História De Israel – Teologia 31.238
CAPÍTULO 6
HERODES DESCOBRE A CONSPIRAÇÃO FEITA POR ANTÍPATRO, SEU
FILHO, PARA
ENVENENÁ-LO.
731. Dois traconítidas, libertos de Feroras, aos quais muito
ele estimava, foram depois de sua morte procurar Herodes, para rogar-lhe que
não a deixasse impune, mas fizesse uma cuidadosa indagação, para descobrir quem
lhe era o causador e o culpado. Herodes escutou-os atentamente e mostrou
acreditar em suas palavras; eles disseram-lhe que seu amo tinha ceado em casa
de sua mulher, no dia em que a doença se manifestou, pois tinha-lhe dado veneno,
misturando com certa bebida, que, apenas ele sorveu, sentiu-se mal; esse veneno
tinha sido levado por uma mulher árabe, que dissera não ter ele outro efeito,
que despertar o amor, embora fosse, ao contrário, um poderoso veneno; entre
aquelas mulheres árabes, que são grandes envenenadoras, principalmente a que
era acusada, tinha grande familiaridade com a mulher que Silleu mantinha. A mãe
e a irmã da mulher de Feroras, tinham ido procurar essa mulher, para
comprar-lhe aquele veneno e haviam-no trazido no dia anterior, ao em que
fizeram Feroras beber aquele líquido mortal. Esta comunicação despertou tão
grande cólera em Herodes, que ele mandou torturar as mulheres, tanto escravas
como livres, da mãe e da irmã da mulher de Feroras. Nada elas confessaram; uma
delas, porém, por fim, vencida pela violência das dores, disse que rogava a
Deus que a mãe de Antípatro sofresse os mesmos tormentos, pois ela era causa
dos que todas sofriam. Esta confissão fez Herodes empregar indagações ainda
mais cuidadosas, para descobrir a verdade. Tanto fez atormentar aquelas
mulheres, que soube delas tudo o que se havia passado: as refeições, as
reuniões secretas, e as coisas mesmo que ele havia dito somente a Antipatro e
que Antipatro tinha confiado àquelas mulheres. Elas acrescentaram que ele lhes
havia dado cem talentos, para não falarem a Feroras, das obras que ele tinha
recebido do rei, seu pai; que tinha por ele um grande ódio, que ele se queixava
freqüentemente à sua mãe, por ele viver tanto tempo, pois ele mesmo estava ficando
velho, e herdaria tão tarde a coroa, que muito mal poderia dela gozar; que seu
pai tinha outros filhos e netos, que ele não podia mesmo esperar ter o reino
com plena segurança; e se ele viesse a faltar, não seria seu filho, mas um de
seus irmãos, que Herodes teria destinado para sucedê-lo. Essas mulheres
disseram também que ele falava freqüentemente da crueldade de Herodes, dizendo
que ele não tinha poupado nem mesmo seus próprios filhos, e que aquilo o fizera
ir a Roma, e Feroras retirar-se à sua tetrarquia. Como todas essas coisas se
referiam aos avisos que Herodes tinha recebido de Salomé, ele não pôs
dificuldade em prestar-lhes inteira fé. Prendeu Doris, mãe de Antipatro, como
culpada de ter tido parte nessa conjuração, tirou-lhe todas as jóias e pedras
preciosas de grandíssimo valor, que lhe havia dado e a expulsou do palácio.
