História De Israel – Teologia 31.18
CAPÍTULO 18
VISÃO QUEJACÓ TEVE NA TERRA DE CANAÃ, ONDE DEUS PROMETE TODA
SORTE DE FELICIDADE A ELE E À SUA DESCENDÊNCIA. NA
MESOPOTÂMIA,
DESPOSA LEIA E RAQUEL, FILHAS DE LABÃO. RETIRA-SE
SECRETAMENTE PARA
VOLTAR AO SEU PAÍS. LABÃO PERSEGUE-O, MAS DEUS O PROTEGE.
LUTA COM
UM ANJO E RECONCILIA-SE COM O SEU IRMÃO ESAÚ. O FILHO DO REI
DE
SIQUÉM VIOLENTA DINÁ, FILHA DEJACÓ. SIMEÃO E LEVI, SEUS
IRMÃOS,
PASSAM AFIO DE ESPADA TODOS OS HABITANTES DA CIDADE DE
SIQUÉM.
RAQUEL DÁ À LUZ BENJAMIM E MORRE DE PARTO. FILHOS DE JACÓ.
49. Gênesis 28. Tendo
sido Jacó, com o consentimento do pai, enviado por sua mãe à Mesopotâmia, para
desposar uma filha de Labão, seu tio, atravessou o país dos cananeus. Mas, por
ser uma nação inimiga, não entrou em nenhuma de suas casas. Dormia no campo,
utilizando-se das pedras como travesseiro. E, dormindo, teve uma visão.
Parecia-lhe ver uma escada que ia da Terra até o céu com pessoas — que pareciam
ser mais que humanas — descendo por ela. Deus, que estava no alto, apareceu-lhe
claramente, chamou-o pelo nome e disse-lhe: "Jacó, tendo como tendes por
pai um homem de bem e tendo o vosso avô se tornado tão célebre pela virtude,
por que vos deixais abater pela dor? Concebei melhores esperanças. Grandes bens
vos esperam, e eu jamais vos abandonarei. Quando Abraão foi expulso da
Mesopotâmia, eu o fiz vir aqui. Tornei feliz o vosso pai, e vós não o sereis
menos que ele. Coragem! Continuai o vosso caminho, nada temais sob o meu
governo. O vosso casamento será como desejais: tereis muitos filhos, e vossos
filhos terão ainda mais. Sujeitar-lhes-ei este país, e à sua posteridade, que
se multiplicará de tal modo que todas as terras e os mares que o Sol ilumina
serão povoadas por eles. Nenhuma tribulação e nenhum perigo serão capazes de
vos assustar. Desde já tomo cuidado de vós, e tomarei ainda mais para o
futuro".
50. Uma tão favorável visão encheu jacó de consolo e de
alegria. Lavou as pedras que lhe serviam de travesseiro, pois grande felicidade
ali lhe se havia predito, e fez voto: se retornasse feliz, ofereceria naquele
mesmo lugar um sacrifício a Deus e a décima parte de todos os seus bens, o que
cumpriu depois com fidelidade. Quis também, para tornar célebre o lugar,
dar-lhe o nome de Betei, isto é, "permanência de Deus".
Gênesis 29. Continuou depois a marcha para a Mesopotâmia e
por fim chegou a Harã. Nos arredores, encontrou alguns pastores, moços e moças,
que estavam sentados à borda de um poço. Rogou-lhes que lhe dessem de beber e,
tendo entabulado conversação com eles, perguntou-lhes se conheciam um homem de
nome Labão e se ele ainda vivia. Responderam-lhe que o conheciam: era um homem
muito estimado para não ser conhecido; que ele tinha uma filha que
habitualmente ia ao campo com eles (admiravam-se de ela não estar ali com o
grupo); e que ele poderia saber dela tudo o que desejava.
