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15 de janeiro de 2022

Livros Históricos - Teologia 36.02 INTRODUÇÃO O Pentateuco registra o nascimento do povo de Deus. Essa narrativa continua na segunda parte do Cânon, conhecida como "Livros Históricos".

Livros Históricos - Teologia 36.

             

INTRODUÇÃO 

O Pentateuco registra o nascimento do povo de Deus. Essa narrativa continua na segunda parte do Cânon, conhecida como "Livros Históricos". Esses livros são   importantes em primeiro lugar por causa de seu conteúdo histórico. Eles cobrem um período de tempo de pelo menos oitocentos anos da conquista de Josué   até o Império Persa onde viveu Ester. 

Os Livros Históricos   começam descrevendo a conquista da terra prometida (Josué).   Então, essa parte da Bíblia continua com o relato do período antes de Israel ter reis, quando os juízes  governavam o povo (Juízes, Rute). Eles também cobrem o período da monarquia. O reino unido de Saul, Davi e Salomão acabou sendo dividido em Israel, ao norte, e Judá, ao sul (1-2 Sm, 1-2 Rs). Crônicas,   Esdras e Neemias contam a história de uma perspectiva teológica posterior e continuam a narração   até o período de restauração pós-exílio. Ester ilustra o papel do povo de Deus sob o domínio persa. 

Além de seu valor histórico,   esses livros também são   importantes por aquilo que ensinam teologicamente. Eles descrevem a história de Israel, mas são   mais que uma simples história ou um mero registro de fatos históricos. Eles são   a palavra de Deus nos dias de hoje para os cristãos. A igreja sempre afirmou o valor desses livros "para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça" (2Tm 3.16). Lemos esses livros por motivos que vão além do seu valor histórico. Eles traçam a história do relacionamento de Deus com sua nação, revelando seu amor fiel e imutável por seu povo, mesmo quando eles quebraram a aliança.   Esses são   acontecimentos importantes dos quais devemos tirar lições   e não apenas ouvir falar. 

Conteúdo dos Livros Históricos. O livro de Josué foi escrito para mostrar o valor insuperável   da obediência. Ele cria um retrato do sucesso de Israel na conquista da terra prometida, destacando a importância do comprometimento total com a palavra de Deus e dependência de seu poder. Apesar de haver alguns exemplos de desobediência, de um modo geral, o livro de Josué não contrasta a obediência com a desobediência como fazem os livros de Reis. 

Juízes, por outro lado, relata o estado quase irremediável de Israel depois da conquista. A nação foi vítima de transigência  religiosa. Israel parecia incapaz de manter períodos prolongados de obediência à vontade de Deus e parecia condenada ao fracasso. Períodos temporários de obediência traziam paz e sucesso, mas sempre de novo a nação   caía  em pecado. O livro de Juízes foi escrito para justificar a necessidade de um rei para Israel. 

O livro de Rute está inserido depois do livro de Juízes, pois os acontecimentos nele relatados ocorreram durante o mesmo período. Esse pequeno livro ilustra o cuidado soberano de Deus por indivíduos fiéis   que viviam em um tempo de apostasia religiosa. Deus usou a fidelidade de uma única família para realizar um milagre e dar a Israel seu maior rei, Davi. 

Os livros de Samuel traçam a história do início da monarquia em Israel. Samuel foi um profeta e juiz que liderou Israel na transição do governo dos juízes  para a monarquia. Os livros contam a história dos dois primeiros reis: Saul e Davi. O segundo livro de Samuel dedica-se especialmente a descrever os principais acontecimentos do reinado de Davi. 

Os livros de Reis contam em detalhes a história da monarquia de Salomão   até a queda de Jerusalém. Eles contrastam a obediência e a desobediência para ilustrar os resultados de ambas. A princípio,  tudo corria bem para Salomão. Mas quando ele deixou de ser fiel a Iavé, o resultado foi um reino dividido, Israel ao norte e Judá ao sul. Segundo Bill Arnold (2001, p. 158), "Israel, ao norte, foi apóstata desde o início e foi tomada pelos assírios  em 722 a.C. Judá variava entre reis maus e uns poucos bons, até que a maldade de um rei foi grande demais. Nabucodonosor com seu poderoso exército babilônio tomou Jerusalém em 587 a.C." 

