História De Israel – Teologia 31.246
CAPÍTULO 14
SOBRE UM IMPOSTOR QUE SE DIZIA SER ALEXANDRE, FILHO DE
HERODES. AUGUSTO DESCOBRE A FRAUDE E O MANDA PARA A PRISÃO.
755. Nesse mesmo tempo, quando Augusto terminava a
distribuição dos bens deixados por Herodes em seu testamento, um judeu, educado
em Sidom, em casa de um liberto de um cidadão romano, tentou apoderar-se do
trono, pela semelhança que tinha, com Alexandre, que o rei Herodes, seu pai,
tinha feito morrer; essa semelhança era tanta, que aqueles que haviam'conhecido
o jovem príncipe estavam persuadidos de que era ele mesmo. Para poder enganar,
ele serviu-se de um homem de sua tribo, que tinha um conhecimento particular de
tudo o que se havia passado na família real e que não sendo menos astuto do que
mau, era muito capaz de suscitar aquela perturbação. Assim, ajudado por ele,
apresentou-se como Alexandre, que um daqueles aos quais Herodes havia
encarregado de matar, bem como a Aristóbulo, seu irmão, os tinha salvo e havia
posto outros em seu lugar. Esse homem, ensoberbecido pelas esperanças com que
se iludia, tentou enganar aos outros, como enganava a si mesmo. Foi a Creta,
persuadiu ali todos os judeus com os quais falou, tirou-lhes dinheiro e depois passou
à ilha de Meios, onde acreditando que ele era sangue real, deram-lhe ainda
muita atenção. Ele imaginou então mais do que nunca que poderia conseguir o seu
desejo; prometeu recompensar aos que o ajudassem, e, acompanhado por eles,
determinou ir a Roma. Quando pôs o pé em terra, em Puteolos, todos os judeus
que lá viviam e particularmente os que Herodes havia beneficiado, apressaram-se
e ir visitá-lo e já o consideravam como seu rei, de que não há motivo de se
admirar, pois os homens facilmente acreditam nas coisas que lhes são
agradáveis, e era difícil não se ser enganado por tão perfeita semelhança.
Mesmo os que tinham vivido familiarmente com Alexandre, duvidavam muito pouco
de que não fosse ele mesmo e não temiam afirmá-lo com juramento. Quando esta notícia
se divulgou por Roma, todos os judeus que lá moravam, em grande número, foram
dar graças a Deus, pela felicidade inesperada, ante esse impostor, e suas
aclamações, misturadas com os votos que faziam pela sua prosperidade,
demonstravam qual o seu respeito pela grandeza de sua origem, da parte da
rainha Mariana, de quem julgavam que ele era filho. Encontraram-no numa
liteira, com um soberbo séquito, porque os judeus dos lugares por onde ele
passava, nada poupavam para suas despesas. Embora tivessem falado a Augusto
desse pretenso rei do judeus, ele não quis acreditar, porque conhecia muito bem
a habilidade de Herodes, para crer que ele se tivesse deixado enganar num
assunto tão importante. No entanto, como não queria dizer de todo que não era
verdade, ordenou a um de seus libertos de nome Celado que conhecia Alexandre
muito bem e Aristóbulo, seu irmão, que lhe trouxesse aquele homem. Ele foi
procurá-lo e deixou-se enganar, como os demais. Mas Augusto não se iludiu,
porque a todos sobrepujava em inteligência e, aquela semelhança, embora
perfeita, não impediu que ele notasse alguma diferença, observando atentamente
o impostor, quer, porque o trabalho lhe produzira calos nas mãos, pois sempre
antes ele vivera em condição humilde, quer porque nele não se via aquela graça,
que a nobreza do sangue e a educação dão aos que são criados com esmero e muito
cuidado. Assim, não duvidando de que o mestre e o discípulo agiam de acordo
para enganar a todos, ele perguntou àquele falso Alexandre, que havia
acontecido ao seu irmão Aristóbulo e porque ele não viera, como ele, pedir para
ser tratado segundo o que tinham motivo de pretender. Ele respondeu-lhe que
tinha ficado na ilha de Chipre, para não se expor ao perigo do mar, a fim de
que, se ele morresse, ficasse pelo menos um dos filhos de Mariana. Tendo falado
assim, tão ousadamente, o companheiro, que era o autor do embuste, confirmou o
que ele acabava de dizer. Mas Augusto, chamou à parte este moço e disse-lhe:
"Contanto que não continueis a procurar enganar-me, como aos demais, eu
vos prometo como recompensa salvar-vos a vida. Dizei-me, portanto, quem sois e
quem vos pôs na idéia uma proeza tão arriscada, pois, um objetivo tão grande e
tão ousado, está acima de vossa idade." Estas palavras do imperador
espantaram de tal modo aquele miserável, que ele confessou toda a comédia e
disse-lhe quem a tinha imaginado e de que modo tinha sido executada. Augusto,
para manter o que tinha prometido, contentou-se de mandá-lo à prisão, nas
galeras, para o que ele servia muito bem, pois era forte e robusto, e mandou
prender o outro que o havia induzido à falcatrua. Quanto aos judeus da Ilha de
Meios, ficaram quietos pelo dinheiro que lhes haviam dado e empregado tão mal
para honrar a esse falso Alexandre e um fim tão vergonhoso foi digno de tão
temerária empresa.
Que o Santo Espirito do Senhor, ilumine
o nosso entendimento
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