Conversavam assim quando Raquel chegou, acompanhada de seus
pastores. Apontaram-lhe Jacó, dizendo que aquele estrangeiro perguntara pela
saúde de seu pai. Como ela era muito jovem e muito simples, mostrou-se
satisfeita em ver Jacó e perguntou-lhe quem era e que motivo o trazia ao seu
país, acrescentando o desejo de que seu pai e sua mãe lhe pudessem dar tudo o
que ele queria deles. Tão grande bondade comoveu-o. Estando ela perto de jacó,
este ficou bastante surpreendido com a sua beleza, que era extraordinária.
"Pois que vós sois filha de Labão", disse-lhe ele, "posso dizer
que a nossa aproximação precedeu o nosso nascimento. Terá teve a Abraão por
filho, Naor e Arã também. Mas nós somos ainda mais próximos: pois Rebeca, minha
mãe, é irmã de Labão, vosso pai. Assim, somos primos irmãos, e eu vos venho
visitar para dar-vos o que vos devo e renovar tão estreita aliança".
Raquel, que ouvira o pai falar tantas vezes de Rebeca e do
desejo que tinha de receber notícias dela, ficou tão contente que, levada pela
alegria, abraçou Jacó e, chorando, disse-lhe que seu pai e toda a sua família
guardavam contínua recordação de Rebeca e dela falavam a todo instante. E, como
ele não lhes poderia dar maior prazer que as informações sobre uma pessoa que
lhes era tão cara, rogou-lhe que a seguisse, para não retardar nem mais um
momento tão grande satisfa-ção. Levou-o depois a Labão, cuja alegria, ao ver o
sobrinho quando menos o esperava, não foi menor, e Jacó sentiu-se em segurança
junto dele.
Alguns dias depois, Labão perguntou-lhe como tinha podido
deixar seu pai e sua mãe numa idade em que eles necessitavam tanto de sua
assistência e ao mesmo tempo ofereceu-lhe tudo o que dele podia depender. Jacó,
para satisfazer o desejo do tio, contou-lhe o que se havia passado em família.
Disse-lhe que tinha um irmão gêmeo e que Rebeca, sua mãe, querendo-o mais que a
seu irmão Esaú, havia conseguido, por um ato de astúcia, que seu pai lhe desse,
com todas as vantagens que a acompanhavam, a bênção que era do irmão.
Contou-lhe que Esaú, para vingar-se, procurava por todos os meios matá-lo e que
sua mãe lhe havia ordenado então que viesse buscar asilo junto de Labão, pois
não tinha nenhum outro parente mais próximo ao seu lado. E assim, no estado a
que se encontrava reduzido, tinha confiança apenas em Deus e no tio.
Labão, comovido com essas palavras, prometeu a jacó toda a
assistência, fosse em consideração ao parentesco, fosse para testemunhar a
amizade que conservava por sua irmã, embora ausente há tanto tempo e tão longe
dele. Prometeu também dar-lhe inteira autoridade sobre todos os que cuidavam de
seus rebanhos, e, quando Jacó voltasse ao seu país, saberia, pelos presentes
que lhe daria, qual era a sua gratidão e amizade. E Jacó, como nutrisse já grande
afeto por Raquel, respondeu-lhe que a nenhum trabalho consideraria pesado, em
se tratando de servi-lo, e que tinha tanta estima pela virtude de Raquel e
tanta gratidão pela bondade com a qual ela o havia levado até ali que não pedia
outra recompensa pelos seus serviços senão recebê-la em ca-samento.
Labão recebeu a proposta com satisfação, respondendo que não
poderia ter genro mais agradável. Disse-lhe então ser necessário que Jacó
ficasse algum tempo com eles, porque não podia resolver-se ainda a mandar a
filha para Canaã, pois já havia sentido muito ter deixado a irmã partir para um
país tão distante. Jacó aceitou a condição, prometeu servi-lo por sete anos e
acrescentou que teria prazer em encontrar ocasião de lhe mostrar, por sua
solicitude e seus serviços, que não era indigno de sua aliança.
