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Sobre O Autor: Sergio C A

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31 de outubro de 2017

História De Israel – Teologia 31.50 (Livro 5 Cap 3) O REI DOS ASSÍRIOS SUBJUGA OS ISRAELITAS.

História De Israel – Teologia 31.50

CAPÍTULO 3

O REI DOS ASSÍRIOS SUBJUGA OS ISRAELITAS.

199. juizes 3. Deus ficou tão irritado por ver o seu povo abandonar-se dessa forma a toda espécie de pecados, que também o abandonou: o luxo e os prazeres fizeram-nos logo perder a felicidade que com tanto trabalho haviam conquistado. Chusarte, rei dos assírios, fez-lhes guerra e matou vários deles em diversos combates. Atacou algumas de suas cidades, recebeu as outras sob condições e impôs a todas grandes tributos. Assim, durante oito anos, eles se encontraram oprimidos por toda espécie de males. Deles foram livres do modo que vou dizer.



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30 de outubro de 2017

História De Israel – Teologia 31.49 (Livro 5 Cap 2) AS TRIBOS DE JUDÁ E DE SIMEÃO DERROTAM O REI ADONI-BEZEQUE E TOMAM VÁRIAS CIDADES. OUTRAS TRIBOS CONTENTAM-SE EM TORNAR TRIBUTÁRIOS OS CANANEUS.

História De Israel – Teologia 31.49


CAPÍTULO 2

AS TRIBOS DE JUDÁ E DE SIMEÃO DERROTAM O REI ADONI-BEZEQUE E
TOMAM VÁRIAS CIDADES. OUTRAS TRIBOS CONTENTAM-SE EM TORNAR
TRIBUTÁRIOS OS CANANEUS.

195. Juizes 1. Os cananeus eram então muito poderosos, e a morte de Josué os fez acreditar que podiam vencer os israelitas. Reuniram, para esse fim, um grande exército perto da cidade de Bezeque, sob o comando do rei Adoni-Bezeque, isto é, "senhor dos bezequinianos", pois adonis em hebreu significa "senhor". As tribos de Judá e de Simeão combateram-nos tão valentemente que mataram mais de dez mil deles e puseram todos os outros em fuga. Prenderam Adoni-Bezeque e cortaram-lhe os pés e as mãos — nisso se viu um efeito da justa vingança de Deus, que assim permitiu fosse esse cruel príncipe tratado da mesma maneira como já tratara setenta e dois reis. Levaram-no nesse estado até próximo de Jerusalém, onde ele morreu e foi enterrado.
Tomaram em seguida várias cidades. Sitiaram Jerusalém e tornaram-se senhores da Cidade Baixa, onde mataram os seus habitantes. Mas a Cidade Alta conservou-se tão forte, pela sua posição e por suas fortificações, que eles foram obrigados a levantar um cerco. Atacaram a cidade de Hebrom, tomaram-na de assalto e mataram-lhe também todos os habitantes, dentre os quais estavam alguns da raça dos gigantes. Eram homens de estatura enorme, olhar terrível e voz espantosa, em cujo aspecto mal se poderia acreditar. Ainda hoje podem ser vistos os seus ossos.
Como essa cidade ocupa um lugar muito honroso nesse país, deram-na aos levitas, com a extensão de dois mil côvados em redor, segundo a ordem de Moisés. O resto do território foi dado a Calebe, que era um dos que haviam sido mandados para fazer o reconhecimento do país. Teve-se também o cuidado de recompensar os descendentes de jetro, o midianita sogro de Moisés, porque eles deixaram o seu país para seguir o povo de Deus e participaram das tribulações que os israelitas haviam suportado no deserto.
As tribos de Judá e de Simeão, depois de atacar as cidades situadas nos montes, desceram para a planície e se espalharam em direção ao mar, tomando dos cananeus as cidades de Asquelom e Azor. Mas não puderam tornar-se senhores de Gaza nem de Acarom,* porque estavam em lugar plano, e os sitiados lhes impediam a aproximação com um grande número de carros, obrigando-os a se retirar com perdas. Assim essas duas tribos voltaram para desfrutar em paz a presa que haviam feito.
A tribo de Benjamim, em cuja partilha estava Jerusalém, deu paz aos habitantes dessa grande cidade, satisfazendo-se em lhes impor um tributo. Assim, deixando uns de fazer a guerra e outros de vagar a esmo, puseram-se a cultivar e a valorizar as suas terras, e as outras tribos, imitando-as, deixaram também em paz os cananeus, contentando-se em fazê-los tributários.
A tribo de Efraim, depois de sitiar durante muito tempo a cidade de Betei sem conseguir tomá-la, não deixou de insistir nessa empresa. Um dos habitantes que para lá transportava víveres, caiu por acaso em suas mãos. Então prometeram-lhe com juramento salvá-lo, e à sua família, se ele os introduzisse na cidade. O homem deixou-se convencer e, por meio dele, apoderaram-se de Betei. Mantiveram a palavra dada a ele, porém mataram todos os outros.

_________
* Ou Ecrom.

196. juizes 2. Os israelitas deixaram então de fazer guerra, desejando apenas desfrutar em paz e com prazer os muitos bens de que se viam cumulados. Sua abundante riqueza lançou-os no luxo e na volúpia. Não se incomodavam mais em observar a antiga disciplina e tornaram-se surdos à voz de Deus e à suas santas leis. Assim, atraíram-lhe a cólera, e Ele lhes fez saber que era contra a sua ordem que eles poupavam os cananeus e que tempo viria em que, no lugar da bondade dispensada aos cananeus, experimentariam a crueldade deles.
Esse oráculo deixou-os assustados, no entanto não os fez mudar de idéia e recomeçar a guerra, por causa dos tributos que recebiam daqueles povos e porque as delícias os haviam tornado tão efeminados que o trabalho agora lhes era insuportável. Não havia mais entre eles nenhuma forma de República. Os magistrados não tinham autoridade e não se observava mais o antigo costume de eleger Senadores. Ninguém se incomodava com o povo e cada qual só pensava no interesse e no lucro próprios. No meio de tanta desordem, aconteceu um caso particular, que deu origem a uma sangrenta guerra civil. Eis a causa.
197. juizes 19. Um levita, morador do país que tocara como partilha à tribo de Efraim, desposou uma mulher da cidade de Belém, da tribo de Judá. Como ele a amava apaixonadamente pela sua beleza e ela, ao contrário, não o amava, o levita fazia-lhe constantes censuras. Ela cansou-se de as suportar e, ao fim de quatro meses, abandonou-o, retornando para a casa dos pais. Esse homem, impelido pela violência de seu amor, foi buscá-la. Eles o receberam com muita bondade e reconciliaram-no com a mulher. Depois de ele ter ficado ali quatro dias, resolveu reconduzi-la para casa. Mas como essa boa gente sentia separar-se da filha, ele só pôde partir à tarde.
A mulher ia montada numa jumentinha, e um criado os acompanhava. Haviam percorrido uns trinta estádios e já se encontravam perto de Jerusalém, quando o criado os aconselhou a não passarem além, com medo de que lhes faltasse a luz do dia, pois muito se tem a temer durante a noite, mesmo estando entre amigos, e eles corriam muito mais perigo por estar perto de seus inimigos. O levita não aceitou o conselho porque os cananeus eram senhores de Jerusalém, e ele não poderia hospedar-se em casa de estrangeiros. Preferia andar ainda vinte estádios até a casa de alguém pertencente à sua nação. Assim, chegaram bem tarde à cidade de Gibeá, que era da tribo de Benjamim.
Permaneceram algum tempo na grande praça, sem que ninguém se apresentasse para recebê-los em casa. Por fim, um velho da tribo de Efraim estabelecido nessa cidade, voltando do campo, encontrou-os nesse lugar. Perguntou ao levita quem ele era e como esperara até aquela hora tardia para se recolher. Respondeu-lhe que era da tribo de Levi e reconduzia a mulher da casa de seus pais para a terra de Efraim, onde ele residia. O velho soube então que o homem pertencia à sua tribo e levou-o para casa. Alguns moços da cidade, que os tinham visto na praça e admirado a beleza da mulher, vendo que ele se recolhera à casa desse velho, o qual não tinha forças para defendê-la, foram bater-lhe à porta exigindo que lhes entregasse a mulher. Rogou-lhes ele que se retirassem e não lhe causassem tamanho desprazer. Como eles insistiam, disse-lhes que era sua parenta da tribo de Levi e que eles não poderiam, sem cometer um enorme crime, calcar aos pés o temor das leis para satisfazer à própria luxúria.
Eles zombaram de suas palavras e ameaçaram matá-lo se continuasse recusando entregá-la. Então esse homem caridoso, querendo a todo custo salvar os hóspedes de tão grande ultraje, ofereceu àqueles loucos a própria filha, para não violar o direito da hospitalidade. Nada, porém, os pôde contentar. Desejavam insistentemente aquela mulher e a levaram à força, ficando com ela durante toda a noite. Depois de satisfazer a sua brutal paixão, restituíram-na, ao amanhecer. Ela regressou semimorta de dor e de vergonha pelo que lhe acontecera. Sem ousar levantar os olhos para contemplar o marido ultrajado em sua pessoa, caiu morta aos pés dele.
Ele julgou que ela estava apenas desmaiada e esforçou-se para fazê-la voltar a si e consolá-la, dizendo que, embora não fosse possível diminuir a grandeza da injúria que ela recebera, não devia deixar-se levar pelo desespero, pois não tendo dado absolutamente consentimento, sofrerá a mais horrível de todas as violências. Depois de lhe ter assim falado, percebeu que ela estava morta. A dor excessiva quase o fez perder o juízo, e ele tomou o corpo, colocou-o sobre a jumentinha e o levou para casa. Então partiu-o em doze pedaços, mandando um a cada tribo com a informação do que se havia passado. Coisa inaudita e tão horrível como essa encheu o povo de tal furor que todos se reuniram em Silo, diante do Tabernáculo, e resolveram imediatamente atacar Cibeá.
O Senado, porém, fez-lhes ver que não se devia tão levianamente declarar guerra aos daquela cidade, sem antes se terem mais particularmente informado do crime, pois a Lei proibia tal procedimento, mesmo para com os estrangeiros, e exigia que se mandassem embaixadores para pedir satisfação. Assim, era justo obrigar os gibeenses a castigar severamente os culpados. Se eles o fizessem, os hebreus dever-se-iam contentar com o castigo, mas caso recusassem executá-lo, a afronta seria vingada pelas armas. Tais palavras os convenceram, e mandaram embaixadores a Cibeá para dar queixa do crime daqueles moços, que ao violentar uma mulher haviam também violado a lei de Deus, e pedir que lhes aplicassem a pena de morte, pois a mereciam.
Aquele povo, porém, julgando não perder em força ou em coragem para nenhum outro, pensou que lhe seria vergonhoso dar tal satisfação, por medo da guerra. Assim preparou-se para lutar, e com ele todo o resto da tribo de Benjamim. As outras tribos ficaram de tal rrwjdo irritadas com a recusa em fazer justiça que se obrigaram por juramento a não dar nenhuma de suas filhas em casamento aos daquela tribo e a fazer-lhes uma guerra ainda mais sangrenta que a empreendida por seus predecessores aos cananeus. Puseram-se a seguir em campo com quatrocentos mil homens, para atacá-los. Os da tribo de Benjamim contavam apenas vinte e cinco mil e seiscentos, dentre os quais quinhentos tão valentes que se serviam das duas mãos, usando uma para atirar com a funda e a outra para combater.
A batalha travou-se perto de Gibeá. Os benjaminitas foram vitoriosos: mataram vinte e dois mil de seus inimigos e teriam matado muitos outros se a noite os não tivesse separado. Voltaram assim triunfantes para a sua cidade, e os israelitas, ao seu acampamento, muito admirados e abatidos com a derrota. A luta recomeçou no dia seguinte, e os benjaminitas saíram-se novamente vitoriosos: mataram dezoito mil israelitas, que, de tão espantados com esse fato, levantaram acampamento e partiram para Betei, que não estava longe dali. Jejuaram todo o dia seguinte e pediram a Deus, por meio de Finéias, sumo sacerdote, que acalmasse a sua cólera, contentando-se com as duas derrotas que haviam sofrido, e lhes fosse favorável.
Deus ouviu-lhes a oração e prometeu-lhes auxílio. Eles então se tranqüilizaram. Dividiram o exército em duas partes e de noite mandaram uma delas postar-se em emboscada perto da cidade enquanto avançavam com a outra. Os benjaminitas partiram contra eles com coragem, confiantes de obter uma terceira vitória. Os israelitas então fingiram afastar-se, a fim de levá-los mais para longe. Aquela fuga aparente excitou de tal modo o orgulho dos benjaminitas que mesmo os isentos de ir à guerra pela idade, que se contentavam em observar o combate do alto da muralha da cidade, saíram para tomar parte na pilhagem, a qual já davam como certa.
Quando os israelitas viram que já os haviam trazido para bem longe, voltaram-se de frente para eles e deram sinal aos que estavam de emboscada. Todos juntos, então, lançaram-se com grandes gritos contra eles, atacando-os de todas as direções. Os benjaminitas viram que estavam perdidos e lançaram-se a um vale, onde foram rodeados por todos os lados e mortos a golpes de dardos e de flechas, exceto uns seiscentos, que se reuniram e abriram caminho através dos inimigos com a espada na mão, salvando-se em um monte, de modo que mais ou menos vinte e cinco mil homens jaziam mortos no campo de luta.
Os israelitas incendiaram Gibeá, onde, sem relevar sexo ou idade, mataram as mulheres e as crianças. Trataram do mesmo modo todas as outras cidades de Benjamim. Levaram a sua vingança a tal ponto que mandaram doze mil homens escolhidos à cidade de )abes de Gileade, por ela lhes ter recusado auxílio na guerra, os quais a tomaram e mataram os homens, as mulheres e as crianças, preservando somente a vida de quatrocentas moças. O crime cometido na pessoa da mulher do levita juntamente com os dois combates que haviam perdido incitou-os a tal vingança. Quando, porém, o furor deles começou a se acalmar, sentiram compaixão pela ruína de seus irmãos.
Assim, embora o castigo que haviam imposto fosse justo, eles escolheram alguns moços e os enviaram aos seiscentos homens que se haviam salvado, con-vidando-os a regressar. Encontraram-nos no deserto, junto de uma rocha de nome Ros. Os mensageiros disseram-lhes que as outras tribos tomavam parte na sua infelicidade, mas visto que não havia remédio, deviam suportá-la com paciência e reunir-se aos de sua nação, a fim de impedir a ruína completa de sua tribo. Para isso, restituir-lhe-iam todas as terras e lhes entregariam o gado.
Eles receberam o oferecimento com gratidão, reconhecendo que Deus os havia castigado com justiça, e voltaram ao seu país. Os israelitas deram-lhes como esposas as quatrocentas moças que haviam aprisionado em Jabes e, como antes de começar a guerra haviam jurado não dar aos benjaminitas esposas dentre as filhas de Israel, deliberaram para saber como fariam com as duzentas que faltavam para igualar o número de homens. Alguns disseram que não deviam levar em conta um juramento feito com precipitação e por cólera e que Deus não teria como desagradável favorecer uma tribo que corria o risco de ser extinta. E, se era um grande pecado violar um juramento por um mau fim, tal não seria se a necessidade a isso obrigava. Mas o Senado respondeu que, ao contrário, a simples menção da palavra "perjuro" já lhes causava horror
Nessa diversidade de opiniões, um dos presentes afirmou conhecer um meio de dar esposas aos benjaminitas sem faltar ao juramento. Disseram-lhe que se explicasse, e ele disse: "Somos obrigados a ir três vezes por ano à cidade de Silo a fim de celebrarmos as nossas grande festas e levamos conosco as nossas mulheres e filhos. Assim, podemos permitir aos benjaminitas que levem impunemente de nossas filhas as que puderem apanhar, sem que tenhamos qualquer parte nisso. Se os pais se queixarem e pedirem que lhes façamos justiça, responderemos que eles deveriam censurar a si mesmos por terem cuidado mal delas e que não deveriam se encolerizar contra aqueles aos quais muita ira já foi manifestada".
A proposta foi aprovada, e resolveram que seria permitido aos benjaminitas proverem-se de mulheres por esse meio. Chegando o dia da festa, os duzentos que não tinham esposa esconderam-se fora da cidade, nas vinhas e nas moitas, enquanto as moças passavam, distraídas, saltando e dançando, sem de nada desconfiar. E eles levaram tantas quantas lhes faltavam, desposaram-nas e puseram-nas com grande cuidado a cultivar a terra, a fim de poderem um dia voltar à antiga abundância. Assim, essa tribo, que estava a ponto de ser totalmente destruída, foi conservada pela sabedoria dos israelitas e logo cresceu, tanto em número quanto em riquezas.
198.  juizes 8. Nessa época, a tribo de Dã não foi tão feliz quanto a de Benjamim. Os cananeus, vendo que os hebreus estavam perdendo o hábito da guerra e só pensavam em enriquecer, começaram a desprezá-los e resolveram reunir todas as suas forças, não por temor que tivessem deles, mas para reduzi-los a tal estado que não pudessem no futuro causar-lhes medo ou atacar as suas cidades.
Assim, puseram-se em campo com uma grande tropa de infantaria e de carros. Conseguiram para o seu partido as cidades de Asquelom e de Acarom, que eram da tribo de judá, e várias outras, construídas nas planícies, e obrigaram os da tribo de Dã a se refugiar nos montes. Como ali não encontraram terras bastante cultiváveis para se nutrir e não eram suficientemente fortes para reconquistar pelas armas as que haviam perdido, mandaram cinco dentre eles aos países mais afastados do mar, para ver se lá poderiam estabelecer colônias.
Depois de terem marchado um dia e passado a grande planície de Sidom, encontraram perto do monte Líbano e das nascentes do Pequeno Jordão uma terra muito fértil. Comunicaram o fato, e o pequeno exército partiu imediatamente para lá. Construíram uma cidade e a chamaram Dã, nome de um dos filhos de ]acó, que era também o nome da tribo. No entanto os negócios dos israelitas cada vez pioravam mais, porque em vez de se entregar ao trabalho e de servir e honrar a Deus, abandonavam-se aos vícios dos cananeus. Cada qual vivia segundo os próprios desejos, num relaxamento completo de toda espécie de disciplina.



