História De Israel – Teologia 31.335
CAPÍTULO 32
MANAHEM TORNA-SE CHEFE DOS REVOLTOSOS, CONTINUA O CERCO DO
PALÁCIO E OS SITIA; ELES SÃO OBRIGADOS A SE RETIRAR ÀS TORRES REAIS.
MANAHEM, QUE SE FAZIA DE REI, É EXECUTADO EM PÚBLICO; OS QUE
HAVIAM FORMADO UM PARTIDO CONTRA ELE CONTINUAM O CERCO,
TOMAM AQUELAS TORRES, QUE SE RENDEM E FALTAM À PALAVRA AOS
ROMANOS, MATAM-NOS A TODOS, COM EXCEÇÃO DO SEU CHEFE.
204. Entretanto Manahem — filho de Judas, galileu, o grande sofista que desde o tempo de Cirênio censurava os judeus, que em vez de obedecer a Deus somente, eram tão covardes que reconheciam o domínio dos romanos — com o auxílio de algumas pessoas ilustres, tomou à força Massada, onde estava o arsenal de Herodes e depois de ter armado um grande número de homens, que nada tinham a perder, e ladrões, que se uniram a eles, dos quais se servia como de guardas, voltou a Jerusalém, fazendo-se rei; tornou-se chefe da revolta e ordenou que continuassem o cerco do palácio.
Não possuindo máquinas e não podendo forçar as muralhas por causa dos dardos que se lhes atiravam, tiveram de recorrer a uma mina; começaram a trabalhar de longe e quando já a haviam trazido até o pé de uma das torres, moveram-lhes os alicerces e os sustentaram com pedaços de madeira à qual puseram fogo, antes de se retirarem. Depois que o fogo se apagou, a torre caiu. Mas os sitiados, prevendo o que estava para acontecer, reconstruíram-na com a máxima rapidez, o que surpreendeu os sitiantes e os deteve. Os sitiados pediram então a Manahem e aos outros chefes dos revoltosos para se retirar com segu-rança, o que eles concederam somente às tropas do rei Agripa e aos judeus.
Dessa forma os romanos ficaram sozinhos em grande consternação, porque, de um lado, não podiam resistir a tão grande número de inimigos, e eles julgavam, por outro, que lhes seria vergonhoso tratar com revoltosos, além de que, quando mesmo a isso se resolvessem, não poderiam confiar em sua palavra. Nessa conjuntura extrema tomaram a deliberação de abandonar o lugar onde estavam, chamado Estratopedom, porque teriam podido facilmente serem forçados a fazê-lo e retirarem-se às torres reais, uma das quais tinha o nome de Hípicos, a outra, de Fazael e a terceira, de Mariana. Os revoltosos ocuparam logo todos os lugares abandonados pelos romanos, mataram os que lá encontraram, saquearam tudo e incendiaram Estratopedom. Isso aconteceu no sexto dia de setembro.
205. No dia seguinte, o sumo sacerdote, que se tinha escondido no esgoto do palácio, foi preso e morto pelos revoltosos com Ezequias, seu irmão; depois, eles sitiaram as torres, a fim de que nenhum dos romanos pudesse escapar.
206. A morte desse sumo sacerdote e tantos lugares fortificados conquistados tornaram Manahem tão orgulhoso e insolente que julgando não haver ninguém melhor do que ele para governar, tornou-se um tirano intolerável. Eleazar e alguns outros reuniram-se e disseram que depois de se terem revoltado contra os romanos, para reconquistar sua liberdade, ser-lhes-ia vergonhoso receber como senhor um homem de sua própria nação, que embora não fosse tão violento como Floro, era-lhe tão inferior; e se tivessem de obedecer a alguém ele seria o último a quem deveriam escolher para governá-los. Resolveram em seguida abolir essa nova dominação e foram ao Templo onde Manahem, vestido como rei, acompanhado de vários soldados, tinha entrado com grande pompa para adorar a Deus. Atiraram-se sobre ele, tomando pedras para matá-lo, julgando que sua morte restituiria a calma à cidade. Os que acompanhavam Manahem fizeram a princípio alguma resistência, mas quando viram todo o povo avançar contra ele, fugiram. Muitos destes foram mortos, e aprisionados os que estavam escondidos. Uns fugiram para Massada, dentre os quais Eleazar, parente de Manahem, que por meio dessa praça exerceu depois um governo tirânico. Quanto a Manahem, foi encontrado num lugar chamado Oflas, onde se tinha ocultado; retiraram-no de lá e o executaram em público, depois de tê-lo feito sofrer tor-mentos horríveis. Trataram do mesmo modo os principais ministros do seu governo e particularmente Absalão.
207. O povo continuava a favorecer o partido que tinha feito morrer Manahem, na esperança, como disse, de ver a agitação acalmar-se. Mas os que o haviam formado não tinham outra intenção que acender cada vez mais o fogo da guerra, a fim de poder com mais liberdade exercer a violência; embora o povo lhes pedisse para não oprimir mais os romanos, eles continuaram a sitiá-los com mais ardor ainda, e obrigaram Metílio a pedir a Eleazar para se entregar, com a condição de apenas salvar a vida. Ele lhe concedeu e mandou Goriom, filho de Nicodemos, Ananias, filho de Saduceu e Judas, filho de Jônatas, para prometer-lhe com juramento. Metílio saiu em seguida com suas tropas. Enquanto elas tinham armas, os revoltosos nada tentaram contra eles; mas quando, depois da rendição, eles as deixaram e se retiraram sem de nada desconfiar, massacraram-nos; não resistiram elas, e nem lhes rogaram o não fizessem, a contentar-se de gritar que haviam violado o ajuste com um infame perjúrio e Metílio foi o único que não foi morto, porque não somente o pediu, mas também para salvar a vida, prometeu mesmo fazer-se circuncidar.
208. Embora essa perda não fosse considerável para os romanos, que tinham um número tão grande de tropas, era fácil julgar que ela seria a ruína e o cativeiro dos judeus. Os que achavam inevitável entrar na guerra — porque Jerusalém, manchada por um tão grande crime, Deus não a deixaria impune, quando mesmo os romanos não se tivessem vingado por isso — deploravam publicamente sua desdita; toda a cidade estava amargurada e triste; os mais sensatos e ajuizados não estavam menos aflitos do que se fossem culpados das faltas dos amotinados. A carnificina foi tanto mais horrível, quanto sucedeu em dia de sábado, no qual nossa religião obriga a nos abstermos de qualquer obra, mesmo santa.
Que o Santo Espirito do Senhor, ilumine
o nosso entendimento
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