51. Quando se passaram os sete anos, Labão viu-se na
contingência de cumprir a promessa e, no dia das núpcias, deu um grande
banquete. Mas, em vez de colocar Raquel no leito, mandou secretamente que lá
pusessem Leia, irmã mais velha, que nada tinha em si mesma que pudesse
despertar o amor. As trevas e o vinho levaram Jacó a perceber o engano somente
no dia seguinte.* Ele queixou-se a Labão, que se desculpou de assim ter agido,
dizendo ter sido obrigado pelo costume do país, que proibia casar a filha mais
nova antes da mais velha, mas que isso não o impediria de esposar Raquel:
estava disposto a entregá-la a Jacó, com a condição de que este o servisse por
mais sete anos. Jacó percebeu que o engano era um mal sem remédio, mas o seu
amor por Raquel o fez aceitar a proposta, embora injusta. Assim, ele a desposou
e serviu Labão durante outros sete anos.
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* As Escrituras afirmam que Jacó desposou Raquel ao fim de
sete dias, com a condição de que ele serviria Labão por mais sete anos.
52. As duas irmãs mantinham junto delas duas moças, Zilpa e
Bila, que Labão lhes dera não como criadas, mas apenas para fazer companhia às
filhas, embora a estas devessem prestar obediência. Leia vivia triste, porque
Jacó só tinha amor por Raquel, mas julgou que ele também poderia amá-la, se
Deus lhe desse filhos. Por isso rogava a Ele constantemente que lhe fizesse
aquela graça e por fim a obteve. Deu à luz uma criança, à qual chamou Rúben,
para mostrar que o obtivera unicamente dEle. Teve em seguida outros três: um de
nome Simeão, significando que Deus lhe havia sido favorável; outro a que chamou
Levi, isto é, "sustentáculo da sociedade"; e outro ainda, Judá, isto
é, "ação de graças".
Gênesis 30. A fecundidade de Leia, com efeito, levou jacó a
amá-la mais. E Raquel, temendo que o afeto do marido pela irmã diminuísse a
parte que lhe tocava, resolveu dar Bila a Jacó, que dela teve dois filhos: o
mais velho, de nome Dã, isto é, "julgamento de Deus", e o mais novo,
Naftali, isto é, "engenhoso", porque Raquel havia combatido por meio
da astúcia a fecundidade da irmã. Leia usou também do mesmo artifício e pôs
Zilpa em seu lugar, com a qual Jacó teve dois filhos: um de nome Gade, isto é,
"vindo por acaso", e outro, Aser, isto é, "felicidade",
porque Leia daí tirava vantagem.
Dessa maneira, viviam juntas as duas irmãs. Rúben, filho
mais velho de Leia, trouxe um dia para sua mãe algumas mandrágoras. Raquel teve
também desejo de comê-las e rogou à irmã que as repartisse com ela. Leia recusou
atender o pedido, dizendo que Raquel devia contentar-se com a vantagem do afeto
de Jacó. Raquel, para acalmá-la, ofereceu-lhe Jacó por aquela noite. Ela
aceitou a proposta e ficou grávida de Issacar, isto é, "nascido como
recompensa". Em seguida, teve Zebulom, isto é, "recompensa da
amizade", e uma filha: Diná. Por fim, Raquel teve também a alegria de ser
mãe — de José, que quer dizer "aumento".
53. Gênesis 31. Vinte anos passaram-se dessa maneira, e
]acó, durante todo esse tempo, teve sempre a guarda geral dos rebanhos de
Labão. Após tantos anos de serviço, pediu para voltar ao seu país, com as duas
esposas. Labão recusou-se a dar o consentimento, e ]acó então resolveu
retirar-se secretamente. Leia e Raquel estavam de acordo com ele. E assim,
partiu com elas, levando também Zilpa e Bila, todos os seus filhos, os seus
bens e metade dos rebanhos de Labão. Raquel tomou os ídolos de seu pai, não
para adorá-los, porque Jacó não estava dominado por esse erro, mas para aplacar
a cólera de Labão, restituindo-os, caso ele os perseguisse.