Quanto às outras mulheres que eram da família de Herodes, acalmou-se e não as
castigou porque confessaram tudo. Nada, porém, o irritou tanto contra
Antipatro, como o que ele soube de um samaritano, seu intendente, que também se
chamava Antipatro. Esse homem confessou, entre outras coisas, à tortura, que
seu amo havia entregado a Feroras um veneno mortal, para dá-lo de presente ao
rei, em sua ausência, a fim de que não o pudessem acusar. Que aquele veneno
tinha sido trazido do Egito por AntiFílon, amigo de Antipatro, e que Teudiom,
seu tio, irmão de Doris, sua mãe, tinha trazido a Feroras, que o havia confiado
à sua mulher, para guardá-lo. Herodes mandou imediatamente interrogar a viúva
de Feroras, sobre estas informações. Ela confessou que tinha o veneno e correu,
como para ir buscá-lo. Mas em vez trazê-lo ela atirou-se de uma janela alta, de
uma galeria do palácio; no entanto, não morreu, porque caiu de pé. Depois de
ter voltado a si, o rei prometeu perdoá-la, e a toda família, contanto que lhe
declarasse a verdade; e ameaçou-a, ao contrário, fazê-la sofrer toda sorte de
tormentos se se obstinasse em ocultar-lhe o que sabia. Ela protestou com
juramento que nada lhe esconderia, e a persuasão comum foi que ela procedeu
sinceramente: "AntiFílon", disse ela, "Majestade, trouxe este
veneno do Egito, onde ele foi preparado por seu irmão, que é médico; Antipatro,
filho de vossa majestade, comprou para dele se servir contra vossa majestade e
Teudiom levou-oa Feroras, que me deu para guardá-lo. Meu marido, depois,
caiudoente, ficou tão comovido com a afeição que vossa majestade lhe
demonstrava, vindo vê-lo, que me mandou chamar e me disse: Minha esposa, eu me
deixei enganar por Antípatro, quando ele me confiou seu desígnio, de envenenar
seu pai. Mas agora que eu vejo que o rei nada diminui no afeto fraterno, que
sempre me demonstrou e como se aproxima o fim de minha vida, não quero levar
para o outro mundo a alma manchada pelo crime de ter tomado parte numa
conspiração, de fazer morrer o rei, meu irmão. Por isso rogo-te que queimes
esse veneno, na minha presença. Assim ele me falou e eu fui logo buscar o
veneno e o queimei na sua presença, com exceção de uma pequena parte, que eu
guardei pra me servir dele se depois de sua morte vossa majestade me quisesse
tratar com o mesmo rigor." Dizendo isso mostrou a Herodes o resto do
veneno e a caixa na qual estava guardado. O irmão de AntiFílon e sua mãe
confessaram, ante os tormen-tos, a mesma coisa e reconheceram a caixa. Acusaram
também uma das mulheres do rei, filha do sumo sacerdote, de ter tomado parte
nesta conspiração, mas ela nada confessou. Herodes repudiou-a, riscou do seu
testamento a Herodes, o filho que dela tivera e que tinha citado como seu
sucessor ao trono, no caso de Antípatro morrer antes dele, tirou o sumo
sacerdócio de Simão, seu pai e seu sogro e confiou Matias, filho de TeóFílon.
No entanto, Batilo, liberto de Antípatro, veio de Roma e o
submeteram ao interrogatório com torturas; ele confessou que tinha levado
veneno para entregá-lo à mãe de Antípatro e a Feroras, a fim de que, se o
primeiro que se desse ao rei não surtisse efeito, ministrassem-lhe o segundo.
Entregaram ao mesmo tempo a Herodes umas cartas que seus amigos, que estavam em
Roma, lhe haviam escrito a pedido de Antípatro, que os havia ganho por grandes
presentes. Essas cartas diziam quer Arquelau e Filipe, seus filhos, acusavam-no
freqüentemente da morte de Alexandre e de Aristóbulo, seus irmãos; de que eles
mostravam estar sensivelmente tristes e que eles julgavam que não os mandariam
voltar de Roma para a Judéia, para tratá-los como os outros haviam sido
tratados. Antípatro, por seu lado, escreveu ao rei sobre seu assunto, como para
desculpá-los, dizendo que se devia perdoar à sua mocidade e durante sua
permanência junto de Augusto, ele continuou sempre a trabalhar para ganhar o
afeto dos mais ilustres da sua corte, aos quais deu presentes, para mais de
duzentos talentos. A esse respeito parece que há motivo de se admirar, de que
durante sete meses em que ele ficou em Roma, nada soubesse do que se passava na
judéia. Mas além de se guardarem cuidadosamente todas as passagens para impedir
que ele pudesse saber notícias, o ódio que lhe votavam era tão grande, que não
havia ninguém que quisesse se arriscar por amor dele.
Que o Santo Espirito do Senhor, ilumine
o nosso entendimento
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