Hamartiologia - Teologia 27.03
Capítulo 1
O Começo do Pecado
A Bíblia refere-se a um evento nos recônditos
mais distantes do tempo, além da experiência humana, quando o pecado se tornou
uma realidade. Uma criatura extraordinária, a serpente, já estava confirmada na
iniqüidade antes de “o pecado entrar no mundo” através de Adão (Rm 5.12; ver Gn
3). Essa antiga serpente aparece em outros lugares como o grande dragão,
Satanás e o diabo (Ap 12.9; 20.2). O diabo tem andado pecando e assassinando
desde o princípio (Jo 8.44; 1Jo 3.8). O orgulho (1Tm 3.6) e uma queda de anjos
(Jd 6; Ap 12.7-9) também se associam a essa catástrofe cósmica.
As Escrituras também nos ensinam a respeito de
outra queda: Adão e Eva foram criados “bons” e colocados num jardim idílico, no
Éden, desfrutando de estreita comunhão com Deus (Gn 1.26-2.25). Por não serem
divinos e porque eram capazes de pecar, era necessária uma contínua dependência
de Deus. Semelhantemente, precisavam comer regularmente da árvore da vida. Isto
nos é sugerido pelo convite a comer de todas as árvores, inclusive da árvore da
vida, antes da Queda (Gn 2.16), e pela rigorosa proibição depois desta (Gn
3.22,23). Houvessem obedecido, teriam sido frutíferos e alegres para sempre (Gn
1.28-30). Alternativamente, após um período de prova, poderiam conseguir um
estado mais permanente de imortalidade, mediante a trasladação para o céu (Gn
5.21-24; 2Rs 2.1-12) ou pela ressurreição do corpo sepultado na terra (cf. os
crentes, 1Co 15.35-54).
Deus permitiu que o Éden fosse invadido por
Satanás, o qual tentou Eva com astúcia (Gn 3.1-5). Desconsiderando a Palavra de
Deus, Eva entregou-se ao desejo por beleza e sabedoria. Tomou do fruto
proibido, ofereceu-o ao seu marido e juntos comeram-no (Gn 3.6). Eva fora
enganada pela serpente, mas Adão parece ter pecado em plena consciência (2Co
11.3; 1Tm 2.14; Deus concorda tacitamente com esse fato em Gn 3.13-19). É
possível que Adão tenha recebido do próprio Deus a proibição de comer da árvore
e que Eva a tenha ouvido somente através do marido (Gn 2.17; cf. 2.22). Adão,
portanto, tinha mais responsabilidade diante de Deus, e Eva era mais suscetível
diante de Satanás (cf. Jo 20.29). Talvez seja esta a explicação da ênfase que a
Bíblia atribui ao pecado de Adão (Rm 5.12-21; 1Co 15.21,22), embora, na
realidade, Eva tenha pecado primeiro. Finalmente, é crucial observar que o
pecado deles começou na sua livre escolha moral, e não na tentação (a que
poderiam ter resistido: 1Co 10.13; Tg 4.7). Isto é, embora a tentação os
incentivasse a pecar, a serpente não colheu o fruto tampouco os forçou a
comê-lo. O casal optou por assim fazer.
O primeiro pecado da humanidade abrangeu todos os
demais pecados: a afronta e desobediência a Deus, o orgulho, a incredulidade,
desejos errados, o desviar outras pessoas, assassinato em massa da posteridade
e a submissão voluntária ao diabo. As conseqüências imediatas foram numerosas,
extensivas e irônicas (observe cuidadosamente Gn 1.26-3.24). O relacionamento
entre Deus e os homens, de franca comunhão, amor, confiança e segurança, foi
trocado por isolamento, autodefesa, culpa e banimento. Adão e Eva, bem como o
relacionamento entre eles, entraram em degeneração. A
intimidade e a inocência cederam lugar à acusação (jogavam a culpa um sobre o
outro). Seu desejo rebelde pela independência resultou em dores de parto,
labuta e morte. Seus olhos realmente foram abertos, e eles conheceram o bem e o
mal (mediante um atalho), mas era pesado esse conhecimento sem o equilíbrio de
outros atributos divinos, como o amor, a sabedoria e o conhecimento. A criação,
confiada aos cuidados de Adão, foi amaldiçoada, gemendo pela libertação dos
resultados da infidelidade dele (Rm 8.20,22). Satanás, que oferecera a Eva as
alturas da divindade e prometera ao homem e à mulher que estes não morreriam,
foi mais amaldiçoado que todas as criaturas e condenado à destruição eterna
pela descendência de Eva (ver Mt 25.41). Finalmente, o primeiro casal humano
trouxe a morte a todos os seus filhos (Rm 5.12-21; 1Co 15.20-28).
O Midrash judaico entende a advertência divina de
que a morte viria quando (literalmente “no dia em que”) comessem da árvore (Gn
2.17) como uma referência à morte física de Adão (Gn 3.19; 5.5), pois um dia,
aos olhos de Deus, é como mil anos (Sl 90.4) - e Adão viveu apenas 930 anos (Gn
5.5). Outros a entendem como uma conseqüência natural do afastamento da árvore
da vida. Muitos rabinos judaicos defendiam a idéia de que Adão nunca foi
imortal e que sua morte teria chegado imediatamente se Deus, em sua misericórdia,
não a tivesse adiado. A maioria sustenta que a morte espiritual - ou a
separação de Deus - ocorreu naquele mesmo dia.
Não obstante a condenação, Deus graciosamente
confeccionou túnicas de peles para Adão e Eva, a fim de substituir os aventais
de folhas que eles haviam providenciado por sua própria iniciativa (Gn 3.7,21).
Que o Santo Espirito do Senhor, ilumine
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