Hamartiologia - Teologia 27.18
3.7. O realismo
O realismo e o federalismo (ver abaixo) são as
teorias mais importantes. O realismo sustenta que o “tecido da alma” de todas
as pessoas estava real e pessoalmente em Adão (“seminalmente presente”, segundo
o conceito traduciano da origem da alma), participando de fato do seu pecado.
Cada pessoa é culpada porque, na realidade, cada uma pecou. A natureza da
pessoa passa então a ser corrompida por Deus, como julgamento contra aquele
pecado. Não há transmissão de pecado, mas a participação total da raça naquele
primeiro pecado. Agostinho (354-430) aperfeiçoou a teoria, dizendo que a
corrupção era transmitida mediante o ato sexual. Assim, conseguia manter Cristo
livre do pecado original, porque Ele nasceu de uma virgem. W. G. T. Shedd
(1820-1994) acrescenta um argumento mais sofisticado: por baixo da vontade das
escolhas de todos os dias há a vontade profunda, a “vontade propriamente dita”,
que determina a direção que a pessoa segue em última análise. Foi essa vontade
profunda que realmente pecou em Adão.
O realismo tem pontos fortes. Não apresenta o
problema da culpa de terceiros, a solidariedade de Adão e da raça no pecado
daquele é levada a sério e parece bem explicada a expressão “todos pecaram”, de
Romanos 5.12.
Apresenta, no entanto, alguns problemas. O realismo
possui todas as fraquezas do traducianismo extremo. O tipo de presença pessoal
necessária em Adão e Eva distorce até mesmo Hebreus 7.9,10 (cf. Gn 46.26), a
passagem clássica traducianista. A expressão “para assim dizer” (Hb 7.9), em
grego, sugere seja entendido figuradamente o que se segue. Idéias como a de uma
“vontade profunda” tendem a exigir e pressupor um conceito determinista,
calvinista, da salvação. O realismo por si só não pode explicar porque ou em
que base Deus amaldiçoa a terra.
Portanto, torna-se necessário algo como a
aliança. Para a humanidade de Jesus ser isenta de pecado, Ele deve ter cometido
o primeiro pecado em Adão, sendo posteriormente purificado; ou Ele não estava
mesmo presente em Adão; ou Ele estava presente mas não pecou, e seus
antepassados humanos diretos permaneceram sem pecado em suas gerações. Cada uma
dessas opiniões apresenta dificuldades (uma alternativa é sugerida adiante). A
idéia de que todos pecaram pessoalmente parece contradizer o conceito de que o
pecado de um só homem faz de todos pecadores (Rm 5.12,15-19). Posto que todos
pecaram em Adão, com Adão e como Adão, sugere terem pecado segundo o padrão do
primeiro homem, o que contraria 5.14.
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