Labão soube da retirada de |acó apenas no dia seguinte e
pôs-se a segui-lo com muita gente, alcançando-o no sétimo dia, pela tarde, numa
colina onde os fugitivos descansavam. Quis deixar passar a noite sem os atacar.
Mas, quando dormia, Deus apareceu-lhe em sonhos e proibiu-lhe de pela cólera
empreender algo contra Jacó e suas filhas, ordenando-lhe que se reconciliasse
com o genro e que não confiasse na desigualdade das forças, pois se ousasse
atacá-los, combateria por Jacó, para protegê-lo.
O dia não havia raiado quando Labão, em obediência à ordem
divina, mandou contar a Jacó o sonho que tivera, pedindo que viesse ter com
ele. E Jacó foi, sem nada temer. Labão começou por fazer-lhe graves censuras:
"Não podíeis", disse ele, "ter esquecido em que estado estáveis
quando viestes à minha casa, como eu vos recebi, com que liberalidade vos
tornei participante de meus bens e com quanta bondade vos dei as minhas filhas
em casamento? Quem não teria pensado que tantos favores vos teriam unido para
sempre a mim, com um afeto inviolável? Mas nem a estreita parentela, que nos
une, nem a consideração de que a vossa mãe é minha irmã, que as vossas esposas
me devem a vida e que os vossos filhos são meus impediram que me tratásseis
como se eu fosse vosso ini-migo. Levais os meus bens, obrigastes as minhas
filhas a me deixar para fugir convosco e sois a causa de elas me roubarem o que
os meus antepassados e eu sempre tivemos em grande veneração, porque são coisas
sagradas. Qual! Será então necessário que eu receba do filho de minha irmã, de
meu genro, de meu hóspede e de um homem que me é devedor de tantos benefícios
todos os ultrajes que um inimigo irreconciliável me teria podido fazer?"
54. Jacó, para justificar-se, respondeu que não era o único
a quem Deus havia imprimido no coração o amor pelo país natal e o desejo de
voltar após longa ausência. Quanto à acusação de tê-lo roubado, qualquer homem
justo Julgaria que tal censura se ajustava ao próprio Labão, porque, em vez de
lhe agradecer por ter não somente conservado, mas aumentado tanto os seus bens,
vinha queixar-se de que lhe havia sido levada uma pequena parte. E, quanto ao
que se referia às filhas, era estranho achar maldade no fato de as esposas
seguirem o marido, bem como esperar que as mães abandonassem os filhos.
Após ter-se defendido dessa maneira, Jacó, para usar das
mesmas razões que Labão apresentara contra ele, acrescentou que, sendo seu tio
e sogro, não deveria tê-lo tratado tão rudemente, como o fizera por vinte anos,
sem falar no que sofrerá para obter Raquel, suportado apenas por causa de sua
afeição por ela, e ainda depois, quando continuou a agir contra ele de maneira
que nem da parte de um inimigo teria esperado pior. Jacó tinha sem dúvida
grandes motivos para queixar-se das injustiças de Labão, pois quando este viu
que Deus favorecia jacó em todas as coisas, ora prometia-lhe dar, na partilha
do aumento do rebanho, os animais que nascessem brancos, ora os que fossem
pretos. E, percebendo que a parte de Jacó era a maior, faltava-lhe sempre à
palavra e adiava a partida para o ano seguinte, na esperança de que seria
depois a mesma coisa. Como nisso era sempre enganado, continuava também a
enganar Jacó.
