Livro De Apocalipse - Teologia 35.26
Os
Escritos de Pedro, Paulo e João
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O escritor do livro de Revelação é o apóstolo
João. Há muitas evidências que suportam essa afirmação; entretanto, nós não as
discutiremos aqui. Mas, há uma coisa que devemos reconhecer sobre o caráter dos
escritos de João. No que diferem os escritos de João dos escritos de Paulo e de
Pedro? Nós sabemos que Pedro e Paulo foram escolhidos pelo Senhor para
estabelecer a Igreja. Nos seus Evangelhos e Epístolas, João raramente toca a
verdade da Igreja; e mesmo assim, na primeira e segunda divisões do livro de
Revelação, nós descobrimos que o Senhor ordenou-o que escrevesse a sete igrejas
locais. Para que possamos entender a condição e o estado da igreja como é
revelada nos três primeiros capítulos de Revelação, nós precisamos examinar
cuidadosamente as diferenças e o relacionamento entre os escritos de João e os
escritos de Pedro e de Paulo.
É evidente nas
Escrituras que Pedro é um ministro para a Circuncisão, enquanto que Paulo é um
ministro para a Incircuncisão. Pedro e os onze apóstolos vivem em Jerusalém e
fazem a obra do Senhor, reunindo as ovelhas perdidas da casa de Israel para
formar a Igreja. Paulo é chamado pelo Senhor e recebe revelação sobre a verdade
da Igreja, chamando as nações (Col. 1:24) para Cristo através da pregação do
evangelho. Ele é aquele que lança o fundamento. A obra de Pedro é mais restrita
aos Judeus; ele nos leva a começar nossa peregrinação celestial para a herança
(perdida) de Israel reservada para nós nos céus. A obra de Paulo é amplamente
estendida aos Gentios; ele nos mostra nossa posição e nossa posse celestial
A obra de João,
entretanto, é um tanto diferente. Ele não ensina verdades dispensacionais.
O ano de 70 DC – quando
Jerusalém foi destruída – é um tempo transicional para a verdade transicional.
A Igreja Judia, formada no dia de Pentecostes, chegou ao seu fim (na verdade,
já havia acabado; isso foi apenas tornado público naquela ocasião). As verdades
de Cristo e do judaísmo não estão totalmente separadas. Os cristãos devem agora
sair do campo do judaísmo. A Igreja que Pedro estabelecera entre os judeus
faliu; Cristo não mais governa sobre ela.
Assim como isso se
tornou a verdade entre os judeus, também é verdade entre os gentios: as igrejas
que o Senhor, usando Paulo, estabelecera entre as nações, também caíram, de
sorte que elas não podem mais herdar a herança perdida de Israel: “Cada um cuida
do que é seu”, Paulo escreveu, “não das coisas de Jesus Cristo” (Fil. 2:21).;
“Todos os que estão na Ásia [inclusive a Igreja em Éfeso] me abandonaram” (II
Tim. 1:15). Aqueles que melhor conheciam a verdade da Igreja eram incapazes de
permanecerem firmes na fé! De fato, a apostasia já começou e o mistério da
iniqüidade também tem germinado.
As obras de Pedro e de
Paulo sofrem mudança dispensacional, mas a obra de João transcende a estrutura
dispensacional. Ele mostra o Senhor Jesus como a vida eterna; e a vida eterna,
como nós sabemos, não pode ser mudada. Embora as dispensações e os eventos
humanos possam mudar, a vida eterna encontrada no Senhor Jesus e naqueles que
crêem nunca muda. Embora a igreja possa ser vomitada da boca do Senhor, o
próprio Senhor permanece o mesmo. A obra de João se segue à de Pedro e de
Paulo, e isso supre a falta deles. João reúne, ao mesmo tempo, a primeira e a
última vinda de Cristo, e a sua obra cobre a duração. Ele prega a pessoa de
Cristo e a vida eterna. Apesar do fato de que, exteriormente, a dispensação
tenha sido corrompida, a vida eterna permanece sem mudanças. Isso nós vemos nos
dois últimos capítulos do evangelho de João. O capítulo 20 representa aquilo
que acontecerá desde a ressurreição de Cristo até à Sua aceitação pelo povo
judeu que restar no último dia. Tomé, olhando para o Salvador perfurado, serve
como um tipo disso. E o capítulo 21 tipifica a assembléia e o reino milenar. No
final o capítulo 21, nos soa mostradas as obras específicas designadas para
João e Pedro (a verdade da Igreja que foi pregada por Paulo é totalmente
celestial, por isso não é mencionada aqui). O rebanho de Cristo, assim como o
de Israel, é designado para Pedro, mas ele morrerá antes de João, e assim sua
obra não é permanente, mas tem um fim. Mais tarde, de fato, a obra de Pedro é
terminada, a Igreja da Circuncisão é deixada sem um pastor, e não muito tempo
depois, Jerusalém é destruída. Assim, essa obra chega a um completo fim. Mas,
então, nós podemos relembrar que Pedro pergunta ao Senhor sobre a obra de João.
É um tanto espantoso que o nosso Senhor não menciona a morte de João, mas
apenas chama Pedro para que O siga (para morrer e para completar a obra). Ele
dá a entender, entretanto, que a obra de João continuará até o Seu retorno.
