Hermenêutica - Teologia 29.35
CONCLUSÃO
O Caráter Fantasioso Das Hermenêuticas
A teologia e a praxis eclesiástica
deformadas do evangelicalismo moderno clamam por reforma; clamam por um novo
retorno às Escrituras. A corrente espiritualista de interpretação bíblica já
foi colocada na balança e achada em falta: as hermenêuticas alegórica,
intuitiva e existencialista, por não darem a devida consideração ao caráter
humano das Escrituras, abrem espaço para todo tipo de exesegese. O caráter
fantasioso destas hermenêuticas acaba desviando a atenção do leitor ou ouvinte
do verdadeiro sentido do texto bíblico (aquele que o Espírito Santo intentou
transmitir).
A corrente humanista de interpretação
bíblica também já foi colocada na balança e achada em falta: a hermenêutica dos
saduceus, dos humanistas renascentistas e da escola crítica, por não darem a
devida atenção ao caráter divino das Escrituras, tendem a atribuir à razão a
autoridade que pertence à revelação. Este caráter racionalista da hermenêutica
humanista induz ao liberalismo teológico que acaba negando a legítima fé
reformada.
A corrente reformada de interpretação
bíblica também já foi colocada na balança da história, mas foi aprovada com
louvor: o método gramático-histórico fundamentado no próprio ensino bíblico
sobre as Escrituras e desenvolvido e aplicado pelos reformadores e seus
legítimos herdeiros, por dar a devida atenção tanto ao caráter divino como ao
caráter histórico das Escrituras, promoveu as reformas teológicas e
eclesiásticas mais profundas já experimentadas pela igreja cristã.
Durante a Reforma Protestante do
século XVI e a reforma puritana do século XVII, por exemplo, muito entulho
religioso teve que ser rejeitado. Muitas doutrinas e práticas eclesiásticas
acumuladas no decurso dos séculos tiveram que ser abolidas, quando reformadores
e puritanos dedicaram-se com labor e oração a perscrutar as Escrituras para ver
se as coisas eram de fato assim. A hermenêutica reformada das Escrituras já
demonstrou ter a capacidade de revelar a falácia de doutrinas e práticas
eclesiásticas ‘‘fundamentadas’’ em interpretações alegóricas, intuitivas, existencialistas
e racionalistas.
O evangelicalismo brasileiro tem
acumulado nos últimos cem anos — especialmente
nas últimas décadas — considerável
entulho religioso. Não é possível entrar em detalhes aqui. Mas a proliferação
de teologias estranhíssimas, práticas litúrgicas inusitadas e condutas
eclesiásticas no mínimo excêntricas, já descaracterizaram a fé e o culto
reformados. Mesmo denominações historicamente reformadas têm absorvido
doutrinas e práticas de culto inconsistentes com o ensino bíblico e com seus
símbolos de fé. Esta descaracterização se explica, pelo menos em parte, pelo
emprego das hermenêuticas deficientes que estivemos considerando.
Não é tempo, portanto, de
reconsiderarmos os rumos que estamos tomando? De nos desvencilharmos das
hermenêuticas alegóricas, intuitivas, existencialistas e racionalistas, e de
retornarmos à hermenêutica reformada aprovada pela história? Não é tempo de
fazermos da oração uma prática hermenêutica, suplicando pela iluminação do
Espírito Santo; e de labutarmos no estudo diligente das Escrituras, dando a
devida atenção à língua e às circunstâncias históricas em que foram escritas?
Orare e labutare é o caminho. Não é
um caminho fácil nem mágico. Requer sinceridade e diligência. Talvez não
forneça interpretações esplêndidas nem realce a criatividade, imaginação e
genialidade do pregador. Mas é o antigo e bom caminho aprovado com louvor pela
história. Ele deixa que a verdade de Deus opere e que as Escrituras falem com
poder e graça, promovendo profundas reformas teológicas e eclesiásticas.
Que o Santo Espirito do Senhor, ilumine
o nosso entendimento
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