Os demais Livros Históricos   são do período pós-exílio. Os livros de Crônicas constituem o primeiro comentário das Escrituras. Esses livros relatam as histórias de Davi, Salomão e do reino de Judá, histórias já conhecidas dos livros de Samuel e Reis. Mas o cronista não estava simplesmente relembrando notícias antigas. Ele ressaltou a obra de Deus em meio ao seu povo por meio da linhagem de Davi. Ele desejava seguir uma linha reta de fé e salvação, sem os desvios dos fracassos do passado. Seus leitores no exílio sabiam muito bem a história do colapso moral e da derrota de sua nação. Sua geração precisava ser lembrada das vitórias   da herança de Israel como meio de dar-Ihes esperança para o futuro. 

Os livros de Esdras e Neemias, que provavelmente foram escritos como uma só obra, apresentam os acontecimentos da restauração, na metade do século 5º a.C. Sob o governo persa, os judeus que viviam na Babilônia receberam permissão para voltar para sua terra natal e reconstruí-Ia. A liderança capaz de Esdras e Neemias, juntamente a certos profetas que eram ativos naquela época, ajudou o povo de Israel a reconstruir o templo e os muros de Jerusalém. Além de descrever essas estruturas físicas, esses livros também   relatam a reconstrução   das fundações   sociais e religiosas do povo de Deus. 

O pequeno e fascinante livro de Ester demonstra o cuidado soberano de Deus e a proteção dele sobre seu povo, mesmo quando eles estavam vivendo no exílio persa. O livro  é um conto histórico sobre a rainha Ester e seu primo Mordecai. Ao contrário de qualquer outro livro bíblico, Ester mostra que mesmo quando Deus está em silêncio, ele está trabalhando para cumprir suas promessas para o seu povo. 

O papel da História na Bíblia. Vimos no Pentateuco que Israel era uma nação   singular entre seus vizinhos no antigo Oriente Próximo   pela ênfase que dava à História. Deus criou o tempo e o espaço e, conseqüentemente,   é   soberano sobre a História da humanidade. Não   é de se surpreender, portanto, que uma grande partes dos escritos sagrados de Israel fossem narrativas históricas. 

A maior parte das expressões religiosas do antigo Oriente Próximo era mitológica. Os povos antigos geralmente expressavam suas convicções teológicas e visão   de mundo por meio de mitos complexos, nos quais os eventos ocorriam fora da história. A maioria dos livros de religiões do mundo são   coleções de literatura de sabedoria e AFORISMOS religiosos. Mas Israel via sua própria História como palco para a revelação divina. A palavra de Deus para o mundo é, em grande parte, uma narrativa de seu relacionamento com uma nação e seu plano para estabelecer um relacionamento com toda a humanidade. 

Heródoto, o pai da História? Pelo fato da História ser o principal meio da revelação   de Deus, Israel foi a primeira nação a dar atenção   para o registro da História. Segundo Bill Arnold (2001, p. 59), "HERÓDOTO, um historiador grego do século 5º a.C., recebeu o título de 'Pai da História' por seu registro histórico das guerras gregas e persas". Mas cem anos antes de Heródoto, a Bíblia tinha uma História de Israel contendo muitas das características que consideramos História nos dias de hoje: relações de causa e efeito, narração contínua, desenvolvimento completo de caracterização e assim por diante. 

O Cânon judaico e o Cânon cristão. A História  é importante tanto para o Cânon judaico quanto para o cristão. O Cânon cristão separa e agrupa todos os livros que são   predominantemente de natureza histórica. Esses Livros Históricos narram a História de Israel de um ponto de vista religioso. O Cânon judaico chama Josué, Juízes, Samuel e Reis de "Profetas Anteriores". De que forma esta pode ser uma designação   apropriada para esses livros? Qual  é a relação   entre esses livros e profecias? 