Embora o próprio João vá morrer, a sua obra não morre. Seus escritos
continuarão a ter impacto até a segunda vinda do Senhor. Portanto, é
extremamente importante que nós compreendamos as obras destes três apóstolos. A
obra de João atravessa as duas vindas de Cristo. Agora nós podemos ver a
verdade da Igreja. Pedro nos fala da falha da Igreja Judia; e Paulo, da falha
da Igreja Gentia. João, não sendo nem ministro para Circuncisão, nem para
Incircuncisão, não recebeu verdades dispensacionais; e, assim, ele não faz menção
a respeito das mudanças na Igreja Judia ou na Igreja Gentia. O que ele registra
no livro de Apocalipse é, em vez disso, a real condição das igrejas naquele
tempo. Ele não traça a história da Igreja até o seu estado atual; ele meramente
reporta as várias condições das igrejas em estado de falência e também os
pertinentes julgamentos do Senhor pronunciados sobre elas. Após haverem acabado
as obras de Pedro e de Paulo, João dá continuidade às suas obras: ele
simplesmente narra a condição falida das igrejas de seu tempo. As igrejas sobre
as quais João escreve, com exceção de Rev. 22:17, são um tanto diferentes
daquelas sobre que Paulo escreveu. O testemunho de João é ver cada assembléia
local por si só. Alguns candeeiros correm o risco de serem removidos. As igrejas
que ele vê estão perto ou já passaram há muito tempo da queda e são agora
julgadas por Cristo. A Igreja falhou! Os gentios, que pela fé foram enxertados
na oliveira, não permanecem na misericórdia de Deus. Paulo ensina muito da
verdade da Igreja è Igreja em Éfeso, mas agora ela tem deixado seu primeiro
amor e o seu candeeiro em breve será removido. Assim como Israel foi cortado
fora por Deus, a Igreja também será cortada fora. Assim como Deus fora
anteriormente paciente com Israel, também Ele é paciente para com a Igreja
hoje. Porém, a Igreja, como Israel, não é apta para testemunhar de Deus no
mundo. A Igreja já está corrompida e derrotada, não importa o quanto possa ser
esticada a dispensação; no tempo em que “Revelação” foi escrito, Deus já estava
pelo menos começando a ficar insatisfeito com a sua Igreja. Ele está prestes a
fazer mis uma renúncia. Por isso, o Espírito Santo expressa, por um lado, a
insatisfação de Deus com a Sua Igreja e, por outro lado, Cristo obtendo o
reino. Doravante o reino será o objetivo. O Senhor usa as sete igrejas
existentes naqueles dias para representar a Igreja, a fim de deixar que as
pessoas saibam que Ele está insatisfeito com ela e que o fim está próximo.
Mesmo que o senhor atrasasse mais ainda a Sua vinda, essas sete igrejas locais
em suas condições atuais seriam suficientes para representar e delinear toda a
história externa da Igreja na terra. E, fazendo isso, o Senhor revela que o fim
é chegado e que Ele pode retornar a qualquer hora. Isso é a sabedoria do espírito
santo! E, como o senhor de fato retarda a Sua vinda, o segundo e o terceiro
capítulos de Apocalipse podem servir (e de fato servem) de desfecho para as
condições de toda a Igreja, do tempo de João até o dia anterior à vinda do
senhor.
Nós devemos reconhecer o
fato de que durante de Pedro e Paulo, a Igreja já havia caído. Tal conhecimento
nos ajudará no entendimento dos ensinos a respeito da Igreja encontrados nos
três primeiros capítulos de Apocalipse. Em vistas da falência da Igreja, nós
devemos ver aqui que Cristo não está agindo como um pastor intercessor, mas age
como um pastor juiz. Nós somos, então, instruídos que não há uma Igreja
perfeita; e, dessa forma, nós podemos ser libertos da alimentar qualquer
esperança a respeito da igreja. Nós vamos, então, saber qual é o tipo de
atitude que devemos tomar com relação á Igreja. “Seja Deus verdadeiro, e todo
homem mentiroso” (|Rom. 3:4)
Comparando a Terceira
Divisão do Livro de “Revelação” Com Outras Profecias Bíblicas
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Nós acabamos de apontar o
relacionamento da condição da Igreja – como revelada nos primeiros três
capítulos do livro de Apocalipse – com os outros ensinamentos da Igreja.
Nós agora devemos considerar a próxima divisão do livro. A
terceira divisão do livro de Apocalipse começa no capítulo 4 e continua até o
fim. Uma vez que começa depois do período da Igreja, é profética
O princípio da interpretação da Escritura com a Escritura é de
grande importância. A falha de muitos comentadores no sentido de manejar
acuradamente a palavra de Deus pode ser atribuída à violação deste importante
princípio. “Sabendo isto primeiro,” observou Pedro. Qualquer brecha neste
princípio inevitavelmente causará confusão. Quão fácil seria se pudéssemos
interpretar particularmente. A dificuldade criada na interpretação da Escritura
está no fato de que uma correta interpretação requer que uma passagem
particular concorde com o testemunho de toda a Bíblia. Conseqüentemente,
devemos estudar as passagens que estão diante de nós por meio da comparação
delas com outras porções das Escrituras, para que aquilo que alcançarmos não
sejam imaginações especulativas, mas interpretações acuradas e
bem-fundamentadas.
Que o Santo Espirito do Senhor, ilumine
o nosso entendimento
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