História Do Cristianismo -
Teologia 32.262
WILLIAM TYNDALE
No entanto, outros ingleses,
com fins mais nobres e puros, não estavam menos ocupados em outros pontos. No
ano 1520 William Tyndale deixou a Universidade de Cambridge e começou a sua
notável carreira.
Estando em Gloucéster, como
professor em casa de um fidalgo chamado Welsh, discutia ali freqüentemente com
os abades, diáconos e outros beneficiadores que se reuniam à mesa do fidalgo.
Numa dessas discussões, o seu adversário, encolerizado, no calor da
controvérsia, disse-lhe: "Era melhor viver sem as leis de Deus do que sem
as do papa". Tyndale, no auge de indignação, exclamou: "Eu não me
importo com o papa nem com as suas leis", e acrescentou: "se Deus me
poupar a vida hei de fazer que em poucos anos qualquer rapaz que conduz o arado
saiba mais das Escrituras do que o senhor". No fim de tudo parece que o
estudante de Cambridge não era muito popular em casa do fidalgo de Gloucéster,
e os seus serviços eram muito mais apreciados do que a sua companhia.
Seguindo depois para Londres,
procurou Cuthbert Tonstall, que então era bispo, e diligenciou obter um lugar
em casa dele, mas os seus esforços foram debaldes.
O seu destino era outro: era
ser um servo do Senhor em tempos perigosos, e para isso era preciso que
passasse por provas mais severas do que as que se poderia encontrar na casa de
qualquer bispo. Contudo, por algum tempo esteve hospedado em casa de um tal
Humphrey Monmouth, um digno cidadão de Londres que tinha um verdadeiro respeito
pelo seu hóspede, e que estava ele próprio, bastante interessado no novo
ensino. Mas à medida que as opiniões de Tyndale se tornaram conhecidas (e ele
não era homem que escondesse a sua luz) os perigos aumentavam para ele, e os
seus amigos aconselharam-no a retirar-se para a Europa.
Além disso, havia uma nova obra
que estava prendendo a sua atenção - a tradução da Bíblia - e para isto necessitava
de todo o sossego possível, o que em Londres não podia ter: "Estou
ansioso pela Palavra de Deus", disse ele, "e hei de traduzi-la, digam
o que disserem e façam o que quiserem. Deus não me há de deixar morrer. Ele
nunca fez uma boca sem fazer o seu alimento, nem um corpo sem também fazer o
seu vestuário". Com tal ânsia a oprimi-lo, não é de admirar que Tyndale
não fizesse caso das necessidades do corpo.
Mas a perseguição aumentava
cada vez mais, e, se aqueles que o rodeavam estavam sendo condenados só por
lerem porções da Palavra de Deus, não era de supor que aquele que estava
traduzindo a Bíblia inteira pudesse escapar. "Ah!", suspirava ele,
"não haverá nem um lugar onde eu possa traduzir a Bíblia? Não é só a casa
do bispo que me está fechada, mas toda a Inglaterra!" Era muito verdadeiro
este queixume, e alguns dias depois de sair de debaixo do teto hospitaleiro de
Humphrey Monmouth, Tyndale achava-se a caminho da Alemanha.
Tendo chegado à Alemanha,
Tyndale procurou vários reformadores, passando em seguida à Saxônia, onde teve
uma conferência com Lutero, e tendo-se conservado por ali algum tempo, seguiu
para os Países Baixos, estabelecendo finalmente a sua residência na Antuérpia.
Outros dizem que foi primeiro a Hamburgo, e dali para Colônia, sendo seguido
para esta cidade pelo seu implacável inimigo Cochlaeus, do qual se diz que
embriagou os impressores para obter deles o segredo da obra de Tyndale.
Achando-se em perigo, seguiu para Worms, e ali completou a primeira parte da
sua obra, a tradução do Novo Testamento. Na primavera de 1526, chegaram à
Inglaterra cópias dessa tradução, que circularam por todo o país. A situação
dos padres de Roma que estavam na Inglaterra era má, e começaram a perguntar
uns aos outros o que se havia de fazer. Os alicerces do papismo estavam sendo
minados e parecia que todo o edifício estava em perigo de desabar. Condenar o
livro era coisa fácil, e isto estavam fazendo, mas livrar o país da nova
doutrina que ele tão claramente ensinava, e evitar a entrada de novos
exemplares, era uma coisa diferente. Era inútil que Henrique se desesperasse e
Tonstall pregasse contra o livro; este tinha-se apoderado do coração e
consciência do povo, assim como do seu espírito, e nem os clamores do rei nem
os sermões do bispo podiam destruir a sua influência. Foram publicamente
queimadas em Oxford, Cambridge e Londres várias cópias da tradução, e em
alguns casos não só os livros, mas também os seus leitores foram lançados às
chamas, mas apesar disto a obra foi para frente, porque Deus assim o queria.
Tyndale no entanto ocupava-se
com o Velho Testamento, e no ano 1528 acabou os primeiros cinco livros, o
Pentateuco. Durante a sua viagem a Hamburgo, onde ia imprimi-los, sofreu um
naufrágio e o manuscrito perdeu-se. Continuou a viagem logo que lhe foi
possível e chegando a Hamburgo recomeçou o seu árduo trabalho, sendo auxiliado
pelo reformador Miles Coverdale, cuja tradução das Escrituras foi publicada
alguns anos depois.
Que o Santo Espirito do Senhor, ilumine
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