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29 de outubro de 2017

História De Israel – Teologia 31.48 (Livro 5 Cap 1) JOSUÉ, POR UM MILAGRE, PASSA O JORDÃO COM O EXÉRCITO E, POR OUTRO MILAGRE, TOMA JERICO, ONDE SOMENTE RAABE SE SALVA COM OS SEUS. OS ISRAELITAS SÃO DERROTADOS PELOS DE AI, POR CAUSA DO PECADO DEACÃ, E TORNAM-SE SENHORES DESSA CIDADE DEPOIS QUE ELE FOI CASTIGADO. ARTIFÍCIOS DOS GIBEONITAS PARA FAZER ALIANÇA COM OS HEBREUS, QUE OS AJUDAM CONTRA O REI DE JERUSALÉM E QUATRO OUTROS REIS. JOSUÉ DERROTA EM SEGUIDA VÁRIOS OUTROS REIS, COLOCA O TABERNÁCULO EM SILO, DIVIDE O PAÍS DE CANAÃ ENTRE AS TRIBOS E DESPEDE AS DE RÚBEN E GADE E METADE DA DE MANASSES. ESTAS, DEPOIS DE PASSAR O JORDÃO, ERGUEM UM ALTAR, O QUE SE PENSOU CAUSAR UMA GRANDE GUERRA. MORTE DE JOSUÉ E DE ELEAZAR, SUMO SACERDOTE.

História De Israel – Teologia 31.48


Livro Quinto

CAPÍTULO 1

JOSUÉ, POR UM MILAGRE, PASSA O JORDÃO COM O EXÉRCITO E, POR OUTRO
MILAGRE, TOMA JERICO, ONDE SOMENTE RAABE SE SALVA COM OS SEUS. OS
ISRAELITAS SÃO DERROTADOS PELOS DE AI, POR CAUSA DO PECADO DEACÃ,
E TORNAM-SE SENHORES DESSA CIDADE DEPOIS QUE ELE FOI CASTIGADO.
ARTIFÍCIOS DOS GIBEONITAS PARA FAZER ALIANÇA COM OS HEBREUS, QUE OS
AJUDAM CONTRA O REI DE JERUSALÉM E QUATRO OUTROS REIS. JOSUÉ
DERROTA EM SEGUIDA VÁRIOS OUTROS REIS, COLOCA O TABERNÁCULO EM
SILO, DIVIDE O PAÍS DE CANAÃ ENTRE AS TRIBOS E DESPEDE AS DE RÚBEN
E GADE E METADE DA DE MANASSES. ESTAS, DEPOIS DE PASSAR O JORDÃO,
ERGUEM UM ALTAR, O QUE SE PENSOU CAUSAR UMA GRANDE GUERRA.
MORTE DE JOSUÉ E DE ELEAZAR, SUMO SACERDOTE.

