Hamartiologia - Teologia 27.20
3.9. Uma teoria integrada
Várias das teorias acima podem ser combinadas
para formar uma abordagem integrada, resultando numa teoria que faz distinção
entre a pessoa individual e a natureza pecaminosa da carne. Quando Adão pecou
separou-se de Deus, e isto produziu nele - como indivíduo e na sua natureza - a
corrupção (inclusive a morte). Pelo fato de ele conter toda a natureza
genérica, ela toda ficou corrompida. A natureza genérica é transmitida
naturalmente ao aspecto individual da pessoa, o “próprio-eu” (como em Rm 7).A
aliança adâmica é a justa base dessa transmissão e também da maldição contra a
terra. O “eu” não é corrompido nem culpado por causa da natureza genérica, mas
a natureza genérica o impede de agradar a Deus (Jo 14.21; 1Jo 5.3). Ao chegar à
idade da responsabilidade pessoal, o “eu”, lutando contra a natureza, ou
corresponde à graça proveniente de Deus na salvação ou realmente peca ao
desconsiderá-la, de modo que o mesmo “eu” fica separado de Deus, tornando-se
culpado e corrupto. Deus continua estendendo a mão para o “eu” mediante a graça
proveniente.
Logo, Romanos 5.12 pode dizer que “todos pecaram”
e que todos estão corrompidos e necessitando de salvação, mas nenhuma culpa é
infligida àqueles que ainda não pecaram na realidade. Isto é consistente com a
luta descrita em Romanos 7. Nem todas as pessoas
pecam da mesma forma que Adão (Rm 5.14), mas o
pecado de um só homem realmente traz a morte e transforma todos em pecadores. E o faz
mediante a aliança adâmica, um mecanismo paralelo à obra de Cristo, que é
tornar justos os pecadores (Rm 5.12-21). Evita-se o semipelagianismo extremado,
porque o “eu” é capaz de reconhecer a sua necessidade mas não pode agir com fé
por causa da natureza humana genérica (Tg 2.26). Sendo o ficar separado de Deus
a causa da corrupção, a união entre Cristo e sua parte da natureza genérica
restaurada à santidade. Por ter o Espírito Santo chegado a Maria na concepção
do “eu” humano de Cristo, este era pré-responsável e, portanto, impecável. Essa
disposição é justa, pois Cristo é o cabeça de uma nova aliança.
Semelhantemente, a união entre o Espírito Santo e o crente na salvação é
regeneradora.
Embora as Escrituras não afirmem explicitamente
que a aliança é a base para a transmissão, há muitas evidências em favor dessa
idéia. As alianças fazem parte fundamental do plano de Deus (Gn 6.18; 9-9-17;
15.18; 17.2-21; Êx 34.27, 28; Jr 31.31; Hb 8.6,13; 12.24). Houve uma aliança
entre Deus e Adão. Oséias 6.7 - “Mas eles traspassaram o concerto, como Adão” -
refere-se muito provavelmente a essa aliança, uma vez que a tradução
alternativa (“homens”, NIV) é tautológica. Hebreus 8.7, que diz ter sido a
aliança com Israel à primeira, não exclui a aliança com Adão, pois o contexto
indica que se trata da primeira aliança entre Deus e Israel (e não com a
humanidade inteira). E há uma aliança (a Bíblia ARC emprega “pacto”, “concerto”
e “aliança” como sinônimos) explícita anterior, com Noé (Gn 6.18; 9.9-17). As
alianças bíblicas são obrigatórias às gerações futuras, quer para o bem (Noé,
Gn 6.18; 9.9-17 quer para o mal Josué e os gibeonitas, Js 9.15). As alianças
são freqüentemente a única base observável para o julgamento (os israelitas que
morreram em Ai por causa do pecado de Acã em Jericó, Js 7; o sofrimento dos
súditos de Davi porque este os numerou, 2Sm 24). A circuncisão segundo a
aliança podia até mesmo acolher crianças estrangeiras na nação de Israel.
Alguns estudiosos objetam que qualquer teoria que
transmita a utras alguma conseqüência do pecado de Adão é inerentemente
injusta, pois lhe imputa o pecado sem fundamento nem base. (Somente o pelagianismo
evita totalmente essa objeção, ao tornar odos os seres humanos pessoalmente
responsáveis. O “pecado pré-consciente” do realismo detém a maioria das
dificuldades.) As alianças, no entanto, constituem base justa para esse tipo de
transmissão, pelas seguintes razões: os descendentes de Adão teriam sido tão
abençoados por causa do seu bom comportamento como foram amaldiçoados por suas
obras más; a aliança certamente é mais justa que a mera transmissão genética; a
culpa e as conseqüências transmitidas pelo concerto são semelhantes aos pecados
da ignorância (Gn 20).
Há também o argumento de que Deuteronômio 24.16 e
Ezequiel 18.20 proíbem o julgamento de uma geração para outra. Mas outros
textos mencionam julgamentos assim (os primogênitos do Egito; Moabe; Êx 20.5;
34.6,7; Jr 32.18). É possível, no entanto, que os dois textos acima se refiram
à chefia biológica como base insuficiente para transmissão de julgamento, ao
passo que os textos mencionados entre parênteses referem-se a uma base pactuar,
adequada à transmissão do julgamento. Alternativamente, segundo a teoria
integrada, se a natureza corrompida não é um juízo positivo de Deus, a execução
de um castigo pelo pecado do pai realmente não ocorre. Finalmente, quem, mesmo
sem corrupção e dentro do jardim perfeito, se comportaria melhor que Adão,
quanto à obediência aos mandamentos de Deus? E, sem dúvida, a suposta
“injustiça” do pecado imputado é mais que contrabalançada pelo dom gratuito da
salvação em Jesus Cristo ,
oferecido a todos livremente . Embora seja
especulativa e não sem algumas dificuldades, uma teoria integrada que utilize a
aliança parece explicar boa parte dos dados bíblicos e talvez sugira uma
terceira alternativa às teorias predominantes do realismo e do federalismo.
Que o Santo Espirito do Senhor, ilumine
o nosso entendimento
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