Quando Raquel soube que, ante a queixa do furto dos ídolos,
Jacó dera a Labão permissão de os procurar, escondeu-os debaixo do camelo em
que montava, sentou-se sobre ele e disse que não podia se levantar, pois estava
sofrendo do incômodo próprio das mulheres. Assim, Labão não os procurou mais,
porque pensou que a filha não teria naquele estado se aproximado de coisas que
no seu espírito passavam por sagradas. Prometeu depois a Jacó, com juramento,
não somente esquecer o passado, mas conservar por suas filhas o mesmo afeto que
sempre lhes tivera. E, como sinal da renovação da aliança, ergueram sobre a
montanha uma coluna em forma de altar, à qual deram por esse motivo o nome de
Galeede e que a região vizinha, posteriormente, conservou. Fizeram depois um
grande banquete, e Labão deixou-os para regressar à sua casa.
55. Gênesis 32. jacó, por seu lado, continuou a viagem para
Canaã e no caminho teve visões, as quais o fizeram conceber tão grandes
esperanças que chamou Campos de Deus o lugar onde as tivera. Mas, temendo
sempre o ressentimento de Esaú, mandou alguns dos seus para levar-lhe notícias
e ordenou-lhes que se expressassem nestes termos: "O respeito que Jacó,
vosso irmão, vos tem, fá-lo pensar que não deve se apresentar diante de vós
enquanto estiverdes irritado contra ele, assim como o fez abandonar este país e
retirar-se para uma terra longínqua. Mas agora ele espera que o tempo tenha
apagado de vosso espírito o descontentamento e volta com as suas esposas, os
seus filhos e o que conquistou com o trabalho, a fim de pôr em vossas mãos tudo
o que possui. Nada lhe daria mesmo mais alegria do que oferecer-vos os bens com
que aprouve a Deus enriquecê-lo".
Esaú ficou tão comovido com essas palavras que veio
imediatamente encontrar-se com o irmão, acompanhado de quatrocentos homens.
Esse grande número assustou jacó, mas ele colocou a sua confiança em Deus e
dispôs todas as coisas para se pôr em condições de resistir-lhe, caso Esaú
tivesse a intenção de usar de violência. Distribuiu para isso tudo o que trazia
consigo em diversos grupos, que se seguiam a curtos espaços um do outro, de
modo que, se o que vinha à frente fosse atacado, os demais pudessem retirar-se.
Mandou depois avançar alguns de seus homens e, para acalmar o espírito do
irmão, se é que este ainda estava irritado contra ele, ordenou-lhes que
oferecessem, de sua parte, diversos animais de várias espécies que lhe poderiam
ser agradáveis pela sua raridade. Disse-lhes também que caminhassem
separadamente, a fim de que, indo assim em fila, parecesse que eram em maior
número, e recomendou-lhes sobretudo que falassem a Esaú com o máximo respeito.
56. Depois de ter assim empregado todo o dia em dispor essas
coisas, foi caminhar à noite. E, após ter atravessado as torrentes de Jaboque,
estando muito afastado de seus homens, um vulto apareceu e atracou-se com ele.
jacó foi o mais forte nessa luta, e o vulto disse-lhe: "Alegrai-vos )acó,
e que nada seja capaz de vos assustar. Pois não foi a um homem que vencestes,
mas a um anjo de Deus", jacó, tomado de admiração, pediu que o espírito
celeste informasse o que lhe devia acontecer, ao que este respondeu:
"Considerai o que acaba de se passar como um presságio, não somente de
grandes bens que vos esperam, mas da duração perpétua de vossa descendência e
da confiança que deveis ter de que ela será invencível". O anjo
ordenou-lhe em seguida que tomasse o nome de Israel, que significa, em hebreu,
"o que resistiu a um anjo", e nesse mesmo instante desapareceu. Jacó,
transbordando de alegria, chamou ao lugar Peniel, isto é, "a face de
Deus". E, como fora ferido naquela luta num lugar da coxa, jamais comeu daquela
parte de animal algum. Não nos é, do mesmo modo, permitido comê-la.
57. Gênesis 33. Quando Jacó soube que o irmão se aproximava,
mandou dizer às suas mulheres que viessem separadas uma da outra, cada qual com
as suas criadas, para ver de longe o combate, caso fossem obrigados a travá-lo.