180. Josué 1. Vimos, no livro precedente, de que modo Moisés foi levado do convívio dos homens. Depois de prestados a ele os últimos serviços e passado o tempo do luto, Josué ordenou a todas as tropas que estivessem prontas, mandou exploradores a jerico, para observar as disposições dos habitantes, e marchou com o exército, tendo em mira atravessar o Jordão. Como o país dos amorreus, que corresponde à sétima parte de Canaã, havia sido entregue às tribos de Rúben e Gade e à metade da de Manasses, ele fez ver aos chefes delas o cuidado que Moisés tivera por eles até a morte e exortou-os a cumprir com alegria o que lhe haviam prometido, porque se haviam obrigado tanto para reconhecer o afeto que ele lhes demonstrara quanto para utilidade comum. Encontrou-os tão bem dispostos que eles forneceram cinqüenta mil homens. Partiu então de Abila e avançou sessenta estádios na direção do Jordão.
Os homens que ele mandara para explorar a terra informaram-lhe que os cananeus de nada desconfiavam, havendo-os tomado por estrangeiros levados ao seu país apenas pela curiosidade; que haviam observado a cidade com toda calma, sem que ninguém os impedisse; que em alguns lugares as muralhas eram mais fortes ou mais fracas, e as portas, mais fáceis de serem surpreendidas; que pela tarde eles se haviam recolhido a uma hospedaria, perto da defesa, onde haviam estado por primeiro; que depois de cear eles se prepararam para regressar, mas alguém avisara o rei de que alguns homens mandados pelos hebreus haviam feito reconhecimentos na cidade e estavam na casa de Raabe com o propósito de fugir dali secretamente.
O soberano enviou imediatamente alguns homens para prendê-los e entregá-los à justiça, a fim de os obrigarem a confessar, mas Raabe os escondeu nos montes de linho que fazia secar ao longo do muro e disse às pessoas mandadas pelo rei que verdadeiramente alguns estrangeiros, que ela não conhecia, cearam em sua casa, mas haviam partido pouco antes do pôr-do-sol, e que se temiam que a visita deles tinha algum fim prejudicial à cidade e ao rei, seria fácil apanhá-los e trazê-los de volta. Aquelas pessoas, enganadas por essa mulher, em vez de procurá-los em casa tomaram caminhos que, segundo imaginavam, os estrangeiros teriam seguido, particularmente os que levavam ao rio. Porém, depois de caminharem muito tempo, voltaram sem saber notícias deles.
Depois que tudo sossegou, Raabe falou-lhes do perigo ao qual ela, com toda a sua família, se expusera para salvá-los e contou-lhes que Deus lhe revelara que eles se tornariam senhores de todo o país de Canaã. Então obrigou-os a prometer com juramento que depois de tomar Jerico e passar todos os seus habitantes a fio de espada, segundo a resolução já tomada, eles lhe salvariam a vida e a de todos os seus, da mesma forma como ela havia salvado a deles.
Depois de ter-lhe agradecido muito, eles disseram que quando ela visse a cidade prestes a ser tomada teria apenas de retirar os parentes e todos os seus bens de casa e estender diante da porta um pano vermelho, garantindo-lhe que, como recompensa pelo favor que lhe deviam, o general deles faria publicar proibições expressas quanto a entrar em sua casa ou causar-lhe algum desprazer. Mas se algum de seus parentes fosse morto em combate, ela não deveria acusá-los de ter violado o jura-mento. Eles contaram a Josué que a mulher em seguida os fez descer as muralhas da cidade por meio de uma corda. Josué narrou esse fato a Eleazar, sumo sacerdote, e ao Senado, e eles aprovaram e confirmaram a promessa feita a Raabe.
181. Josué 3. Como Jerico situava-se além do Jordão, era preciso, para atacá-la, que o exército atravessasse o rio, então muito aumentado por causa das enchentes e da chuva. Josué encontrou-se em grande aflição, porque não tinha barcos para fazer uma ponte, e, mesmo se isso viesse a ser possível, os inimigos tê-los-iam impedido de construí-la. E, diante de tão grande contratempo, Deus prometeu-lhe tornar o rio vadeável. Josué esperou dois dias e depois atravessou-o, deste modo: os sacerdotes por primeiro, com a arca, seguidos pelos levitas, que levavam o Tabernáculo e todos os vasos sagrados. Os que pertenciam ao exército marchavam junto com as respectivas tribos, colocadas as mulheres e as crianças no meio, a fim de não serem levadas pela correnteza.
Quando os sacerdotes entraram no rio, perceberam que a água não era mais tão movimentada, tendo baixado de nível, e que o fundo estava firme. Assim, podiam atravessá-lo a pé. Depois desse primeiro efeito da promessa de Deus, todos os outros passa sem receio. Os sacerdotes ficaram no meio do rio até que todos passassem, e mal eles mesmos chegaram ao outro lado imediatamente o rio tornou-se cheio e impetuoso como antes. O exército avançou ainda uns cinqüenta estádios e acampou a dez estádios de Jerico.
182. Josué 4 e 5. Josué mandou erguer — com doze pedras que os príncipes das doze tribos, por sua ordem, apanharam no Jordão — um altar para servir como monumento ao auxílio de Deus, que, em benefício do povo, retivera a violência e a impetuosidade do rio. Sobre esse altar ele ofereceu um sacrifício e nesse lugar celebrou a festa da Páscoa. O exército encontrava-se em tão grande abundância quanto antes estivera em premente necessidade, pois além de toda espécie de presas com que se haviam enriquecido fora feita a colheita dos grãos já maduros, de que os campos estavam cobertos. E o maná, que os havia nutrido durante quarenta anos, deixou então de cair.
183.  Josué, vendo-se senhor do campo, pois o medo dos cananeus os havia encerrado todos na cidade, resolveu então atacá-los. Assim, no primeiro dia da festa, os sacerdotes, acompanhados pelo Senado, marcharam para Jerico no meio dos batalhões, levando a arca sobre os ombros, ao som de sete trompas, para animar os soldados. Depois de nessa ordem rodearem a cidade, regressaram ao acampamento e continuaram durante seis dias a fazer a mesma coisa.
No sétimo dia, Josué reuniu todo o exército e todo o povo e disse-lhes que antes que o Sol se ocultasse no ocaso Deus lhes entregaria jerico sem que eles tivessem necessidade de fazer esforço algum para dela se tornar senhores, porque as muralhas cairiam por si mesmas, para lhes dar entrada. Ordenou-lhes então que matassem não somente todos os seus habitantes, mas tudo o que tivesse vida, sem que a compaixão, o desejo do saque ou o cansaço os impedisse e sem nada reservarem para proveito particular. Deveriam levar a um mesmo lugar todo ouro e toda prata que encontrassem, para oferecer a Deus como primícias, e os despojos daquela que era a primeira cidade que Ele fazia cair nas mãos deles deveriam ser oferecidos em ação de graças, pela assistência que lhes prestava. Dessa lei geral, deviam excetuar apenas Raabe e seus parentes, por causa do juramento que a ela fizeram os que ele havia mandado para reconhecimento.
Depois de ter dado essas ordens, mandou o exército avançar para a cidade. Rodearam-na por sete vezes, os sacerdotes à frente, com a arca e ao som das trompas, como nos dias precedentes, para animar os soldados. E ao sétimo dia as muralhas caíram sozinhas. Fato tão prodigioso espantou de tal modo os seus habitantes que eles perderam totalmente a coragem, permitindo que os hebreus entrassem por todos os lados sem encontrar resistência alguma. Fez-se assim horrível matança, não sendo poupadas nem as mulheres nem as crianças. Puseram fogo à cidade e reduziram a cinzas todas as casas nos campos.
Somente Raabe e seus parentes, a salvo em casa dela, foram isentos dessa desolação geral, e ela foi levada a Josué. Ele agradeceu-lhe por ter salvo aqueles que havia enviado, prometendo recompensá-la como merecia. Em seguida, deu-lhe terras e tratou-a sempre com muita cordialidade. Destruiu-se com o ferro em Jerico tudo quanto o fogo havia poupado. Pronunciaram-se maldições contra os que tentassem reconstruir a cidade e rogou-se a Deus que o primeiro que lhes lançasse os alicerces perdesse o filho primogênito ao começar a obra e o mais moço ao terminá-la. Essa maldição teve o seu efeito, como diremos a seu tempo. Encontrou-se nessa poderosa cidade grande quantidade de ouro, de prata e de cobre sem que ninguém, sem excetuar um só, ousasse se apoderar de algo, por causa da proibição que se fizera. Josué mandou entregar todas as riquezas nas mãos dos sacerdotes, para conservá-las no tesouro.
184. Josué 7. Acã, filho de Carmi, da tribo de Judá, que se apoderara da cota de armas do rei, toda tecida em ouro, e de uma barra de ouro, do peso de duzentos sidos, julgou que, tendo-se exposto ao perigo, era injusto não poder tirar disso nenhuma vantagem, bem como era desnecessário oferecer a Deus uma coisa de que Ele não tinha necessidade e da qual ele, Acã, se poderia aproveitar. Por isso enterrou-os na sua tenda, pensando enganar a Deus tal como havia iludido os homens.
O exército estava então acampado num lugar a que os hebreus chamam Gilgal, isto é, "liberdade", porque, estando livres do cativeiro dos egípcios e das males que suportaram no deserto, julgavam nada mais ter de recear. E, poucos dias depois da queda de Jerico, Josué mandou três mil homens contra a cidade de Ai. Combateram os inimigos, mas foram derrotados, e trinta e seis dentre eles morreram na luta. A notícia dessa desgraça causou mais aflição ao exército que a perda, a qual não foi grande, embora todos os mortos fossem pessoas de grande mérito. Por serem já senhores do país de modo absoluto e segundo a promessa de Deus, seriam sempre vitoriosos, mas viram que essa vitória erguia o ânimo dos inimigos. Assim, cobriram-se com saco e entregaram-se de tal modo à dor que passaram três dias em lamentações, sem desejar comer.
Josué, vendo-os tão desconsolados e abatidos, recorreu a Deus. Prostrando-se em terra, disse-lhe confiante: "Não foi por temeridade, Senhor, que empreendemos a conquista deste país. Moisés, vosso servidor, nos induziu a isso, após a promessa — que lhe fizestes e confirmastes por meio de milagres — de que nos tornaríamos donos do país e triunfaríamos sempre sobre os nossos inimigos. Nós lhe vimos o efeito em vários fatos, mas esta perda tão inesperada parece dar-nos motivo para duvidar e nada mais esperar para o futuro. No entanto, meu Deus, como sois Todo-poderoso, é fácil para vós socorrer-nos, mudar a nossa tristeza em alegria e o nosso desânimo em confiança e dar-nos a vitória".
Tendo Josué rogado desse modo, Deus ordenou-lhe que se levantasse e fosse purificar o exército, pois estava manchado de sacrilégio pelo roubo de uma coisa que devia ser consagrada a Ele, e aquela era a causa da desgraça que lhes sucedera. Depois do castigo a tão grande crime, porém, seriam vitoriosos. Josué referiu esse oráculo ao povo e lançou a sorte em presença do sumo sacerdote Eleazar e dos magistrados.
A sorte caiu sobre a tribo de Judá. Ele sorteou as famílias dessa tribo, e a escolha caiu sobre a de Zacarias. Por fim lançou a sorte sobre todos os homens dessa família, e ela caiu sobre Acã, o qual, vendo que era impossível ocultar o que Deus descobrira, confessou o seu furto e trouxe-o à presença do povo. Mataram-no imediatamente e, como sinal de infâmia, enterraram-no de noite, como se fora executado publicamente.
Josué 8. Josué, depois de haver purificado o exército, levou-o contra os habitantes de Ai. À noite, colocou homens de emboscada próximo da cidade e tentou ao raiar do dia uma escaramuça. Como a vitória que os inimigos haviam obtido os tornara ousados, atracaram-se corajosamente com os hebreus. Estes, a fim de afastá-los da cidade, simularam fugir, mas de repente voltaram-se de frente para eles, deram sinal aos que estavam escondidos e marcharam todos juntamente para a cidade. Apoderaram-se dela sem trabalho algum, porque os habitantes estavam tão certos da vitória que uma parte se achava sobre as muralhas e outra parte ficara do lado de fora para presenciar o combate.
Os hebreus mataram todos os que lhes caíram nas mãos, sem perdoar um sequer. Por outro lado, Josué desbaratou as tropas que haviam corrido ao seu encontro, as quais pensavam salvar-se na cidade, mas, vendo que ela fora tomada e ardia em chamas e assim não podendo esperar socorro algum, fugiram para o campo, desordenadamente. Fez-se nessa cidade um número muito grande de prisioneiros entre mulheres, crianças e escravos e arrebatou-se uma presa de grande valor: muito gado e dinheiro em moedas. Josué distribuiu tudo ao exército, que ainda estava acampado em Gilgal.
185. Josué 9. Quando os gibeonitas, que não estão muito longe de Jerusalém, souberam do que acontecera em jerico e em Ai, não duvidaram de que Josué viria imediatamente contra eles e nem pensaram em tentar aplacá-lo com orações, pois sabiam que ele declarara guerra mortal aos cananeus. Julgaram mais conveniente estabelecer uma aliança com os hebreus e disso convenceram os ceferitanos e os catierinitanos, seus vizinhos, pois era o único meio de escapar do perigo que os ameaçava. Escolheram em seguida os mais hábeis dentre eles e os enviaram a Josué. Os embaixadores julgaram que, para obter êxito no seu intento, não deveriam dizer que eram cananeus, mas, ao contrário, fazer pensar que o seu país ficava muito longe e que nenhuma ligação tinham com eles.
Foi a reputação da virtude dos hebreus que os levou a procurar a amizade destes. Para justificar o embuste, tomaram vestuários velhos, a fim de fazer crer que vinham de longa caminhada, e, depois de assim se apresentarem à assembléia dos principais da cidade, disseram-lhes que os habitantes de sua cidade e das cidades vizinhas, vendo que Deus tinha tanto afeto pela nação hebréia a ponto de desejar torná-los senhores do país inteiro de Canaã, os enviaram para fazer aliança com eles e pedir que os tratassem como compatriotas, sem no entanto mudar coisa alguma de seus antigos costumes ou de sua maneira de viver. E, para mostrar-lhes como fora longa a caminhada que haviam feito, exibiram-lhes as vestes.
Josué, acreditando nas palavras deles, concedeu-lhes o que pediam. Eleazar, sumo sacerdote, e o Senado prometeram-lhes com juramento tratá-los como amigos e aliados, e o povo ratificou a aliança. Josué levou em seguida o exército às montanhas do país de Canaã, onde veio a saber que os gibeonitas eram cananeus e vizinhos de Jerusalém. Mandou então chamar os principais dentre eles e queixou-se da mentira que haviam contado. Eles responderam que se sentiram obrigados a isso, porque não viam outro meio de se salvar. Para tratar do assunto, Josué reuniu o sumo sacerdote e o Senado. Foi resolvido manter-se a palavra, pois fora dada com juramento, mas os gibeonitas seriam obrigados a servir em obras públicas. E assim, esse povo evitou o perigo que o ameaçava.
186. Josué 10. Esse ato dos gibeonitas irritou de tal modo o rei de Jerusalém que ele reuniu quatro reis vizinhos para juntos fazer-lhes guerra. Os gibeonitas, vendo-os acampados perto de uma fonte pouco distante de sua cidade, prontos para atacá-los, recorreram a Josué. Assim, por uma estranha circunstância, quando tudo tinham a temer dos habitantes de seu próprio país, a sua única esperança de salvação estava no auxílio daqueles que tinham vindo para destruí-los.
Josué avançou imediatamente com todo o seu exército. Marchou dia e noite e atacou os inimigos ao despontar do dia, quando estavam prestes a dar o assalto. Colocou-os em fuga, perseguindo-os pelas colinas até o vale de Bete-Horom. Jamais se viu tão claramente como nesse combate o quanto Deus auxiliava o seu povo. Pois, além dos trovões, dos raios e de uma saraiva extraordinária, por um estranho prodígio e contra a ordem da natureza o dia prolongou-se, para impedir que as trevas da noite roubassem aos hebreus parte da vitória.
Os cinco reis, pensando encontrar segurança numa caverna perto de Maquedá, para onde se retirariam, foram aprisionados por Josué, que os matou a todos. Sabemos, pelo que está escrito nos Livros Sagrados conservados no Templo, que aquele foi um dia mais comprido que os outros. Depois de tamanho êxito, Josué levou o exército para os montes de Canaã e, depois de aí ter realizado grande mortandade entre os seus habitantes e obtido grande presa, reconduziu-o a Gilgal.
187. Josué 11. A fama das vitórias dos hebreus e de que eles não poupavam um só dos inimigos, matando todos os que lhes caíam nas mãos, instigou contra eles os reis do Líbano, que também eram da descendência dos cananeus. E os dessa nação, que habitam os campos, chamaram também em seu auxílio os filisteus. Assim, vieram todos juntos, com trezentos mil soldados de infantaria, dez mil cavaleiros e vinte mil carros acampar perto de Berote, cidade da Galiléia, pouco distante de uma outra do mesmo país, de nome Alta Cades.
Tão temível exército deixou assustados os israelitas, de tal modo que o próprio Josué parecia também ter perdido a coragem. Deus censurou-os por seu temor e ainda mais por não confiarem no seu auxílio, pois Ele lhes prometera a vitória. Ordenou-lhes que cortassem o jarrete de todos os cavalos que capturassem e queimassem todos os carros. Assim, tranqüilizaram-se. Marcharam corajosamente contra os inimigos, alcançaram-nos ao quinto dia e deram-lhes combate.
A luta foi renhida, e a mortandade entre os inimigos, quase inacreditável. Vários foram mortos quando fugiam, muito poucos escaparam e nenhum dos reis se salvou. Depois de assim tratarem os homens, não pouparam também os cavalos e queimaram todos os carros. Os vencedores devastaram em seguida todo o país, sem que ninguém aparecesse para lhes opor resistência, forçaram as cidades e passaram a fio de espada todos os que lhes caíram nas mãos.
188. Ao fim de cinco anos, o tempo que durou essa guerra, só restava dos cananeus um pequeno número, que se retirara para lugares bem fortificados. Josué, ao partir de Gilgal, levou o exército para os montes e colocou o santo Tabernáculo na cidade de Silo, cuja localização parecia muito bela para moradia, até que se oferecesse ocasião favorável para a construção do Templo. Foi depois com todo o povo a Siquém, onde, segundo a ordem deixada por Moisés, dividiu o exército em dois, colocando metade sobre o monte Gerizim e metade sobre o Ebal, e ergueu ali um altar. Os sacerdotes e os levitas ofereceram sacrifícios a Deus, proferiram as maldições de que falei anteriormente, gravaram-nas sobre o altar e voltaram a Silo.
189.  Josué, já bastante carregado de anos, vendo que as cidades que restavam aos cananeus eram quase inexpugnáveis, tanto por causa de sua posição quanto porque esses povos sabiam que os hebreus haviam saído do Egito com o propósito de se tornar senhores do país de Canaã e por isso empregaram todo o tempo em tornar esses lugares imunes às conquistas, reuniu todo o povo em Silo e falou-lhes dos felizes empreendimentos com que Deus os havia favorecido até ali, porque tinham observado as leis que Ele lhes outorgara.
Haviam derrotado trinta e um reis, que se atreveram a lhes resistir, e desfeito em pedaços os seus exércitos, dos quais apenas alguns conseguiram escapar às armas vitoriosas. Tomaram também a maior parte de suas cidades, e as que restavam eram tão fortes e contavam com tão grande obstinação de seus defensores que seriam necessários grandes cercos para vencê-las. Agora ele julgava necessário dispensar as tribos que moravam além do Jordão, depois de agradecer-lhes por terem passado o rio para correr com eles os perigos daquela guerra, e escolher dentre as que restavam homens de probidade comprovada que fossem constatar com exatidão a gran-Ho7a r> a fertilidade de todo o oaís de Canaã, retoínando com uma descrição fiel.
A proposta foi aprovada de modo geral, e Josué mandou dez homens acompanhados de peritos geômetras para medir toda a terra e avaliá-la segundo julgassem ser mais ou menos fértil. A terra do país de Canaã, embora apresente extensos campos com abundância de frutos, não pode ser tida como excelente se comparada com outras do mesmo país, nem como muito fértil se confrontada com as de Jerico e Jerusalém, situadas na maior parte entre montes e cuja extensão não é muito grande, mas cujos frutos sobrepujam os de todos os outros países, quer pela abundância, quer pela beleza.
Foi por esse motivo que Josué estabeleceu a apreciação segundo a fertilidade, e não segundo a extensão das propriedades, porque muitas vezes acontece de uma única medida de terra valer mais que várias dela mesma. Esses dez enviados, depois de empregar sete meses nesse trabalho, voltaram a Silo, onde, como já disse, estava então o Tabernáculo. Josué reuniu Eleazar, o sumo sacerdote, o Senado e os príncipes das tribos e fez com eles a divisão de todo o país entre as nove tribos e metade da de Manasses, na proporção do número de homens de cada tribo.
A tribo de Judá recebeu a Alta Judéia, que vai até Jerusalém e em largura até o lago de Sodoma, estando nela as cidades de Asquelom e Gaza.
A tribo de Simeão teve aquela parte da Iduméia que se limita com o Egito e a Arábia.
A tribo de Benjamim teve o país que se estende desde o rio Jordão até o mar e em largura de Jerusalém a Betei. Esse espaço é muito pequeno, por causa da fertilidade da terra, pois nele estão compreendidas as cidades de Jerusalém e Jerico.
A tribo de Efraim teve o país que se estende desde o Jordão até Gadara e em largura de Betei até Campo Longo.
A metade da tribo de Manasses teve o território cujo comprimento vai desde o Jordão até a cidade de Dor e em largura até a cidade de Bete-Seã, que hoje se chama Scitópolis.
A tribo de Issacar teve o território compreendido entre o Jordão até o monte Carmelo, cuja largura vai até o monte Itabarim.
A tribo de Zebulom teve o país que se limita com o monte Carmelo e o mar e se estende até o lago de Genesaré.
A tribo de Aser teve aquela planície rodeada de montes que está por trás do monte Carmelo, em frente a Sidom, na qual está a cidade de Arcé, outrora chamada Atipo.
A tribo de Naftali teve a Alta Galiléia e a região que se estende desde o lado do oriente até a cidade de Damasco, o monte Líbano e a nascente do Jordão, que tem a sua origem nesse monte, do lado que limita com a cidade de Arcé, para o norte.
A tribo de Dã teve os vales que tendem para o ocidente, cujos limites são Azor e Doris e onde se encontram as cidades de Jamnia e de Cita e todo o território que começa em Acarom* e termina no monte, onde começava a parte da tribo de Judá.
Assim distribuiu Josué às nove tribos e à metade da de Manasses as seis províncias a que seis dos filhos de Canaã haviam dado os próprios nomes. Quanto à sétima, que é a dos amorreus, a qual trazia também o nome de um dos filhos de Canaã, foi dada por Moisés às tribos de Rúben e de Cadê e à metade da tribo de Manasses, como já vimos. Mas as terras dos sidônios, aruseenses, amateenses e ariteenses não foram incluídas nessa partilha.

