História Do Cristianismo -
Teologia 32.267
Contudo, a tortura aos hereges
continuou como dantes; e dois meses depois da promoção de Cranmer, João Frith,
um íntimo amigo de Tyndale, sofreu o martírio juntamente com um aprendiz de
alfaiate, chamado Hewett, que tinha negado a presença corporal no sacramento.
Não se deve porém supor que Cranmer tomasse qualquer parte nestes atos brutais;
eram inteiramente devidos ao selvagem beatismo do bispo de Winchester, por
quem o arcebispo tinha uma dedicada antipatia.
Houve ainda muitas outras
vítimas do zelo de Gardiner, mas não nos podemos referir a elas
individualmente: estão registradas no Céu, e Deus não se há de esquecer de
nenhuma delas.
Mas, entre todas, a que merece
mais especial menção é a mártir Ana Kime mais conhecida por Ana Askew. Era
esposa de um tal Kime, um papista fanático. Só algum tempo depois de casada,
foi que o Senhor lhe abriu os olhos e lhe mostrou pela luz da sua Palavra os
erros papistas; mas logo que recebeu a luz manifestou bem o favor que lhe tinha
sido concedido pela firmeza e coragem com que prosseguiu nas suas convicções.
A primeira perseguição que teve
de sofrer veio do seu próprio marido, cujo ódio pelo Evangelho venceu por fim
de tal maneira toda a afeição natural que a expulsou de sua casa. Ligou-se
então à corte da rainha Catarina Parr, que era uma cristã sincera; e ali a sua
beleza, a sua piedade, e a sua ilustração, atraíam a atenção de todos, despertando
mais tarde o ódio de Gardiner e do seu partido. Vigiavam todos os seus
movimentos, mas nada encontravam em que pudessem basear uma acusação. A sua
maneira de viver era irrepreensível.
No ano de 1545 foi acusada de
heresia, e lançada na prisão. O seu primeiro interrogatório perante os
inquisidores teve lugar no mês de março do mesmo ano, no fim do qual foi
mandada para a sua cela em Newgate, onde ficou durante perto de um ano. O seu
segundo interrogatório foi perante o conselho do rei em Greenwich, onde ela
foi escarnecida e insultada pelo bispo de Winchester e seus adeptos, sendo
novamente conduzida para Newgate.
Um dia ou dois mais tarde foi
removida para a Torre onde o Lord Chanceler esforçou-se por induzi-la a indicar
outros da corte que eram suspeitos de partilhar com as suas opiniões; e não
querendo ela fazê-lo, aquele miserável monstro ordenou que a colocassem no
cavalete da tortura. "E para conservar-me sossegada", diz a pobre
vítima paciente, "e não gritar, o Lord Chanceler e o Mestre Rich torturaram-me
com as suas próprias mãos até eu estar quase morta... Mas dou graças ao meu
Senhor Deus pela sua eterna misericórdia. Ele deu-me forças para persistir na
minha fé, e espero que hei de resistir até o fim". Depois disso foi levada
para uma casa e deitada numa cama com os ossos moídos e doridos como jamais os
teve o patriarca Jó; e enquanto ali jazia, o Chanceler mandou dizer-lhe que se
quisesse abandonar as suas opiniões seria bem tratada, em caso contrário seria
reenviada para Newgate e queimada. Mas ela respondeu que preferia morrer do
que negar a sua fé; e esta resposta foi que decidiu a sua sorte.
Nesse mesmo ano, não se sabendo
a data certa, foi completada a tragédia de Ana Askew, que foi levada da prisão
para ser queimada. Estando muito fraca e não podendo andar, foi levada para
Smithfield numa cadeira, e quando a levaram para o poste nem podia ter-se de
pé. Amarraram-na portanto pelo meio do corpo com uma corrente. Então
ofereceram-lhe o perdão do rei se se retratasse; porém ela respondeu que não
tinha vindo ali para negar o seu Senhor e Mestre. Chegaram então o fogo à
lenha, e em breve os seus sofrimentos acabaram, e o seu espírito subiu ao Céu.
Mais três vítimas sofreram ao mesmo tempo.
Desgraçados tempos! Bem se
podia erguer o grito de "Por quanto tempo Senhor Deus, por quanto
tempo?!"
Que o Santo Espirito do Senhor, ilumine
o nosso entendimento
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