
Homilética - Teologia 33.06
OS PROBLEMAS DA HOMILÉTICA
A palavra de Deus afirma
que "a fé vem pela pregação e a pregação pela palavra de Cristo" (Rm
10.17). Como é possível, então, que surjam dificuldades quando esta palavra é
proclamada?
O problema não está na
palavra em si, porque 2a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais cortante do
que qualquer espada de dois gumes, e penetra até ao ponto de dividir alma e
espírito, juntas e medulas, e apta para discernir os pensamentos e propósitos
do coração" (Hb 4.12).
O problema não está na
Palavra de Deus, mas em sua proclamação, quando feita por pregadores que não
admitem suas imperfeições homiléticas pessoais! Atualmente, as dificuldades
mais comuns da pregação bíblica encontram-se nas seguintes áreas:
Falta de preparo adequado
do pregador. Na maioria das vezes, a pregação pobre tem sua raiz na falta de
estudo do orador. Muitos julgam ter condições de preparar uma mensagem bíblica
em menos de seis horas, sem o árduo trabalho exegético e estilístico. Pensam
que basta ter um esboço de três ou quatro pontos para edificar a igreja, ou
acham suficiente manipular as Quatro Leis Espirituais para levar um indivíduo
perdido à obediência a Cristo.
Falta de unidade corporal
na prédica. Os ouvintes do sermão dominical perdem o interesse pelo recado do
pastor quando este apresenta uma mensagem que consiste numa mera junção de
versículos bíblicos, às vezes até desconexos, pulando de um livro para outro,
sem unidade interior, sem um tema organizador. A falta de unidade corporal na
prédica leva o ouvinte a depreciar até a mais correta exposição da Palavra de
Deus.
Falta de vivência real do
pregador na fé cristã. O pior que pode acontecer ao pregador do evangelho é
proclamar as verdades libertadoras de Cristo e, ao mesmo tempo, levar uma vida
arraigada no pecado e em total desobediência aos princípios da Palavra de Deus.
Por isso, Paulo escreveu: "... esmurro o meu corpo, e o reduzo à
escravidão, para que, tendo pregado a outros, não venha eu mesmo a ser
desqualificado" (1 Co 9.27).
Em outras ocasiões, o
pregador talvez esteja vivendo em santificação, mas, ainda assim, quando suas
mensagens são apresentadas de forma muito teórica, empregando termos técnicos,
latinos e gregos que o povo comum não entende, elas se tornam enfadonhas. No
fim do culto, o rebanho admite que seu pastor falou bem e bonito, mas se
queixará de não ter entendido nada.
Falta de aplicação prática
às necessidades existentes na igreja. Muitas mensagens são boas em si mesmas,
mas se tornam pobres na prática, na edificação do povo de Deus. Constituem
verdadeiros castelos doutrinários, mas não mostram como colocar em prática, de
maneira viável, o ensino da Palavra de Deus, negligen-ciando, por exemplo,
oferecer ajuda concreta a uma senhora que, após 35 anos de vida conjugal feliz,
perdeu o esposo num acidente de trânsito, na semana anterior.
Falta de equilíbrio na
seleção dos textos bíblicos. A maior parte das Escrituras foi praticamente
abandonada na pregação eficiente do evangelho. Mais de 95% dos sermões
evangélicos pregados no Brasil baseiam-se no Novo Testamento e, em geral,
limitam-se a textos evangelísticos, tais como: Lc 19.1-10; Jo 1.12; 3.16; 14.6;
Rm 8.28; 2 Co 5.15-21 etc.
Prega-se a verdade, mas
não toda a verdade! O alvo do apóstolo Paulo era pregar "o evangelho das
insondáveis riquezas de Cristo" (Ef 3.8).
É bom lembrar que os
apóstolos, e com eles a primeira geração da igreja primitiva, utilizavam quase
sempre o Antigo Testamento. Eles baseavam suas mensagens naqueles 39 livros,
que constituem mais de dois terços de nossa Bíblia atual.
Falta de prioridade da
mensagem na liturgia. O culto teve início pontualmente às 19h30, com um belo
programa musical seguido de muitos testemunhos empolgantes, várias orações e
diversos avisos. Finalmente, às 21h30, quando toda a congregação já estava
cansada, o dirigente anunciou: (Vamos agora para a parte mais importante de
nosso culto. Com a palavra, nosso pastor, que vai pregar o santo evangelho). O
pastor, então, fica constrangido de pregar 40 minutos, pois sabe que ninguém
irá agüentar.
A característica principal
de um culto evangélico é a pregação da palavra de Deus.
Números especiais bem
ensaiados, testemunhos autênticos, avisos, tudo isso é útil e necessário, desde
que em seu devido lugar. Devemos zelar para que nossos cultos não se tornem
festivais de música popular ou reuniões para avisos, mas, sim, encontros com
Deus em Sua palavra! Lutero era muito enfático em afirmar que, onde se prega a
palavra de Deus e são ministrados o batismo e a ceia, é ali que se encontra a
verdadeira igreja.
Falta de um bom
planejamento ministerial. "O pregador eficiente tem de planejar sua
pregação com antecipação. Muitos pastores falam sem nenhum plano ou pro-pósito.
Eles simplesmente decidem, a cada semana, quais os tópicos para os ser-mões do
domingo seguinte. Algumas vezes, a decisão é feita na sexta-feira ou no sábado.
A pregação sem um plano de longo alcance produz diversos resultados negativos:
1. O pregador é colocado
sob tensão e ansiedade desnecessárias;
2. Muitos pastores
simplesmente pregam os mesmos sermões, domingo após domingo. Eles escolhem um
texto novo, mas, no fim, o conteúdo acaba sendo idêntico ao daquele outro velho
sermão;
3. Outras vezes, o
pregador tem uma idéia boa para um sermão, mas não dá tempo para que ela se
desenvolva; e
4. Aqueles que não
planejam sua pregação, geralmente cedem à tentação do plágio." P. H.
Kelley, Mensagem do Antigo Testamento Para os Nossos Dias (Rio de Janeiro:
JUERP, 1980), pp. 10-11.
O bom pregador deve fazer
um planejamento anual, incluindo mensagens para os dias especiais (Natal,
Páscoa, aniversário da igreja etc.). Dessa forma, ele alimentará a seu rebanho
com uma dieta sadia e balanceada.
Outros motivos que
resultam em problemas para a homilética. Além das dificulda-des já mencionadas,
devemos lembrar que a pregação vem sendo desvalorizada pela secularização que
atinge nossas igrejas. Muitas famílias preferem assistir ao
"Fantástico", em vez de ouvir uma mensagem simplesmente exortativa e
moralista.
Há também a questão da
grande diversidade de igrejas e pregadores evangélicos, o que facilita à
família recém-chegada optar entre o pregador eloqüente e popular e a igreja com
status. Além disso, o estresse do dia-a-dia faz com que, mesmo no domingo, não
haja mais o sossego necessário para reflexões espirituais profundas.
Que o Santo Espirito do Senhor, ilumine
o nosso entendimento
Não perca tempo, Indique esta maravilhosa
Leitura
Custo:O Leitor não paga Nada,
Você APENAS DIVULGA
E COMPARTILHA
.
0 Comentários :
Postar um comentário
Deus abençoe seu Comentario