______
* Ou Ecrom.

190. Como Josué, por causa da idade, não podia mais tomar parte nas várias empresas e percebia que aqueles a quem ele disso incumbia agiam com negligência, ele exortou as tribos a trabalharem corajosamente, cada uma na extensão do território que lhe coubera em partilha, a fim de se exterminar o resto dos cananeus. Disse-lhes que assim cuidariam não somente de sua própria segurança, mas da consolidação de sua religião e de suas leis, fazendo-os lembrar ainda o que Moisés lhes dissera e o que já conheciam pela própria experiência.
Acrescentou que entregassem nas mãos dos levitas as trinta e oito cidades que faltavam para completar o número de quarenta e oito: as dez outras já lhes haviam sido entregues além do Jordão, no país dos amorreus. Destinou três dessas trinta e oito para serem lugares de refúgio, porque não havia recomendação mais insistente que a de executar com rigor tudo o que Moisés determinara. As três cidades foram: Hebrom, na tribo de Judá, Siquém, na tribo de Efraim, e Cades, que está na Alta Galiléia, na tribo de Naftali. Dividiu depois o que restava da presa, a qual era tanta, quer em ouro, quer em vestes, quer em toda sorte de objetos, que a República e seus habitantes ficaram ricos. Quanto aos cavalos e outros animais, o seu número era incontável.
191. Josué 23. Josué reuniu depois todo o exército e assim falou às tribos levadas para o outro lado do jordão, cinquenta mil combatentes e os que se haviam juntado aos das outras tribos para a conquista que acabavam de fazer: "Aprouve a Deus, que é não somente o Senhor, mas também o Pai de nossa nação, dar-nos este rico país, com promessa de o possuirmos para sempre e segundo a sua ordem. E, como vos unistes tão generosamente a nós nesta guerra, é bem razoável, agora que nada mais resta de difícil a se fazer, que volteis a desfrutar em vossas casas um justo descanso. Assim como não podemos duvidar de que se tivéssemos ainda necessidade de vosso auxílio teríeis prazer em no-lo dar, não queremos abusar de vossa boa vontade, mas, ao contrário, muito vos agradecemos pela vossa participação nos mesmos perigos que corremos até aqui. Pedimo-vos somente que conserveis por nós sempre o mesmo afeto e que vos lembreis de que, depois da proteção de Deus, devemos ao vosso auxílio a felicidade de que desfrutamos e que deveis igualmente ao nosso a que possuis. Recebestes como nós a recompensa pelos trabalhos que juntos sustentamos nesta guerra, porque ela também vos enriqueceu e, além da quantidade de ouro, prata e presas que levais, deu-vos uma coisa que vos deverá ser ainda mais preciosa: a generosidade que todos conhecemos em vós e que estaremos igualmente sempre prontos a vos manifestar. Pois, como é verdade que depois da morte de Moisés não executastes com menor solicitude e afeto as ordens que recebestes, cumprindo-as como se ele ainda estivesse vivo, nada se pode acrescentar à gratidão que sentimos. Deixamo-vos, pois, voltar às vossas casas e vos rogamos que nunca ponhais limites à amizade, que deve ser inviolável entre nós, e que este rio que nos separa não nos impeça de nos considerarmos sempre como hebreus, pois pelo fato de morarmos em margens diferentes não somos menos que os outros da raça de Abraão. E, tendo o mesmo Deus dado vida aos vossos antepassados e aos nossos, somos igualmente obrigados a observar, tanto na religião quanto no nosso proceder, as leis que dEle recebemos por meio de Moisés. É a essas leis santas e divinas que nos devemos inviolavelmente apegar e crer que enquanto delas não nos afastarmos Deus sempre nos protegerá e combaterá à frente de nossos exércitos, ao passo que se abraçarmos os costumes das outras nações Ele não somente se afastará de nós, mas nos abandonará completamente".
Depois que Josué assim falou, disse adeus em particular aos chefes das tribos que voltavam e em geral a todo o exército. Todos os hebreus que ficaram com ele os acompanharam, e as lágrimas mostravam o quanto essa separação lhes era dolorosa.
192. Josué 22. Depois que passaram o Jordão, as tribos de Rúben e de Gade e metade da tribo de Manasses ergueram um altar às margens do rio, para dar à posteridade um sinal de sua estreita aliança com os compatriotas que moravam do outro lado. As outras tribos souberam-no e, não conhecendo a causa,  imaginaram que o altar fora erguido para prestar adoração sacrílega a divindades estrangeiras. E o seu zelo, sob a falsa suspeita de que eles haviam abandonado a fé de seus antepassados, levou-as a tomar as armas para castigá-los por tão grande crime.
Julgaram que a honra de Deus lhes deveria ser muito mais importante que o parentesco de sangue ou a posição de quem cometera semelhante impiedade e, nesse ímpeto de cólera, desejaram marchar naquele mesmo instante contra eles. Porém Josué, o sumo sacerdote Eleazar e o Senado detiveram o povo, alegando que era preciso, antes de se recorrer às armas, saber qual a intenção daquelas tribos, e, se por acaso fosse a que imaginavam, poderiam então agir pela força contra eles. Em seguida, mandaram Finéias, filho de Eleazar, acompanhado de dez outros respeitáveis enviados para saber com que intenção haviam construído aquele altar à beira do rio.
Quando lá chegaram, Finéias assim falou-lhes, em assembléia: "A falta que cometestes é demasiado grande para ser castigada somente com palavras. No entanto a consideração pelo sangue que nos une tão estreitamente e a nossa esperança de que lamentareis o fato de a terdes cometido impediu-nos de tomarmos imediatamente as armas para vos castigar. Mas, para evitar que nos acusem de deliberar levianamente esta guerra, vimos como delegados para junto de vós, a fim de sabermos o que vos levou a erguer esse altar à beira do rio, se tivestes boas razões para isso, e assim não tenhamos motivo para vos censurar. Se fordes culpados, todavia, executaremos a vingança que merece tão grande crime, isto é, faltar ao que deveis a Deus. Temos grande dificuldade em crer que, conhecendo bastante a sua vontade e tendo vós mesmos ouvido as leis promulgadas pela boca de Moisés, não nos tenhais deixado para voltar a um país, o qual possuis pela bondade divina, apenas para vos esquecerdes dos favores de que Ele se dignou cumular-vos, para abandonar o seu Tabemáculo, a arca de sua aliança e o seu altar e adotar as impiedades dos cananeus, sacrificando aos seus falsos deuses. Se no entanto fostes infelizes o bastante para cair nessa falta, nós vo-la perdoaremos, contanto que nela não persistais e volteis à religião de nossos antepassados. Se vos obstinardes no vosso pecado, nada haverá que não façamos para mantê-la e ver-nos-eis, armados do zelo pela honra de Deus, tornar a passar o Jordão e tratar-vos do mesmo modo como tratamos os cananeus. Pois não penseis que, estando separados de nós por um grande rio, ficais fora dos limites do poder de Deus, porque Ele se estende por toda parte, e é impossível furtar-se à sua justiça e ao seu domínio. Se a província em que habitais é um obstáculo à vossa salvação, dèveis abandoná-la, por mais rica que seja, e faremos uma nova divisão. Mas seria muito melhor renunciardes ao vosso erro, como vos aconse-lhamos, pelo amor que tendes às vossas esposas e aos vossos filhos, a fim de que não sejamos obrigados a vos declarar inimigos. Pois, para vos salvardes e a tudo o que vos é caro, somente uma destas duas deliberações deveis tomar: ou deixar-vos persuadir por nossas razões ou declararmos guerra uns contra os outros".
Assim falou Finéias, e os principais da assembléia responderam-lhe: "jamais pensamos em alterar a união que tão estreitamente nos une ou em nos afastar da religião de nossos antepassados: nela queremos sempre nos manter. Reconhecemos que há um só Deus, que é o Pai comum a todos os hebreus, e desejamos sacrificar apenas sobre o altar de bronze que está à porta do Tabernáculo. Quanto ao que erguemos às margens do Jordão e que deu lugar às suspeitas que tivestes de nós, não o fizemos com intenção de nele oferecer vítimas, porém somente para dar à posteridade um monumento à união que existe entre nós e à obrigação que temos de permanecer firmes na mesma crença. Deus é testemunha do que vos dizemos, e assim, em vez de continuar a nos acusar, deveis ter para o futuro uma opinião melhor de nós, como não desconfiar de um crime do qual ninguém da descendência de Abraão se pode tornar culpado sem merecer a pena de morte".
Finéias ficou tão satisfeito com essa resposta que lhes teceu grandes elogios e, tendo voltado a Josué, prestou-lhe contas de sua embaixada na presença de todo o povo. Houve alegria geral por ninguém ser obrigado a tomar armas para derramar o sangue dos irmãos. Deram graças a Deus por meio de sacrifícios, e cada qual retornou à sua casa. Então Josué fixou moradia em Siquém.
193. Josué 24. Depois de transcorridos vinte anos, esse excelente chefe dos israelitas, achando-se velho e cansado, reuniu o Senado, os príncipes das tribos, os magistrados, os principais da cidade e os mais importantes dentre o povo. Falou-lhes da série contínua de benefícios que Deus lhes concedera, fazendo-os passar da miséria a tão grande prosperidade e glória. Exortou-os a observar rigorosamente os mandamentos, a fim de conservá-lo sempre favorável. Declarou que se via obrigado a adverti-los, antes de morrer, sobre os deveres que tinham de cumprir e rogou-lhes que deles jamais se esquecessem. Ao encerrar as suas palavras, entregou o espírito, na idade de cento e dez anos, dos quais passara quarenta sob o governo de Moisés e, depois da morte deste, vinte e cinco anos orientando o povo.
Era um homem tão prudente, eloqüente, sensato em seus conselhos, corajoso na ação e capaz das mais importantes ações na paz e na guerra, que nenhum outro de sua época foi ao mesmo tempo tão excelente general e tão hábil governante de um povo tão numeroso. Enterraram-no em Timnate-Sera, cidade da tribo de Efraim. Eleazar, sumo sacerdote, morreu também nessa mesma época, e Finéias, seu filho, sucedeu-o. Ainda hoje se vê o seu túmulo, na cidade de Gibeá.
194.  O povo consultou o novo sacerdote para saber qual era a vontade de Deus referente a quem deveria ser o chefe contra os cananeus, e ele respondeu que se devia deixar à tribo de Judá a direção dessa guerra. Assim foi-lhe entregue essa responsabilidade, e a tribo de Simeão foi designada para ajudá-la, com a condição de que Judá, depois exterminar o que restava dos cananeus na extensão do território de sua tribo, prestaria o mesmo auxílio à tribo de Simeão, para exterminar também os que restavam entre eles.



