filho de
Camite. Ele também só ocupou o cargo durante um ano, sendo obrigado a
resigná-lo em favor de José, cognominado Caifás. Grato, após ter durante onze
anos governado a Judéia, voltou a Roma, e Pôncio Pilatos sucedeu-o.
767. Herodes, o
tetrarca, conquistara as boas graças do imperador Tibério. Construiu uma cidade
à qual, por causa dele, deu o nome de Tiberíades. Escolheu para esse fim um dos
territórios mais férteis de toda a Galiléia, que está à beira do lago de
Genesaré e muito próximo das águas quentes de Emaús. Povoou essa nova cidade em
parte com estrangeiros e em parte com galileus, alguns dos quais foram
obrigados a se estabelecer ali, mas alguns nobres para ela se dirigiram de boa
vontade.
Esse príncipe tinha tanto desejo de tornar a cidade bem
povoada que recebeu até mesmo pessoas de baixa condição, provenientes de todas
as partes, e dentre as quais algumas tinham a aparência de escravos.
Concedeu-lhes grandes privilégios e fez benefícios a muitos, dando terras a uns
e casas a outros, para obrigá-los a não se afastar dali, como de fato havia
motivo para temer, se não o fizesse, porque o lugar onde a cidade se situa está
cheio de sepulcros, o que é tão contrário às nossas leis que passa por impuro
durante sete dias aquele que tiver de permanecer em semelhante lugar.
768. Nesse mesmo
tempo, Fraate, rei dos partos, foi morto à traição por Fraatace, seu filho, do
modo que vou narrar: Fraate tinha vários filhos legítimos, mas ficou
perdidamente enamorado de uma criada italiana, que o imperador lhe havia
mandado, entre outros presentes, e que era na verdade muito formosa.
Considerou-a de início uma concubina, mas a paixão crescia sempre e, como já
tivera com ela um filho — Fraatace —, desposou-a. Ela era poderosa e tinha
ascendência sobre o espírito dele, e por isso concebeu a idéia de entregar o
império dos partos nas mãos do filho. Mas os seus esforços só teriam efeito se
os filhos legítimos de Fraate fossem afastados. Ela então o persuadiu a enviá-los
como reféns a Roma. O soberano, que nada lhe podia recusar, atendeu-a.
Assim, Fraatace ficou sozinho com ela. Esse detestável filho
tinha grande desejo de reinar e, não esperando nem mesmo a morte do pai, mandou
matá-lo, a conselho de sua mãe, com a qual, sabia-se, ele vivia de maneira
abominável. O horror causado por esse parricídio e pelo incesto atraiu sobre
ele um ódio geral, e ele foi expulso, morrendo antes de assumir a sua criminosa
dominação.
A nobreza então julgava que o Estado só se poderia manter
sob o governo de um rei e que esse rei deveria ser da família dos arsácidas.
Considerando a família de Fraate conspurcada pela horrível impudicícia daquela
italiana, escolheram Herodes, que era de sangue real, para elevá-lo ao trono e
enviou embaixadores a ele. Mas esse príncipe era tão colérico, tão cruel e de
tão difícil acesso que o povo não pôde tolerá-lo. Conspiraram contra ele. Como
os partos tinham o costume de levar consigo espadas, ele foi morto num banquete
ou, como outros dizem, numa caçada.
Assim, os partos, não tendo mais reis, mandaram pedir em
Roma que um dos filhos de Fraate reinasse sobre eles. Os príncipe estavam então
sob custódia em Roma, e deram-lhe Vonono, que foi preferido aos irmão porque o
julgaram, por consentimento unânime dos dois grandes impérios, mais digno que
os outros de ser elevado àquele alto grau de honra. Mas como esses bárbaros são
naturalmente inconstantes e insolentes, os principais dentre eles se
arrependeram bem depressa de sua escolha e disseram que não queriam mais
obedecer a um escravo (chamavam assim o príncipe porque ele fora entregue como
refém aos romanos). Alegavam também que ele chegara à condição de rei não pelo
direito da guerra, mas em tempo de paz.
Depois dessa revolta, mandaram oferecer a coroa a Artabano,
rei dos medos, que também era da família dos arsácidas. Ele a aceitou com
alegria e veio com um grande exército. Mas como somente a nobreza tomava parte
nesses acontecimentos, Vonono, ao qual o povo continuava fiel, venceu Artabano
numa batalha e obrigou-o a fugir para os montes da Média. Artabano reuniu
depois novas forças e travou uma segunda batalha, na qual Vonono foi vencido e
fugiu com os seus homens para a Armênia. Artabano, após promover grande
carnificina entre os partos, avançou até Ctesifon e ficou assim senhor de todo
o reino.
Quanto a Vonono, logo que chegou à Armênia concebeu a idéia
de se tornar rei. Para esse fim, enviou embaixadores a Roma, porém Tibério, que
o desprezava e não queria ofender os partos, os quais ameaçavam declarar guerra
ao império, recusou-se a ajudá-lo. Assim, sem esperanças e sem nada conseguir
dos romanos, vendo que o mais poderoso povo da Armênia (que habitava as
cercanias de Nifate) abraçara o partido de Artabano, foi ter com Silano,
governador da Síria, que o recebeu em consideração por ele ter sido outrora
educado em Roma. Artabano, não encontrando mais resistência, constituiu Orodé,
seu filho, rei da Armênia.
769. Antíoco, rei de Comagena, morreu naquela mesma época.
Surgiu então uma grande divergência entre a nobreza e o povo. A nobreza queria
que o reino fosse reduzido a província, e o povo exigia o contrário, querendo
ser governado por um rei, como antes. Para resolver esse caso, Germânico, por
um decreto do senado, foi enviado ao Oriente. Parece que o destino preparou
essa ocasião para destruir o ilustre príncipe. Após organizar com habilidade
todos os negócios, como era de se desejar, ele foi envenenado por Pisão, como
veremos mais adiante.
Que o Santo Espirito do Senhor, ilumine
o nosso entendimento
Não perca tempo, Indique esta maravilhosa
Leitura
Custo:O Leitor não paga Nada,
Você APENAS DIVULGA
E COMPARTILHA
.
0 Comentários :
Postar um comentário
Deus abençoe seu Comentario