Quando já estava próximo do irmão, todavia, reconheceu que ele vinha com
espírito de paz e apresentou-se diante dele. Esaú abraçou-o e perguntou-lhe o
que era aquela multidão de mulheres e crianças. Depois de ter sido informado de
tudo, ofereceu-se para levá-las todas a Isaque, seu pai. Jacó agradeceu e
rogou-lhe que o desculpas-se, porque toda a comitiva estava muito cansada, por
causa da longa viagem, e tinha necessidade de repouso. Assim, Esaú voltou a
Seir, onde residia habitualmente, tendo ele mesmo lhe dado esse nome, que
significa "peludo".
58. Gênesis 34. jacó,
por sua vez, dirigiu-se a um lugar denominado As Tendas, que ainda hoje
conserva esse nome, e de lá a Siquem, que é uma cidade dos cananeus. Aconteceu então
que ali se realizava uma festa, e Diná, única filha de Jacó, aproximou-se para
ver de que maneira as mulheres daquele país se vestiam. Siquem, filho do rei
Hamor, achou-a tão bela que a carregou e abusou dela. Estando apaixonado por
ela, pediu ao rei, seu pai, que a fizesse desposar. Ele consentiu e foi
procurar Jacó para pedi-la em casamento. Jacó ficou muito embaraçado, porque,
de um lado, não sabia como recusar a filha ao filho de um rei e, de outro,
julgava que em sã consciência não podia dá-la a um estrangeiro. Assim, pediu
algum tempo a Hamor, para decidir, e o monarca regressou, na persuasão de que o
casamento se realizaria.
Jacó contou aos filhos tudo o que se havia passado,
pedindo-lhes que deliberassem sobre o que deviam fazer. A maior parte não sabia
que resolução tomar. Mas Simeão e Levi, irmãos de pai e mãe de Diná, tomaram
juntos uma determinação e, sem nada dizer a Jacó, escolheram executá-la no dia
de uma grande festa que se realizava em Siquem e que se passava toda em
banquetes e divertimentos. Foram de noite às portas de Siquem, acharam os
guardas adormecidos e os mataram. Daí foram à cidade, passaram todos os homens
a fio de espada, até mesmo o rei e seu filho, poupando somente as mulheres, e
trouxeram de volta a sua irmã. Jacó ficou fora de si por aquela ação sangrenta
e muito irritado com os dois, mas Deus, numa visão, ordenou que se consolasse,
que purificasse as suas tendas e pavilhões e que oferecesse o sacrifício ao
qual se havia obrigado quando Ele lhe apareceu em sonho, na sua viagem à
Mesopotâmia.
59. Enquanto
executava essas ordens, jacó encontrou os ídolos de Labão, que Raquel havia
furtado sem nada lhe dizer. Enterrou-os em Siquem, sob um carvalho, e foi
sacrificar em Betei,* no mesmo lugar onde tivera a visão de que acabamos de
falar. De lá passou a Efrata, onde Raquel teve um filho e morreu de parto. Ela
foi sepultada ali mesmo, sendo a única de sua descendência que não foi levada a
Hebrom, ao sepulcro de seus antepassados. A morte dela causou grande aflição a
]acó, e ele chamou ao filho Benjamim, porque havia sido causa de dor, ao custo
da vida de sua mãe. Jacó teve apenas uma filha, Diná, e doze filhos, dos quais
oito eram legítimos, isto é, seis de Leia e dois de Raquel. Quanto aos outros
quatro, dois eram de Zilpa e dois de Bila. Chegou finalmente a Hebrom, na terra
de Canaã, onde morava Isaque, seu pai, mas o perdeu logo depois.
___________
* Belém.
Que o Santo Espirito do Senhor, ilumine
o nosso entendimento
Não perca tempo, Indique esta maravilhosa
Leitura
Custo:O Leitor não paga Nada,
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