A resposta para essas questões encontra-se em um entendimento correto tanto do significado de profecia quanto de História. A princípio, profecia não diz respeito apenas ao futuro, mas preocupa-se com a obediência dentro do tempo e do espaço, aqui

e agora. A profecia olha para as alianças do passado e interpreta seu significado para o presente bem como para o futuro. Ela faz uso da História para amarrar o passado ao presente. Nossos Livros Históricos   receberam uma designação   apropriada no Cânon judaico como "Profetas Anteriores", pois eles narram a reação do povo à aliança ao longo da História. Esses livros apresentam a História de Israel de um ponto de vista profético. A tradição   judaica atribui a profetas a autoria de outros livros (Samuel como autor de Juízes e Jeremias como autor de 1Reis). 

Apesar da falta de evidências para tais conclusões,   não deixa de haver certa lógica, tendo em vista a devoção   ao papel profético encontrada nesses livros. Eles são   "Profetas Anteriores", pois relatam a história antiga da profecia e escrevem sobre a História nacional à luz dos interesses teológicos e proféticos. Josué,   Juízes, Samuel e Reis são tão   apropriados como "Profetas Anteriores" no Cânon judaico como o são   com a designação de Livros Históricos   no Cânon cristão. 

História e teologia. A Bíblia é   mais que um livro de História. Ela sem dúvida relata a História de uma perspectiva religiosa. 

Não   há tentativas de se fazer o que hoje poderíamos chamar de História moderna objetiva. Os escritores estão escrevendo o que os estudiosos chamam de Heilsgeschichte, ou História da salvação. Essa designação   distingue a História bíblica da História geral, que normalmente lida com uma seqüência de acontecimentos humanos na esfera natural. Os acontecimentos da História da salvação são   revelações divinas sobrenaturais no tempo e no espaço, registradas nas Escrituras para promover a fé. 

O registro dessa História da salvação  é importante para a fé bíblica. Os acontecimentos em si não podem ser recriados e estudados em primeira mão, apenas o registro desses acontecimentos. Assim, a fé deve estudar os acontecimentos por meio do registro escrito. A fé bíblica, portanto, pressupõe a historicidade dos acontecimentos que revelam a História da salvação. A Bíblia aceita como sendo verdadeiros os acontecimentos históricos   nos quais se baseiam as revelações. Ela também afirma a veracidade da interpretação desses acontecimentos, que a Bíblia apresenta na forma escrita. A forma escrita em si torna-se, então, uma importante evidência histórica. (KLASSEN, 2001, p. 160). 

Os autores bíblicos freqüentemente apelam para acontecimentos com a finalidade de validar suas afirmações teológicas e partem  do  pressuposto  que  os  acontecimentos  descritos  são   historicamente  precisos.  A  veracidade  factual  daqueles acontecimentos históricos   torna possível aceitar como verdadeiras as afirmações teológicas da Bíblia. A historicidade não

prova que a teologia é   verdadeira. Mas a confiabilidade histórica  é necessária para que as afirmações teológicas sejam verdadeiras, pois elas são   baseadas em acontecimentos da História. 

Podemos afirmar, por exemplo, que cremos que o Senhor do Antigo Testamento  é um Deus cheio de graça   e amor e que manteve a aliança com seu povo. Segundo Bill Arnold (2001, p. 159), "essa    é uma afirmação   teológica.   Mas a menos que Iavé tenha  de  fato  realizado  e  mantido  uma  aliança  com  o  povo  de  Israel,  a  afirmação   teológica  não  tem  fundamento, independente de sua plausibilidade. Se a História não for verdadeira, é   mera especulação humana". 

A fé que a Bíblia define e expressa é   explicitamente uma fé histórica. Ela está enraizada e baseada na historicidade de certos acontecimentos passados. Historicidade  é um ingrediente necessário   para a fé bíblica, apesar de, por si só, não ser uma base correta para a fé. No Antigo Testamento, a fé  é definida em termos de acontecimentos passados, assim como também   o  é no Novo Testamento, onde a fé  é baseada na ressurreição   (1Co 15.12-19). 

 

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