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15 de outubro de 2017

História De Israel – Teologia 31.47 (Livro 4 Cap 8) EXCELENTE DISCURSO DE MOISÉS. LEIS QUE OUTORGA AO POVO.

História De Israel – Teologia 31.47

CAPÍTULO 8

EXCELENTE DISCURSO DE MOISÉS. LEIS QUE OUTORGA AO POVO.

171. Deuteronômio 4. Quando faltavam apenas trinta dias para se dizer que eram passados quarenta anos desde a saída do Egito, Moisés mandou reunir todo o povo no lugar onde está agora a cidade de Abilã, à margem do rio Jordão, terra muito rica em palmeiras, e falou-lhes deste modo: "Companheiros de meus longos trabalhos, com quem passei tantos perigos, tendo chegado à idade de cento e vinte anos, é tempo de deixar o mundo. Deus não quer que eu vos assista nos combates que tereis ainda de sustentar, depois de passardes o Jordão. Quero empregar esse pouco de vida que me resta para fortalecer a vossa felicidade, quanto aos cuidados que dependem de mim, a fim de obrigar-vos a conservar o afeto pela minha memória. Terminarei os meus dias com alegria, fazendo-vos conhecer em que devereis firmar a vossa felicidade e com que meios podereis conseguir uma semelhante para vossos filhos. E, como não prestaríeis fé às minhas palavras? Pois não há testemunho pelo qual eu não me tenha esforçado em dar-vos que não fosse pelo interesse em vosso bem, e vós sabeis que os sentimentos de nossa alma jamais são tão puros como quando ela está prestes a abandonar o corpo. Filhos de Israel, gravai fortemente em vosso coração que a única e verdadeira felicidade consiste em se ter a Deus como favorável. E Ele só pode concedê-la aos que dela se tornam dignos por sua piedade. É em vão que os maus se vangloriam na esperança de a conquistar. Mas se vos tornardes como Ele o deseja, o que vos exorto a ser, depois de terdes recebido as suas ordens, sereis felizes sempre, a vossa prosperidade será invejada por todas as nações do mundo, possuireis em definitivo o que já conquistastes e bem depressa entrareis na posse do que vos resta ainda conquistar. Cuidai somente em prestar a Deus uma fiel obediência: não prefirais outras leis às que vos dei, por sua ordem. Observai-as com grande cuidado e evitai principalmente mudar alguma coisa por desprezo criminoso ao que se refere à religião. Como tudo é possível aos que Deus ajuda, tornar-vos-eis os mais temíveis de todos os homens. Se seguirdes este conselho, sobrepujareis a todos os vossos inimigos e recebereis durante toda a vossa vida as maiores recompensas que a virtude pode conceder. A mesma virtude será a principal, porque é por meio dela que se obtêm todas as outras e somente ela vos pode tornar felizes e granjear-vos reputação e glória imortais entre as nações estrangeiras. Eis o que tendes motivo de esperar se observardes religiosamente — sem cessar e sem jamais permitir que sejam violadas — as leis que recebestes. Saio deste mundo com a consolação de vos deixar em grande prosperidade e recomendo-vos à sábia orientação de vossos chefes e magistrados, que jamais deixarão de ter por vós o máximo cuidado. Deus, porém, deve ser o vosso principal apoio. É somente a Ele que sois devedores de todos os benefícios que recebestes até agora por meu intermédio, e Ele não vos deixará de proteger, contanto que não deixeis de reverenciá-lo e de pôr toda a vossa confiança em seu auxílio. Tereis sempre pessoas honestas para vos dar excelentes instruções, como o sumo sacerdote Eleazar, Josué, os Senadores e os chefes de vossas tribos. Mas é necessário que lhes obedeçais com prazer, lembrando-vos de que aqueles que bem souberam obedecer saberão mandar quando forem elevados a cargos e dignidades. Assim, não imagineis, como fizestes até agora, que a liberdade consiste em desobedecer aos vossos superiores, o que é uma grande falta, da qual vos deveis absolutamente corrigir. Evitai também deixar-vos levar pela cólera contra eles, como fizestes tantas vezes para comigo, pois não vos podereis ter esquecido de que me pusestes em perigo de vida muito mais que a todos os nossos inimigos. Falo assim não para vos fazer repreensões ou censuras. Como desejaria eu, no tempo em que estou para me separar de vós, contristar-vos pela lembrança daquilo que já passou, se nem mesmo então manifestei o menor ressentimento, quando as coisas se passavam? Aconselho-vos, no entanto, a vos tornardes mais sensatos para o futuro, porque não saberia fazer-vos compreender o quanto vos importa não murmurar contra os vossos superiores quando, depois de terdes passado o Jordão e vos tornado senhores da província de Canaã, vos sentirdes repletos de todas as espécies de bens. Pois, se perderdes o respeito que deveis a Deus e abandonardes a virtude, Ele também vos abandonará e tornar-se-á vosso inimigo. Perdereis com vergonha, pela vossa desobediência, o país que conquistastes com o seu auxílio. Sereis levados escravos para todas as partes do mundo, e não haverá lugar na terra ou no mar onde não se conheçam os sinais de vossa escravidão. Não será então mais tempo de vos arrependerdes, porque não observastes as suas santas leis. E, a fim de não cair nessa desgraça, não deixeis com vida um só de vossos inimigos depois de os terdes vencido. Crede que é da máxima importância matá-los todos, sem poupar um sequer, porque de outro modo podereis, pelas relações que tiverdes com eles, ser levados à idolatria e ao abandono das leis de vossos antepassados. Ordeno-vos também o emprego do ferro e do fogo para destruir de tal modo todos os Templos, altares e bosques consagrados aos seus falsos deuses que deles não reste o menor vestígio. E o único meio de vos conservardes na posse dos bens que desfrutareis. E, para que nenhum de vós se deixe levar para o mal, por ignorância, escrevi por ordem de Deus as leis que deveis observar e a maneira como deveis proceder, tanto nos negócios públicos quanto nos particulares. Se as observardes inviolavelmente, sereis os mais felizes de todos os homens".
172. Assim falou Moisés a todos os israelitas e deu-lhes um livro, no qual estavam escritas as leis e a maneira de viver que deveriam observar. Todos consideravam-no morto, e a lembrança dos perigos que havia corrido e das amarguras que sofrerá de tão boa mente por amor a eles fê-los chorar. E o sofrimento aumentou com a certeza de que lhes seria impossível tornar a encontrar um chefe igual a ele e que, não o tendo mais como intercessor, Deus já não lhes seria tão favorável. Esses mesmos pensamentos produziram neles tal arrependimento por se terem deixado levar em furor contra ele no deserto que não se podiam consolar. Ele, porém, pediu-lhes que cessassem de chorar e só pensassem em observar fielmente as leis de Deus. E a reunião assim se dissolveu.
Julgo dever dizer, antes de passar além, quais foram essas leis, para que o leitor conheça como são dignas da virtude de tão grande legislador e saiba quais são os costumes que observamos há tantos séculos. Narrá-las-ei do mesmo modo como foram dadas por esse homem admirável, sem acrescentar ornamento algum. Mudarei somente a ordem, porque Moisés as apresentou em tempos diversos e em várias ocasiões, segundo Deus o ordenava. Sou obrigado a fazer essa observação a fim de que, se esta história cair nas mãos de algum dos de nossa nação, não seja eu acusado de faltar à sinceridade. Falarei aqui das leis relativas à política. Quanto às que se referem aos contratos que realizamos entre nós, falarei no tratado que espero, com a graça de Deus, escrever acerca de nossos costumes e das razões dessas leis. Vou então agora à primeiras:
Depois de terdes conquistado o país de Canaã e construído cidades, podereis desfrutar tranqüilamente o fruto de vossa vitória, e vossa felicidade será firme e duradoura, contanto que vos torneis agradáveis a Deus, observando as coisas que se seguem:

Êxodo 20ss, Deuteronômio 5ss e 16ss.
Na cidade que Deus escolher nesse país, a que chamarão Cidade Santa, em um planalto cômodo e fértil, construir-se-á um único Templo, no qual será erguido um único altar, com pedras não talhadas, mas escolhidas com tanto cuidado que quando estiverem unidas não deixem de ser agradáveis à vista. Não será preciso subir a esse Templo nem a esse altar por degraus, mas por um pequeno terraço em declive suave. Não haverá Templo ou altar em nenhuma outra cidade, pois há um só Deus e uma única nação, a dos hebreus.

