
Homilética - Teologia 33.10
A NATUREZA DA HOMILÉTICA
É a teoria e prática da
pregação do evangelho de nosso bendito Senhor Jesus Cristo, que revela o poder
e a justiça de Deus para todo homem que nEle crê (Rm 1.16). O teólogo alemão
Trillha as define a natureza prática da homilética como "a voz do
evangelho na época atual da igreja de Cristo".
Os termos pregação e
pregar vêm do latim praedicare, que significa (proclamar). O Novo Testamento
emprega quatro verbos para exemplificar a natureza da pregação:
1. Kerysso, proclamar,
anunciar, tornar conhecido (61 ocorrências no Novo Testamento). Está
relacionado com o arauto (keryx), "que é comissionado pelo seu soberano...
para anunciar em alta voz alguma notícia, para assim torná-la conhecida".
NDITNT, vol. III, p. 739.
Assim, pregar o evangelho
significa fazer o serviço e cumprir a missão de um arauto. João Batista era o
arauto de Deus. Para sua atividade, os sinópticos empregam o termo kerysso: Mt
3.1; Mc 1.4; Lc 3.3.Jesus, por Sua vez, era arauto de Seu Pai: Mt 4.17, 23;
11.1; e os doze discípulos, Paulo e Timóteo, arautos de Jesus: Mt 10.7, 27; Mc
16.15; Lc 24.47; At 10.42; Rm 10.8; 1 Co 1.23; 15.11; 2 Co 4.5; Gl 2.2; 1 Ts
2.9; 1 Tm 3.16; 2 Tm 4.2.
Estas referências bíblicas
mostram que a natureza da pregação consiste em quatro características
principais:
a. um arauto fala e age em
nome do seu senhor. O arauto é o porta-voz de seu mestre. É isto que dá à sua
palavra legitimidade, credibilidade e autenticidade;
b. a proclamação do arauto
já é determinada. Ele deve tornar conhecidas a vontade e a palavra de seu
senhor. O não-cumprimento desta missão desclassifica-o de sua função e
responsabilidade;
c. o teor principal da
mensagem do arauto bíblico é o anúncio do reino de Deus: Mt 4.17-23; 9.35;
10.7; 24.14; Lc 8.1; 9.2; e
d. o receptor da mensagem
do arauto bíblico é o mundo inteiro: Mt 24.14; 26.13; Mc 16.15; Lc 24.47; Cl
1.23; 1 Tm 3.16.
2. Euangelizomai,
evangelizar. Quem evangeliza transmite boas novas, uma mensagem de alegria.
Assim se caracteriza a natureza da prédica evangélica. O pregador do evangelho
é o portador de boas novas, de uma mensagem de salvação e alegria. Ele anuncia
estas boas novas de salvação ao homem corrompido por seu pecado (Is 52.7; Rm
10.15). O conteúdo do evangelho é a salvação realizada por Jesus Cristo (Lc
2.10; At 8.35; 17.18; Gl 1.16; Ef 3.8; Rm 1.16; 1 Co 15.1ss.), e seu alcance é
o mundo inteiro. O evangelho não deve limitar-se a uma classe especial. Ele é
para todos. Todos têm direito de ouvir a mensagem de Jesus Cristo (At 5.42; 11.20;
1 Co 1.17; 9.16).
3. Martyrein, testemunhar,
testificar, ser testemunha. O testemunho de Jesus Cristo é outra característica
autêntica da prédica evangélica. Jesus convidou seus discípulos para serem Suas
testemunhas do poder do Espírito Santo (Lc 24.48; At 1.8). Neste sentido, os
apóstolos compreenderam e executaram seu ministério (At 2.32; 3.15; 5.32;
10.39; 13.31; 22.15; 23.11; 1 Jo 1.2; 4.14). A testemunha qualifica-se através
da comprovação de sua experiência. Isto lhe dá credibilidade, convicção e liberdade
no cumprimento de sua missão. O evangelista diz: (... e nós temos crido e
conhecido que tu és o Santo de Deus) (Jo 6.69). Isto significa que somente
aquele que experimentou pessoalmente o poder salvador e transformador de
Cristo, por meio da fé em Sua pessoa e obra, é qualificado para ser testemunha
evangélica. Por isso, a testemunha do Novo Testamento testifica para outras
pessoas aquilo que apropriou pela fé. (E o que de minha parte ouviste, através
de muitas testemunhas, isso mesmo transmite a homens fiéis e também idôneos
para instruir a outros) (2 Tm 2.2).
4. Didaskein, ensinar.
Encontramos este verbo 95 vezes no Novo Testamento. Seu significado é sempre
ensinar ou instruir. O Novo Testamento apresenta-nos Jesus como um grande
educador: (Quando Jesus acabou de proferir estas palavras [o Sermão do Monte],
estavam as multidões maravilhadas da sua doutrina; porque ele as ensinava como
quem tem autoridade, e não como os escribas) (Mt 7.28, 29). "É o
testemunho unânime de todos os escritores sinópticos, que sem dúvida coincide
com a realidade histórica, que Jesus 'ensinava' publicamente, i. e., nas
sinagogas (Mt 9.35; 13.54 par.; Mc 6.2; 1.21 e passim), no templo (Mc 12.35; Lc
21.37; Mt 26.55 par.; Mc 14.49; cf. Jo 18.20) ou ao ar livre (Mt 5.2; Mc 6.34;
Lc 5.3; e pas-sim). Somente Lucas 4.16ss. dá detalhes acerca da forma externa
de Seu ensino, viz., ficava em pé para ler um trecho dos profetas, depois se
sentava para fazer a exposição, sendo este o costume judaico e rabínico normal
(cf. Lc 5.3; Mc 9.35; Mt 5.2). NDITNT, vol. II, p.44. Jesus recebeu Seu ensino
diretamente de Seu Pai (Jo 7.16s.).
Os apóstolos também
reconheceram a importância do ensino para as igrejas recém-fundadas (At 2.42;
5.28). O alvo do ensino apostólico era firmar os cristãos em sua fé,
prepará-los para o serviço e aperfeiçoá-los para a vinda do Senhor Jesus Cristo
(Ef 4.11ss.). Os apóstolos reconheciam o ensino como charisma do Espírito Santo
(Rm 12.6s.; 1 Pe 4.11).
Concluímos, portanto, que
a natureza da mensagem evangélica é explicar a histó-ria da salvação,
transparecer a revelação e o plano de Deus para o mundo, a igreja e o incrédulo
(At 2.42; 20.20s.; 1Tm 3.2b,4.13; 2Tm 2.24). Note bem que o alvo do ensino
apostólico não é a cognição nem simplesmente o conhecimento intelectual, mas o
conhecimento místico, prático, salvador e transformador de vidas, para que
sejam santificadas e preparadas a fim de produzirem as boas obras que o Senhor
dispôs de antemão para que andassem nelas (1Co 1.5; Ef 2.10; 2Ts 2.15; 2Jo 9).
Que o Santo Espirito do Senhor, ilumine
o nosso entendimento
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