Hermenêutica - Teologia 29.34
d. Interpretação Gramatical e Histórica
Por outro lado, reconhecendo a
natureza histórica das Escrituras, os reformadores defendiam a sua
interpretação literal, enfatizando também a importância da gramática e da
história na compreensão da sua mensagem.
Melanchton foi um dos responsáveis
pela ênfase reformada na exegese gramatical. Em um discurso proferido em 1518
em Wittenberg, ele exortou seus ouvintes a recorrerem às Escrituras nas línguas
originais, onde encontrariam Cristo, livre das discordâncias dos teólogos
latinos. Lutero ficou tão impressionado com o que ouviu, que passou a assistir
às aulas de grego de Melanchton, dedicando-se com afinco ao estudo do grego.
(Nota 33)
Mas foi Calvino, sem dúvida, quem
melhor praticou a exegese gramatical e histórica. Ele tem sido considerado por
muitos o maior intérprete da Reforma e um dos maiores de todas as épocas. A
profundidade, lucidez e erudição dos seus comentários, que abrangem
praticamente todos os livros da Bíblia, (Nota 34) continuam a ser admirados e
considerados atuais e raramente igualados. (Nota 35) E não se pense que essa é
a opinião apenas dos calvinistas (um compreensível exagero presbiteriano deste
autor). Mesmo Jacobus Arminius (1560-1609), um dos mais conhecidos opositores
das doutrinas de Calvino, reconhecia a excelência dos comentários dele, e
chegou a recomendá-los como incomparáveis. Eis suas palavras:
Depois da leitura das Escrituras...,
e mais do que qualquer outra coisa,... eu recomendo a leitura dos Comentários
de Calvino... Pois afirmo que na interpretação das Escrituras Calvino é
incomparável, e que seus Comentários são mais valiosos do que qualquer coisa
que nos tenha sido legada nos escritos dos pais — tanto assim que atribuo a ele
um certo espírito de profecia no qual ele se encontra em uma posição distinta
acima de outros, acima da maioria, na verdade, acima de todos. (Nota 36) e.
Desenvolvimento do Método Gramático Histórico
Estes e outros princípios de
interpretação praticados pelos reformadores (Lutero, Calvino e demais
reformadores alemães, suíços, franceses e ingleses) viriam a ser desenvolvidos
e adotados pelo protestantismo ortodoxo em geral desde então, (Nota 37) e se
tornaram conhecidos pelo nome de método gramático-histórico de interpretação
bíblica.
Foi este o método empregado pelos
puritanos no séc. XVII;38 pelos líderes evangélicos do século XVIII na Europa e
América do Norte (tais como George Whitefield e Jonathan Edwards); pelo
anglicano J. C. Ryle, pelo batista Charles Spurgeon na Inglaterra e pelos presbiterianos
Charles e Alexander Hodge no Seminário de Princeton nos EUA, no século passado;
e pelos intérpretes e pregadores protestantes (luteranos, anglicanos,
presbiterianos e batistas) ortodoxos deste século.
Os manuais de hermenêutica de
Davidson, Patrick, Imer, Terry, Berkhof, Berkeley,
Mickelsen e Ramm pertencem todos a
essa escola de interpretação bíblica, bem como os comentários bíblicos de Keil
e Delitzsch, Meyer, Matthew Henry, Lange, Alford, Ellicot, Lightfoot, Hodge,
Broadus e muitos outros.
O método gramático-histórico de
interpretação bíblica desenvolvido pela corrente
reformada é, de fato, a hermenêutica
honrada pelo tempo. É um método coerente com a natureza das Escrituras;
fundamenta-se em pressuposições teológicas bíblicas; e emprega princípios
gerais adequados e métodos lingüísticos e históricos extremamente frutíferos.
Que o Santo Espirito do Senhor, ilumine
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