Êxodo 20.
Aquele que blasfemar contra Deus será apedrejado e dependurado durante um dia na forca. Depois será enterrado secretamente, com ignomínia.
Todos os hebreus, em qualquer país do mundo em que habitem, dirigir-se-ão três vezes por ano à Cidade Santa, ao Templo, para agradecer a Deus os seus benefícios e implorar o seu auxílio para o futuro e também para se fomentar a amizade entre vós, por meio das festas que se hão de fazer e por conversas que se hão de ter em conjunto. É justo que se conheçam os que pertencem a um mesmo povo e são governados pelas mesmas leis, e para isso nada mais apropriado que essas reuniões e assembléias, as quais, pela vista e pelas relações entre as pessoas, deixam a lembrança gravada na memória, ao passo que os que jamais se viram passam por estrangeiros no espírito dos outros. Para esse fim, além das décimas devidas aos sacerdotes e aos levitas, reservareis outras, que vendereis cada qual em sua tribo e do que obtereis dinheiro para empregá-lo na Cidade Santa, nas festas sagradas que fareis nesses dias de regozijo. Porque é muito razoável fazer atos de alegria em honra a Deus com aquilo que provém das terras que possuímos pela sua liberalidade.

Deuteronômio 23.
Não se oferecerá em sacrifício o que procede do ganho da mulher de má vida, pois Deus não tem como agradável o que foi adquirido por meios ilícitos e por vergonhosa prostituição. Por essa mesma razão, não é permitido oferecer em sacrifício o que se tiver recebido por empréstimo de cães de caça ou de pastor para deles se tirar raça.
Não se falará mal dos deuses que as outras nações cultuam, nem se saquearão os seus Templos e nem se levarão as coisas oferecidas a alguma divindade, seja qual for.
Ninguém se vestirá de pano de linho e de lã misturados, porque isso é reservado somente aos sacerdotes.
Quando se reunirem na Cidade Santa, ao fim de sete anos, para solenizar a festa dos Tabernáculos, o sumo sacerdote subirá a um lugar elevado, de onde lera publicamente toda a Lei, tão alto que cada qual possa ouvi-la, sem que se impeçam às mulheres, às crianças e aos animais estarem presentes, pois é bom gravá-la dessa maneira nos corações, para que jamais seja apagada de sua memória e de modo a tirar-lhes a desculpa de terem pecado por ignorância. Porque as santas leis farão sem dúvida impressão muito forte em seu espírito quando eles mesmos ouvirem quais são os castigos que elas impõem e como serão punidos os que ousarem violá-las.
Deve-se antes de tudo ensinar às crianças essas mesmas leis, pois nada lhes poderá ser mais útil, e, pela mesma razão, apresentar-lhes duas vezes por dia, pela manhã e à noite, os benefícios de que são devedoras a Deus e a maneira como foram libertas da servidão dos egípcios, a fim de que lhe agradeçam os favores passados e tornem-no favorável para obter outros no futuro.
Deve-se escrever nas portas, para ter, assim, escritas em redor da cabeça e dos braços as coisas principais que Deus fez por nós, pois são grandes testemunhos de sua bondade e de seu poder, a fim de nos renovarem continuamente a sua lembrança.
Devem ser escolhidos para magistrados, em cada cidade, sete homens de virtude experimentada e hábeis no que concerne à justiça. A eles acrescentem-se dois levitas, e todos lhes prestem tanta honra que ninguém se atreva a dizer uma única palavra inconveniente em sua presença, a fim de que o hábito de prestar respeito aos homens os leve a reverenciar a Deus. Os julgamentos que esses magistrados pronunciarem serão executados, a não ser que tenham sido subornadospor presentes ou pareça visivelmente que julgaram mal, pois, sendo a justiça preferível a todas as coisas, é preciso ministrá-la sem interesse e sem favor. Do contrário, Deus seria tratado com desprezo e pareceria mais fraco que os homens se o temor de desgostar pessoas ricas e elevadas em autoridade fosse mais poderoso sobre o espírito dos juizes que o medo de violar a justiça, pois ela é a força de Deus. E, se os juizes encontram dificuldade em decidir certos assuntos, como muitas vezes pode acontecer, devem, sem nada pronunciar, levá-los integralmente à Cidade Santa, ao sumo sacerdote, ao profeta e ao Senado, que os julgarão segundo a sua consciência.

Deuteronômio 19.
Não se prestará fé a uma única testemunha. Elas devem ser três ou pelo menos duas, e pessoas sem culpa.
As mulheres não serão recebidas como testemunhas, por causa da fragilidade de seu sexo e porque falam muito atrevidamente.
Os escravos também não poderão ser testemunhas, porque a baixeza de sua condição lhes abate o ânimo, e o temor ou o interesse pode levá-los a depor contra a verdade.
Aquele contra o qual se provar que proferiu falso testemunho sofrerá o mesmo castigo que se imporia ao acusado, caso fosse condenado por seu testemunho.

Deuteronômio 21.
Quando um assassínio for cometido, sem que se saiba quem é o criminoso nem se tenha motivo para suspeitar de alguém tê-lo perpetrado por ódio ou por vingança, é preciso informar-se com exatidão e mesmo propor uma recompensa a quem o puder descobrir. E, se ninguém for dado como criminoso, os magistrados das cidades vizinhas do lugar onde o assassínio foi cometido reunir-se-ão com o Senado para saber qual dessas cidades é a mais próxima do lugar onde foi encontrado o corpo do morto. Então essa cidade comprará uma novilha, que será levada a um vale tão estéril que nele não cresçam cereais nem ervas. Ali os sacerdotes e os levitas, depois de lhe terem cortado os nervos do pescoço, lavarão as mãos e as colocarão sobre a cabeça da novilha, protestando em alta voz, juntamente com os magistrados, que não estão manchados com esse crime, que não o cometeram e que nem estavam presentes quando foi cometido, e rogando a Deus que aplaque a sua cólera e jamais permita que semelhante infelicidade volte a suceder naquele lugar.
A aristocracia é sem dúvida uma forma muito boa de governo, porque põe a autoridade nas mãos de várias pessoas de bem. Abraçai-a, então, a fim de terdes por senhores apenas as leis que Deus vos dá, pois vos deve ser suficiente que Ele queira ser o vosso guia.

Deuteronômio 17.
Se desejardes um rei, escolhei um que seja da vossa nação e ame a justiça e todas as outras virtudes. Por mais capaz que possa ser, é necessário que se atenha mais a Deus e às leis que à sua própria sabedoria e governo; que nada faça sem o conselho do sumo sacerdote e do Senado; e que não tenha várias mulheres e nem sinta prazer em ajuntar dinheiro e criar muitos cavalos, para que isso não o leve ao desprezo das leis. E, se ele se envolver em excesso com essas coisas, deveis impedir, para o bem público, que ele se torne mais poderoso que necessário.
Não se devem mudar os limites, tanto nas próprias terras quanto nas dos outros, pois servem para manter a paz. Eles devem permanecer fixos e imutáveis como se o próprio Deus os houvesse marcado, porque a mudança pode dar motivo a grandes divergências e litígios, e aqueles cuja avareza não pode tolerar que se ponham limites à sua ganância são facilmente levados a desprezar e violar as leis.

Levítico 25.
Não poderão servir para uso particular e nem se oferecerão a Deus as primícias dos frutos que as árvores produzirem antes do quarto ano, a contar do tempo em que tiverem sido plantadas, porque são como frutos abortados, e tudo o que é contrário às leis da natureza não é digno de ser oferecido a Deus nem próprio para alimentar os homens. Quanto aos frutos que as árvores produzirem no quarto ano, aquele que os colher os levará à Cidade Santa para, com as outras décimas, oferecer a Deus as primícias e comer o resto com os amigos, os órfãos e as viúvas. Mas, a começar do ano seguinte, que será o quinto, poderá fazer de seus frutos o uso que desejar.
Nada se deve semear numa vinha, porque é suficiente que a terra a alimente sem que se abra com o arado o seu seio.
Deve-se arar a terra com bois, sem juntar outros animais ou atrelar espécies diferentes à mesma charrua.
Não é conveniente, do mesmo modo, misturar duas ou três espécies de sementes para lançar à terra. Porque não agrada à natureza essa mistura. Não se devem também acasalar animais de várias espécies, para que os homens, por esse motivo, não se acostumem a tal mistura, que é abominável, pois aquilo que a princípio parece de pouca importância facilmente produz efeitos perigosos. Deve-se, por essa razão, tomar muito cuidado para não permitir imitação que possa corromper os bons costumes. Eis por que as leis regulam mesmo as coisas mínimas quando se trata de manter a todos no próprio dever.

Deuteronômio 24.
Os ceifadores devem não somente evitar recolher com demasiada avareza as espigas como também deixar algumas para os pobres. Devem, do mesmo modo, deixar alguns cachos na videira e azeitonas nas oliveiras. Pois essa feliz negligência, longe de causar prejuízo ao que a pratica, traz-lhe proveito, pela sua caridade. E Deus tornará mais fecunda a terra daquele que, não se prendendo muito aos próprios interesses, não deixa de considerar os dos outros.
Quando os bois pisam o grão, não se deve atar-lhes a boca, pois é razoável que tirem proveito de seu trabalho.
Não se deve, do mesmo modo, impedir a um transeunte, quer do país, quer estrangeiro, tomar e comer maçãs quando estiverem maduras. Ao contrário, é bom dá-las de boa mente, sem que, porém, ele as leve consigo. Não se deve também impedir àqueles que trabalham no lagar que experimentem as uvas, pois é justo tornarmos os outros participantes dos bens que apraz a Deus nos conceder, pois essa estação, que é a mais fértil do ano, dura pouco tempo. Se alguém tiver vergonha de tocar nas uvas, deve-se mesmo pedir a ele que as apanhe. (Se forem israelitas, a proximidade que há entre nós deve torná-los não apenas participantes, mas senhores daquilo que possuímos. Se forem estrangeiros, devemos desempenhar para com eles a hospitalidade, sem julgar perder alguma coisa por esse pequeno presente que lhes fazemos dos frutos que recebemos da liberalidade de Deus, pois Ele não nos enriquece somente para nós, mas deseja também dar a conhecer aos outros povos, pela participação que lhe permitimos em nossos bens, a sua munificência para conosco.)
Se alguém desobedecer a esses mandamentos, receberá trinta e nove golpes de chicote. Será castigado com essa pena servil porque, sendo livre, tornou-se escravo de seus bens e a si mesmo se desonrou. (Que há de mais razoável, depois de sofrermos tanto no Egito e no deserto, que termos compaixão das misérias dos outros e, tendo recebido tantos bens da bondade infinita de Deus, distribuirmos uma parte aos que deles têm necessidade?)
Além das duas décimas que é obrigatório pagar a cada ano, uma aos levitas e outra para as festas sagradas, deve-se pagar uma terceira, para ser distribuída às viúvas, aos pobres e aos órfãos.

Deuteronômio 26.
As primícias de todos os frutos devem ser levadas ao Templo e oferecidas aos sacerdotes, depois de terdes rendido graças a Deus por vos ter dado a terra que os produz e feito os sacrifícios que a Lei determina. Aquele que vier pagar essas duas décimas, das quais uma deve ser dada aos levitas e a outra empregada nos festins sagrados, apresentar-se-á à porta do Templo antes de voltar para casa e dará graças a Deus por haver libertado o povo da escravidão do Egito e dado a ele uma terra tão fértil e abundante. Declarará em seguida que pagou as décimas segundo a lei de Moisés e rogará a Deus que lhe seja sempre favorável. (É Ele quem conserva os bens que nos deu, sem nada acrescentarmos de novo.)
Quando os homens chegarem à idade de se casar, desposarão jovens de condição livre, cujos pais sejam gente de bem. Aquele que recusar casar-se dessa maneira, a fim de desposar a mulher de outro, que obteve com artifícios, não poderá fazê-lo, para não contristar o primeiro marido.
Por mais amor que os homens tenham por mulheres escravas, não devem desposá-las, mas dominar a sua paixão, pois a honestidade e a boa educação a isso os obrigam.
A mulher que se prostituiu não poderá casar-se, porque, tendo sido desonrado o seu corpo, Deus não receberá os sacrifícios que lhe forem oferecidos por semelhantes casamentos. Além disso, as crianças que nascem de pais virtuosos possuem índole mais nobre e mais inclinada à virtude que as originárias de aliança vergonhosa ou contraída por amor impudico.

Deuteronômio 24.
Se alguém, depois de ter desposado uma jovem que passava por virgem, julga ter motivo para crer que já não o é, a fará citar à justiça e trará as provas de sua suspeita. O pai ou o irmão ou, em sua falta, o parente mais próximo da moça a defenderá. Se ela for declarada inocente, o marido será obrigado a mantê-la sem poder jamais despedi-la, a não ser por grande falta, que não possa ser contestada. E, como castigo pela calúnia e pelo ultraje que fez à sua inocência, receberá trinta e nove golpes de chicote e dará cinqüenta sidos ao pai da moça. Mas se ela for culpada e provir de família leiga, será apedrejada. Se for da descendência dos sacerdotes, será queimada viva.

