História Da Igreja - Teologia
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CÂNON XIX
‐ Decreta‐se que os
Paulianistas que vieram se acolher na Igreja Católica sejam, de qualquer modo,
rebatizados. Se alguns deles, que no passado foram listados em seu Clero , forem
considerados sem culpa e sem reprovação, devem ser rebatizados e ordenados pelo
bispo da Igreja Católica. Mas se o exame descobrir que são indignos, devem ser
depostos. Semelhantemente, a mesma medida deve ser tomada no caso de suas
diaconisas, e, de modo geral, daqueles que foram listados em seu Clero. Chamamos
diaconisas aquelas que tomaram o hábito mas que devem ser colocadas apenas
entre os leigos, uma
vez que não recebem imposição das
mãos.
Nota
sobre o Cânon XIX: Resumimos ordenadamente o que disseram os diversos
comentaristas sobre este assunto:
9.
Os Paulianistas eram os seguidores do anti‐Trinitário Paulo de Samósata
que, cerca do ano 260, fora feito bispo de Antioquia, mas fora deposto pelo
grande Sínodo do ano de 269. Como Paulo de Samósata se tornara herege no
ensinamento sobre a Santíssima Trindade, o Sínodo de Nicéia aplicou‐lhe
o decreto passado pelo Concílio de
Arles, no Cânon VIII: "Se alguém cair em heresia na Igreja, deve ser‐lhe
solicitado rezar o Credo. E no caso de se perceber que foi batizado em nome do
Pai e do Filho e do Santo Espirito, deve‐se apenas impor‐lhe as mãos, porque
ele pode receber o Santo Espírito. Mas se na resposta à sua inquirição ele não
citar a Trindade, deve ser batizado".
10. Os Samosatianos, de acordo com
Santo Atanásio, nomeavam o Pai e o Filho e o Santo Espírito ao administrarem o
Batismo (Oral. II, Contra Arian. No.
XLIII), mas como davam um sentido
falso à formula batismal e não usavam as palavras Filho e Santo Espírito no
sentido da doutrina usual, o Concílio
de Nicéia, bem como o próprio Santo
Atanásio, considerava seu batismo inválido.
11. Há grande dificuldade em explicar
o texto da cláusula que inicia com " "Semelhantemente, ... no caso de
suas diaconisas...":
Gelásio,
a versão Prisca, Teilo e Tearisto (que no ano de 419 traduziu os Cânones de
Nicéia para os bispos africanos), o pseudo‐Isidoro e Graciano, todos fizeram
uma leitura de, em grego, "diakonum", em vez de
"diakonisspn". Essa mudança torna tudo claro, mas muitos canonistas
conservam o
texto comum, inclusive Van Espen,
interpretação com a qual Hefele não concorda.
Aristenus
faz a seguinte leitura: "Também suas diaconisas, se voltam para a Igreja
Católica e são batizadas, uma vez que elas não têm imposição de mãos, são
listadas entre os leigos". Com esta leitura concordam Zonaras e Balsamon.
Explica
Justellus que... nem diaconisas, nem subdiáconos, nem ouvintes eram ordenados,
mas apenas uma bênção era pronunciada sobre eles com
uma prece e imposição das mãos.
Mais
discussões sobre as "diaconisas" são explanadas nas "Digressões
sobre as Diaconisas da Primitiva Igreja". Nos dias do Senhor e de
Pentecostes, todos devem rezar de pé e não ajoelhados.
CÂNON XX ‐ Doravante, com o intento
de que todas as coisas sejam uniformemente observadas em todo lugar (em cada
paróquia), como há pessoas que se ajoelham no Dia do Senhor e nos dias de
Pentecostes, pareceu correto a este santo Sínodo que as preces sejam feitas a
Deus, ficando todos de pé.
Nota
sobre o Cânon XX: Embora na Igreja Primitiva a posição ajoelhada fosse a comum
para rezar, contudo, prevaleceu um costume dos tempos mais primitivos, de ficar
de pé para rezar, no dia do Senhor e durante os 50 dias entre a Páscoa e
Pentecostes. Tertuliano, numa passagem de seu tratado
"De Corona Militis",
freqüentemente citado, menciona esse costume entre outras regras que, embora
não ordenadas expressamente pelas Escrituras,
eram praticadas universalmente,
fundamentadas na autoridade da Tradição. "Consideramos contra as
normas" ‐ disse ele ‐ jejuar ou rezar ajoelhado
no dia do Senhor; temos a mesma
liberdade nos dias da Páscoa ao de Pentecostes" (De Cor. Mil. S.3,4).
Muitos outros Padres da Igreja citam a mesma prática, porque, como disse
Agostinho e outros, assim se devia comemorar a ressurreição de Nosso Senhor,
significando o descanso e a alegria de nossa
própria ressurreição, assegurada
por Nosso Senhor.
Este Cânon, como
observa Beveridge, é uma prova
da importância formal
dada à uniformidade dos ritos
sagrados na vida da Igreja, e levou os Padres de Nicéia a emitirem esta ordem
para fortalecer, com sua autoridade, uma prática
que, em si mesmo, era indiferente e
não prescrita, direta ou indiretamente, pelas Escrituras, mas "para que
todas essas coisas sejam observadas da mesma maneira em cada paróquia ou
diocese".
Hefele comenta: Nem todas as igrejas,
contudo, adotavam essa prática, porque lemos no Atos dos Apóstolos (20,36 e
21,5) que São Paulo se ajoelhava durante o tempo entre a Páscoa e Pentecostes.
Que o Santo Espirito do Senhor, ilumine
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