Deuteronômio 2 1.
Se um homem desposou duas mulheres e tem mais afeto a uma delas, quer por causa da beleza, quer por alguma outra razão, e o filho da que ele mais ama seja mais moço que o da que ele menos ama e aquela o queira na partilha, como se fosse o mais velho, a fim de que, segundo as leis, tenha dupla porção, não deve o marido atender-lhe o pedido. Porque não é justo que a infelicidade de a mãe ser menos amada pelo marido seja causa de injustiça ao direito de primogenitura que o seu filho adquiriu pelo privilégio do nascimento.

Deuteronômio 22.
Se alguém corrompeu uma jovem, noiva de outro, tendo ela lhe dado o consentimento, ambos serão castigados de morte, pois são culpados: o homem por ter persuadido a moça a preferir um prazer infame à honestidade do matrimônio legítimo e ela por ter assim consentido ou pelo desejo do dinheiro ou por vergonhosa volúpia.
Aquele que desonra uma moça que encontra sozinha e a quem ninguém pode socorrer será castigado de morte.
Aquele que abusa de uma jovem ainda não prometida a ninguém será obrigado a desposá-la ou a pagar cinqüenta sidos ao pai da moça, se este não a quiser dar em casamento.
Aquele que por qualquer motivo quiser separar-se da mulher, como acontece freqüentemente, prometer-lhe-á por escrito que jamais a tornará a pedir de volta, a fim de que ela tenha liberdade de tornar a casar-se — e não se permitirá o divórcio senão com essa condição. E se, depois de haver casado com outro, esse segundo marido a tratar mal ou vier a morrer e o primeiro a quiser receber de novo, não lhe será permitido voltar para junto dele.

Deuteronômio 25.
Se um homem morre sem filhos, o irmão dele desposará a viúva e se dela tiver um filho dar-lhe-á o nome do falecido e o considerará herdeiro deste, pois é vantajoso para a República que o bem se conserve desse modo nas famílias, e será uma consolação para a viúva viver com uma pessoa tão próxima de seu marido. Se o irmão do falecido recusar desposá-la, ela declarará diante do Senado que ele não se incomodou em mantê-la na família do marido nem em lhe dar filhos e que esse cunhado, a quem ela queria desposar, fez à memória do irmão a injúria de não querer saber dela. Quando o Senado o fizer vir para perguntar-lhe qual a razão disso e ele fizer alguma alegação, quer boa, quer má, ela descalçará um dos sapatos do cunhado que a recusou e cuspir-lhe-á no rosto, dizendo que ele merece receber essa afronta porque fez grande ultraje â memória do irmão. Assim, ele sairá do Senado com essa mancha, que lhe marcará pelo resto da vida, e a mulher poderá casar-se com quem bem entender.


Deuteronômio 21.
Se alguém tomar na guerra uma mulher como prisioneira, seja virgem, seja casada, e quiser contrair com ela um matrimônio legítimo, é preciso que antes ela se vista de luto, que lhe cortem os cabelos e que ela chore os parentes e amigos mortos no combate, para que depois de satisfazer à dor possa ter o espírito mais livre para as festas de núpcias. Porque é justo que aquele que toma uma esposa com o propósito de ter filhos dê alguma coisa aos bons sentimentos dela e não se entregue de tal modo ir ao prazer que venha a desprezá-los. Após um luto de trinta dias, tempo suficiente para as pessoas sensatas chorarem os parentes e amigos, poder-se-á celebrar o casamento. Se o homem depois de ter sa-tisfeito à sua paixão vier a desprezar essa mulher, não lhe será mais permitido tê-la como escrava: ela tornar-se-á livre e poderá ir para onde quiser.

Deuteronômio 21.
Se houver filhos que não prestem aos progenitores a honra que lhes é devida, mas os desprezem e vivam insolentemente com eles, esses progenitores, que a natureza faz juizes daqueles, deverão fazer-lhes ver que ao se casar não tinham por objetivo a voluptuosidade nem o desejo de aumentar o próprio bem, e sim ter filhos que os pudessem auxiliar na velhice e que, havendo-os recebido de Deus, os receberam com alegria e ação de graças e os educaram com toda espécie de cuidados, sem nada poupar para bem instruí-los. E acrescentarão estas palavras: "Mas como é preciso perdoar alguma coisa à juventude, contentai-vos pelo menos, meu filho, de terdes até aqui cumprido tão mal o vosso dever. Refleti, procurai ser mais sensato e lembrai-vos de que Deus tem como feitas contra Ele mesmo as ofensas que se cometem contra aqueles dos quais se recebeu a vida, pois Ele é o pai comum de todos os homens, e a Lei determina, por esse motivo, uma pena irremissível, e eu ficaria muito sentido se fósseis tão infeliz que a devêsseis merecer".
Se depois de todas essas palavras a criança se corrigir, será bem perdoar-lhe as faltas que houver cometido mais por ignorância que por malícia, e assim louvar-se-á a sabedoria do legislador e os pais serão felizes por ver que o filho não sofrerá o castigo que as leis determinam. Mas se essa sábia repreensão for inútil e a criança persistir na desobediência e permanecer insolente para com os pais, tornando-se inimiga das leis, ela será levada para fora da cidade e apedrejada à vista de todo o povo. E, depois que o seu corpo tiver sido exposto em público durante todo o dia, será enterrada à noite.

Deuteronômio 23.
A mesma coisa se há de observar a respeito daqueles que forem condenados à morte: enterrar-se-ão até mesmo os inimigos. Nenhum morto deve ser deixado sem sepultura, pois seria levar muito além a sua punição.
Não será permitido a israelita algum emprestar com usura dinheiro, alimento algum ou bebida de qualquer espécie, porque não é justo aproveitar-se da miséria dos outros da mesma nação. Deve-se, ao contrário, considerar uma honra ajudá-los e esperar recompensa somente de Deus. Aqueles que tomarem emprestado dinheiro, frutos secos ou líquidos deverão restituí-los quando Deus lhes permitir colhê-los, e com a mesma alegria com que os pediram emprestado, porque é o melhor meio de os encontrar se vierem a cair em semelhante miséria.

Deuteronômio 24.
Se o devedor não tem vergonha de deixar de pagar a dívida, o credor não deverá, no entanto, ir à sua casa pedir um penhor, como garantia, mas terá de esperar que a justiça o ordene. Só então o poderá solicitar, sem todavia entrar na casa do devedor, que será obrigado a entregar-lhe o penhor imediatamente, pois não é permitido opor-se àquele que vem amparado pelo auxílio das leis. Se o devedor estiver em boa situação, o credor poderá conservar esse penhor até ser reembolsado daquilo que emprestou. Mas se é pobre, deverá restituí-lo antes que o sol se ponha, principalmente se forem vestes, a fim de que possa cobrir-se à noite, porque Deus tem compaixão dos pobres. Não se poderá tomar como penhor uma mula nem coisa alguma que sirva para o moinho, a fim de não se aumentar ainda mais a miséria dos pobres tirando-lhes os meios de ganhar a vida.
Aquele que retiver em escravidão um homem livre de nascimento será castigado com a morte. Aquele que roubar ouro ou prata será obrigado a restituir o dobro.
Aquele que matar um ladrão doméstico ou um homem que tenha tentado saltar o muro de sua casa para roubar não será castigado.
Aquele que roubar um animal pagará o quádruplo de seu valor. Se for um boi, pagará cinco vezes o que ele vale. Ou será reduzido à escravidão, se não tiver meios de pagar a multa.
Se um hebreu for vendido a outro hebreu, ficará seis anos como seu escravo, mas no sétimo ano será posto em liberdade. Se enquanto estiver na casa de seu senhor desposar uma mulher escrava como ele, tiver filhos dela e por causa da afeição que lhes tem preferir permanecer escravo com eles, será libertado, com a mulher e os filhos, no ano do Jubileu.

Deuteronômio 22.
Se alguém achar ouro ou prata na estrada, será divulgado a som de trombe-ta o lugar onde foi encontrado esse bem, a fim de que seja restituído a quem o perdeu, porque não se deve tirar vantagem do prejuízo alheio. A mesma coisa deve ser feita com os animais que se encontrarem perdidos ou desgarrados no deserto. E, se não se puder saber a quem eles pertencem, poderão ser conservados, depois de se tomar a Deus como testemunha de que não existe absolutamente intenção de se tirar proveito do bem alheio.
Quando for encontrado algum animal de carga atolado num pântano, deve-se tentar retirá-lo de lá como se fosse próprio.
Em vez de se zombar de quem está perdido ou de se divertir ao vê-lo em tal aflição, deve-se encaminhá-lo à verdadeira estrada.
Não se deve falar mal nem de um surdo nem de um ausente.
Se numa briga inesperada um homem ferir outro sem ter empregado ferro, deve ser castigado, recebendo tantos golpes quantos desferiu. Se o ferido vier a morrer depois de ter vivido muito tempo após o ferimento, aquele que o feriu não será castigado como assassino. E, se o ferido sarar, aquele que o feriu será obrigado a pagar todas as despesas, bem como aos médicos.
Se alguém der um pontapé numa mulher grávida e ela der à luz antes do tempo, será condenado a uma multa em favor dela e a outra em favor do marido, porque diminuiu o número do povo, impedindo um homem de vir ao mundo. Se a mulher morrer por causa do golpe que recebeu, ele será castigado com a morte, porque exige a Lei que quem tirar a vida de outrem também venha a perder a própria vida.
Quem for encontrado trazendo veneno consigo será castigado com a morte, porque é justo que venha a sofrer o mesmo mal que desejou fazer a outrem.
Se um homem vaza os olhos a outro, ser-lhe-ão também vazados os seus, porque é razoável que seja tratado tal como tratou ao outro, caso o que perdeu a vista não preferir ser ressarcido com dinheiro: isso a Lei deixa escolher.
O dono de um boi que tem probabilidade de ferir com os chifres é obrigado a matá-lo. E, se o boi ferir alguém e o matar, será morto imediatamente a pedradas e não se comerá a sua carne. E, se o dono sabia que o boi era perigoso e não tomou providências a esse respeito, será castigado com a morte, porque causou a morte de alguém. Se a pessoa morta pelo boi for escrava, o boi será apedrejado e serão pagos trinta sidos ao dono do escravo. Se um boi matar outro boi, ambos serão vendidos e o dinheiro será dividido entre os donos.
Quem cavar um poço ou uma cisterna terá grande cuidado em cobri-lo, não para impedir que se tire água, mas para que ninguém lá venha a cair. E se, por não haver assim procedido, algum animal lá cair e morrer, será obrigado a pagar o preço do animal ao seu proprietário. É preciso colocar cercas em redor dos telhados das casas, para que ninguém de lá venha a cair.

Levítico 6.
Aquele a quem um depósito for confiado, conservá-lo-á como coisa sagrada e não o dará a quem quer que seja, por coisa alguma que se lhe possa oferecer. Pois, embora não haja testemunhas para acusá-lo, ele deve ter em conta o testemunho da consciência e o quanto deve a Deus, que não pode ser enganado pela malícia ou pelos artifícios dos homens. E, se o depositário perder o depósito, sem culpa irá procurar os sete juizes de que se falou e tomará a Deus por testemunha, jurando em sua presença que não teve parte alguma no furto nem fez uso algum do depósito. Assim, será livre do compromisso. Mas, por pouco que dele se tenha servido, será obrigado a restituir o depósito inteiro.

Deuteronômio 24.
Deve-se ser bastante consciencioso em pagar o salário a que fazem jus os operários com o suor do rosto, pois Deus, em vez de terras e de bens, deu braços aos pobres, para ganharem a vida. Pela mesma razão, não se deve adiar para o dia seguinte o pagamento que lhes é devido. Devem ser pagos no mesmo dia, porque Deus não quer vê-los prejudicados por não receberem o que granjearam.
As crianças não devem ser castigadas pelos pecados dos pais porque, sendo elas virtuosas, são dignas de serem lamentadas por terem nascido de pessoas viciadas e não devem ser odiadas em razão das faltas cometidas por seus proge-nitores. Não se deve, do mesmo modo, imputar aos pais os defeitos dos filhos, e sim atribuí-los à má natureza destes, que os fez desprezar as boas lições que lhes deram aqueles e os impediu de aproveitá-las.
Deve-se fugir e ter horror aos que se tornaram eunucos voluntariamente e assim perderam o meio que Deus lhes deu de contribuir para a multiplicação dos homens. Porque além de terem procurado quanto estava neles diminuir-lhes o número e serem de algum modo homicidas de crianças, das quais poderiam ter sido os pais, não poderiam cometer tal ação sem ter antes machucado a pureza da própria alma, pois é fora de dúvida que se ela não se tivesse efeminado eles não teriam posto o corpo num estado que os assemelha às mulheres. Assim, é preciso rejeitar tudo o que, sendo contra a natureza, pode passar a monstruoso. Não se deve privar nem o homem nem animal algum do sinal de seu sexo.
173. Essas são as leis que sereis obrigados a observar durante a paz, a fim de tornardes Deus favorável. E, para que nada as possa perturbar, rogo-vos que nunca permitais que elas sejam abolidas e substituídas por outras. Mas, sendo impossível que não haja amotinação nos países mais bem organizados e que os homens não caiam em desgraça, improvisada ou voluntária, é preciso que eu vos dê, além de tudo, alguns avisos a esse respeito, de modo a não serdes surpreendidos nessas ocasiões e a estardes preparados para o que deveis fazer.
É meu desejo que quando tiverdes obtido por vosso trabalho, com o auxílio de Deus, o país que Ele vos destinou, vós o possais possuir em paz e com plena tranqüilidade; que não sejais perturbados, nem pelos ataques de vossos inimigos nem por divisões intestinas; e que, em vez de abandonar as leis e o proceder de vossos antepassados para abraçar outras que lhes sejam inteiramente opostas, permaneçais firmes na observância daquelas que o próprio Deus vos outorgou. Mas se vós ou os vossos descendentes fordes obrigados a fazer guerra, desejo de todo o meu coração que isso jamais ocorra no vosso país. Nesse caso, deve-se começar enviando arautos para declarar aos vossos inimigos que em qualquer condição que estejais, tanto na cavalaria como na infantaria, e principalmente tendo a Deus por protetor e guia de vossos exércitos, preferis não serdes obrigados a lançar mão das armas, pois não tendes nenhum desejo de vos aproveitardes disso.
Se as vossas palavras os persuadirem a continuar em paz convosco, será muito melhor não rompê-la. Se eles as desprezarem, porém, e não temerem declarar-vos uma guerra injusta, marchai corajosamente contra eles, tomando a Deus por comandante e general e para comandar, abaixo dEle, o mais sábio e experimentado de vossos capitães, pois a pluralidade de chefes com igual autoridade, em lugar de ser vantajosa, é muitas vezes prejudicial, pela demora que traz à execução das empresas. Quanto aos soldados, é preciso escolher os mais valentes e robustos, sem misturar com eles os fracos e covardes, pois estes, em vez vos serem úteis, sê-lo-ão aos vossos inimigos, fugindo quando deveriam combater.
Não se obrigará a ir à guerra os que tiverem construído uma casa até que nela tenham habitado durante um ano, nem os que tiverem plantado uma vinha até que dela tenham recolhido os frutos e nem os recém-casados, pois estes, pelo desejo de se conservarem para desfrutar os prazeres que lhes são caros, podem vir a afrouxar a coragem e poupar a vida demasiadamente.
Observai nos vossos acampamentos uma disciplina rigorosa, e quando atacardes uma praça e tiverdes necessidade de madeira para fazer máquinas, evitai cortar as árvores frutíferas, porque Deus as criou para utilidade dos homens, e, se elas pudessem falar e mudar de lugar, queixar-se-iam do mal que lhes estaríeis fazendo sem vos terem dado motivo para isso e ir-se-iam estabelecer em outras terras.
Quando sairdes vitoriosos, matai os que vos resistirem no combate, mas poupai os outros, para torná-los tributários, exceto os cananeus, que exterminareis completamente.

Deuteronômio 22.
Ficai atentos a tudo o que se refere à guerra, principalmente para que nenhuma mulher se disfarce de homem e nenhum homem de mulher.
Essas foram as leis que Moisés deixou à nossa nação. Ele deu também as que havia escrito quarenta anos antes, das quais falaremos em outro lugar.
174. Deuteronômio 30, 31, 32 e 34. Esse homem admirável continuou nos dias seguintes a reunir o povo, pediu a Deus com fervorosas orações que os assistisse, se eles observassem as suas santas leis, e fez imprecações contra aqueles que a elas faltassem. Deu-lhes depois um cântico que havia composto em versos hexâmetros, no qual predizia as coisas que lhes deviam acontecer, das quais uma parte já se realizou e o resto realizar-se-á depois, sem que se tenha podido notar uma mínima coisa que não fosse conforme à verdade. Entregou esse livro sagrado à guarda dos sacerdotes, juntamente com a arca, na qual esta-vam as duas Tábuas da Lei, e confiou-lhes o cuidado do Tabernáculo.
175. Ele recomendou ao povo que quando estivessem de posse da terra de Canaã se recordassem da injúria que haviam recebido dos amalequitas e lhes declarassem guerra, para castigá-los como mereciam, pela maneira injuriosa com que os haviam tratado no deserto.

Deuteronômio 27 e 28. Ordenou-lhes também que, depois de conquistar essa mesma terra de Canaã e de passar todos os seus habitantes a fio de espada, construíssem perto da cidade de Siquém um altar voltado para o oriente, que tivesse à direita o monte Gerizim e à esquerda o Ebal, e que em seguida se dividisse todo o exército em dois, colocando seis tribos sobre um monte e seis sobre o outro e dividindo igualmente os sacerdotes e os levitas entre os dois montes.
Então os que estivessem sobre o monte Gerizim pediriam a Deus que abençoasse os que observassem com piedade as leis dadas por Moisés. Os que estivessem sobre o monte Ebal confirmariam com aclamações esse pedido e pronunciariam, por sua vez, as mesmas bênçãos, ao que os outros responderiam com os mesmos clamores de alegria. Por fim, fariam uns depois dos outros, na mesma ordem, todas as espécies de imprecações contra os violadores das leis de Deus. Moisés mandou escrever todas essas bênçãos e maldições e, para melhor conser-var-lhes a recordação, mandou gravá-las nos dois lados do altar e permitiu ao povo que dele se aproximasse somente naquele dia de oferecer holocaustos, o que lhes era proibido pela Lei. Esses foram os mandamentos que Moisés outorgou aos hebreus e que eles observam ainda hoje.
176. Deuteronômio 29. No dia seguinte, mandou reunir todo o povo e quis que as mulheres, as crianças e mesmo os escravos estivessem presentes. Obrigou-os todos a jurar que observariam inviolavelmente e conforme a vontade de Deus todas as leis que ele lhes havia concedido por ordem dEle, sem que nem o parentesco, nem o favor, nem o medo, nem qualquer outra consideração os pudesse levar a transgredi-las. E, se algum dos parentes ou alguma cidade, sem motivo, quisesse fazer coisas que lhes fossem contrárias, todos, em geral e em particular, os dominariam à força e, depois de vencer esses ímpios, destruiriam as suas cidades até os alicerces, sem que restasse, se possível, o menor vestígio delas. Se não fossem bastante fortes para vencê-los e castigá-los, que ao menos demonstrassem horror pela sua impiedade. Todo o povo prometeu com juramento observar essas coisas.
Moisés instruiu-os depois sobre a maneira como deviam fazer os sacrifícios, a fim de torná-los mais agradáveis a Deus. Recomendou-lhes ainda que não se metessem em guerra alguma, senão depois de reconhecer, pelo brilho extraordinário das pedras preciosas que estavam sobre o racional do sumo sacerdote, que Deus aprovava que eles as empreendessem.
177. Josué então predisse, pelo espírito de profecia, mesmo ainda vivendo Moisés e em presença deste, tudo o que faria para o bem do povo ou na guerra, pelas armas, ou na paz, pela publicação de várias leis boas e santas. Exortou-os a praticar com cuidado a maneira de viver que lhes acabava de ser determinada e disse-lhes que Deus lhe havia revelado que, se eles se afastassem da piedade de seus antepassados, seriam oprimidos por toda espécie de desgraças: o seu país se tornaria presa de nações estrangeiras e os seus inimigos destruiriam as suas cidades, queimariam o Templo e levá-los-iam escravos. Eles gemeriam numa escravidão tanto mais dolorosa quanto teriam por senhores homens sem piedade e então se arrependeriam, porém muito tarde, de sua desobediência e ingratidão. Todavia a infinita bondade de Deus não deixaria de restituir as cidades aos seus antigos habitantes e o Templo ao seu povo, o que aconteceria não somente uma vez, mas diversas.
178. Deuteronômio 31, 33 e 34. Moisés ordenou em seguida a Josué que levasse o exército contra os cananeus, assegurando-lhe que Deus o assistiria naquela empresa e desejando toda espécie de felicidade ao povo, e assim falou-lhes: "Hoje Deus resolveu terminar a minha vida, e devo ir encontrar-me com os meus pais. É bem justo que antes de morrer eu lhe dê graças na vossa presença pelo cuidado que teve de vós, não somente vos livrando de tantos males, mas vos cumulando de tantos bens, e por me assistir nas dificuldades que tive de enfrentar para vos proporcionar tantos benefícios. Pois é somente a Ele que deveis o começo e a realização de vossa felicidade. Eu fui apenas o seu ministro e só ei as suas ordens, que são efeitos de sua onipotência, de que eu não saberia dar graças o suficiente nem teria como rogar-lhe a continuidade. Deixo cumprido esse dever e rogo-vos que graveis na memória um tão profundo respeito por Deus e tanta veneração por suas santas leis que as considereis sempre como o maior de todos os favores que Ele vos fez e que jamais poderíeis dEle receber. Se um legislador, embora sendo um homem, não iria tolerar que se desprezassem as leis criadas por ele e castigaria o desprezo a elas com todas as suas forças, imaginai qual será a cólera e a indignação de Deus, se deixardes de observar as suas. Rogo a Ele de todo o meu coração que não permita sejais tão infelizes para merecê-lo".
179. Depois de assim falar, Moisés predisse a cada uma das tribos o que lhe deveria acontecer e desejou-lhes mil bênçãos. Toda aquela enorme multidão não pôde por mais tempo reter as lágrimas. Homens e mulheres, grandes e pequenos, todos demonstraram igualmente o seu pesar por perder um chefe tão ilustre. Não houve mesmo criança que não derramasse lágrimas: a sua eminente virtude não podia ser ignorada nem mesmo pelos dessa idade.
Dentre as pessoas sensatas, umas deploravam a gravidade de sua perda para o futuro e outras queixavam-se de não terem compreendido o bastante a felicidade que era para eles ter um tal chefe e guia e de serem privados dele quando o começavam a conhecer. Nada, porém, demonstrou tão bem até que ponto chegava a aflição deles como o que aconteceu a esse grande legislador. Pois ainda que estivesse convencido de que não era necessário chorar à hora da morte, pois ela vem por vontade de Deus e por uma lei indispensável da natureza, ele ficou tão comovido pelas lágrimas de todo o povo que não pôde deixar de chorar.
Caminhou depois para onde deveria terminar a vida, e todos seguiram-no gemendo. Aos mais afastados, ele sinalizou com a mão que parassem e rogou aos que estavam mais próximos que não o afligissem mais ainda, seguindo-o com tantas demonstrações de afeto. Assim, para obedecer, eles pararam, e todos juntamente lamentavanra infelicidade por tão grande perda. Eleazar, o sumo sacerdote, Josué, o comandante do exército, e os Senadores foram os únicos que o acompanharam. Quando ele chegou ao monte Nebo, que está em frente a Jerico e é tão alto que de lá se pode ver todo o país de Canaã, despediu-se dos Senadores, abraçou Eleazar e Josué e deu-lhes o último adeus. Ainda ele falava quando uma nuvem o rodeou e ele foi levado a um vale.
Os Livros Santos, que ele nos deixou, dizem que Moisés morreu porque se temia que o povo não acreditasse que ele ainda estava vivo, arrebatado ao céu por causa de sua eminente santidade. Faltava somente um mês para que, dos cento e vinte anos que viveu, ele completasse quarenta no governo daquele grande povo, cuja direção Deus lhe havia confiado. Ele morreu no primeiro dia do último mês do ano, que os macedônios chamam dystros, e os hebreus, adar.
jamais homem algum igualou em sabedoria esse ilustre legislador, e ninguém soube, como ele, tomar sempre as melhores resoluções e tão bem pô-las em prática, jamais algum outro se lhe pôde comparar na maneira de tratar com um povo, de governá-lo e persuadi-lo pela força de suas palavras. Sempre foi tão senhor de suas paixões que parecia até delas estar isento e que as conhecia apenas pelos efeitos que via nos outros. Sua ciência na guerra pôde dar-lhe um lugar entre os maiores generais, e nenhum outro teve o dom da profecia em tão alto grau. As suas palavras eram outros tantos oráculos, e parecia que o próprio Deus falava por sua boca.
O povo chorou-o durante trinta dias, e nenhuma outra perda lhe foi jamais tão sensível. E ele não foi lamentado apenas por aqueles que tiveram a felicidade de conhecê-lo, mas também por aqueles que conheceram as leis admiráveis que ele nos deixou, porque a santidade que nelas se nota não pode permitir dúvidas sobre a eminente virtude desse legislador.



Que o Santo Espirito do Senhor, ilumine o nosso entendimento
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