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11 de agosto de 2019

Homilética - Teologia 33.26 A exegese de figuras

Homilética - Teologia 33.26


A exegese de figuras

Parábola deriva da forma verbal paraballo, do grego parabole, que significa: jogar ao lado de, comparar lado a lado, colocar lado a lado com, manter ao lado de, pôr coisas lado a lado, figurar, tipificar, ilustrar através de. (Você encontra mais informações no NDB, vol. II, pp. 1200-1203 e no NDITNT, III, p. 448.)
A parábola é uma narrativa baseada na experiência diária (natureza, comércio, cultura, agricultura, família, trabalho), cuja finalidade é transmitir verdades morais e religiosas. A parábola é uma espécie de alegoria apresentada sob a forma de narração. A parábola contém basicamente uma só verdade principal, e não um complexo de verdades, como a alegoria.
O termo parabole ocorre 50 vezes no Novo Testamento, das quais 48 nos sinópticos e duas na Epístola aos Hebreus (9.9; 11.19).
Encontramos as parábolas preponderantemente nos sinópticos e devemos associá-las com o ensino de Jesus e a vinda de Seu reino.
As parábolas sinóticas dividem-se literariamente, na maioria das vezes, em três partes:
1. a parte introdutória (comentário quanto à parábola a seguir);
2. a parte ilustrativa (apresentação básica da parábola); e
3. a parte interpretativa (explicação, interpretação da parábola).
Exemplos:
parte introdutória                 parte ilustrativa                    parte interpretativa
Lc 15.3                                  Lc 15.4-6                                    Lc 15.7
Lc 18.1                                  Lc 18.2-5                                    Lc 18.6-8
Lc 18.9                                  Lc 18.10-13                               Lc 18.14
Mt 13.24                                Mt 13.24-30                               Mt 13.36-43
Lc 10.25-29                          Lc 10.30-35                               Lc 10.36-37
Lc 15.11a                              Lc 15.11b-32                       
Lc 16.11a                              Lc 16.1b-8                                  Lc 16.9-13
O primeiro objetivo das parábolas é de dimensão profética. Já no Salmo 78.2, Asafe profetizou: Abrirei os meus lábios em parábolas, e publicarei enigmas dos tempos antigos. O evangelista Mateus afirmou que esta profecia foi cumprida em Jesus, quando escreveu: Todas estas cousas disse Jesus às multidões por parábolas, e sem parábolas nada lhes dizia; para que se cumprisse o que foi dito por intermédio do profeta: Abrirei em parábolas a minha boca; publicarei cousas ocultas desde a criação [do mundo] (Mt 13.34-35).
O segundo propósito das parábolas é de dimensão psico-espiritual. O evangelista Marcos relata que, por meio do ensino de parábolas, Jesus despertou em Seus discípulos maior atenção, um desejo mais intenso de compreender as verdades do reino de Deus (Mc 4.10-12).
O terceiro fim também é de dimensão psico-espiritual, só que desta vez no sentido contrário; não para despertar a fé, mas para ocultar a verdade aos indiferentes e incrédulos ignorantes (Mc 4.12).
O quarto e último propósito é o mais significativo, por ser de dimensão messiânica, i. e., Jesus falou em parábolas para revelar o segredo messiânico (Mc 4.11, 33-34). Através do ensino das parábolas, Jesus revelou o mistério do reino de Deus (Mc 4.11). Este mistério é a identificação de Sua própria pessoa como o Messias, o Filho de Deus, o Salvador deste mundo.
Estes são os passos metodológicos na exposição das parábolas bíblicas:
1. Quando possível, divida a parábola em suas três partes: introdução, apresentação e aplicação.
2. Verifique e compare a parábola com os outros evangelhos sinópticos.
3. Determine a principal intenção (ponto central) da parábola.
4. Certifique-se de que, ao explicar as diferentes partes secundárias da parábola, elas estejam em harmonia com seu objetivo primário.
5. Ao explicar o texto, use somente as partes fundamentais da parábola.
A exposição de parábolas torna-se problemática quando o pregador acha que deve expor todos os pormenores e detalhes da narrativa. Desta maneira, chega a interpretações fantasiosas, fazendo uma superelaboração da parábola, mas perdendo seu sentido primordial.
É característico das parábolas bíblicas transmitir apenas uma verdade principal. As partes secundárias devem ser interpretadas em harmonia com o assunto principal.
Outro problema na exposição de parábolas surge quando o pregador simplifica demais, não dando atenção aos detalhes. No caso da parábola do semeador, encontramos a semente e os tipos de solo em que foi lançada. Torna-se evidente que o ponto principal não é o semeador, mas as reações diferentes que a semente (a Palavra de Deus) encontra quando semeada (anunciada). A parábola fala de quatro atitudes diferentes diante da pregação da Palavra, embora seu propósito seja ilustrar as reações humanas diante da proclamação (Lc 8.4-15).
Um terceiro problema na exposição de parábolas está na negligência ou não-observância do contexto. Às vezes, é o contexto que determina o âmago da parábola. Tome-se, por exemplo, a parábola do bom samaritano (Lc 10.25-37). Ela tem seu pano de fundo histórico não no assalto, mas na discussão entre Jesus e o intérprete da lei (Lc 10.25, 37).
As parábolas não são a única forma de figura que o Novo Testamento emprega para ilustrar o ensino de Jesus Cristo. Também encontramos, várias vezes, alegorias. Embora as parábolas sejam uma espécie de alegoria, a alegoria bíblica distingue-se um pouco da parábola bíblica.
A palavra alegoria vem do grego allegoria, que significa fala figurativa. A alegoria é uma figura retórica que geralmente consta de várias metáforas unidas, representando cada uma das realidades correspondentes. Costuma ser tão palpável a natureza figurativa da alegoria que uma interpretação ao pé da letra quase se faz impossível. E. Lunde, P. C. Nelson, Hermenêutica, p. 77.
A alegoria bíblica geralmente se caracteriza como uma metáfora extensa. A alegoria neotestamentária contém a interpretação em si mesma: Eu sou a videira verdadeira (Jo 15.1); vós sois o sal da terra (Mt 5.13).
A alegoria é o uso figurativo e a aplicação de fatos imaginários ou históricos, enquanto a parábola já é esse fato imaginário ou histórico. A parábola emprega as palavras no sentido literal, enquanto a alegoria as emprega no sentido figurado.
As alegorias do pão dos céus (Jo 6.51-65), do bom pastor (Jo 10.1-18) e de Sara e Agar (Gl 4.21-31) são três exemplos clássicos no Novo Testamento.
Analisaremos apenas a alegoria paulina em Gálatas 4.21-31:
Em primeiro lugar, notamos que o próprio Paulo diz que sua ilustração é alegórica, ao escrever: Estas cousas são alegóricas (Gl 4.24).
Em segundo lugar, observamos que Paulo interpreta o verdadeiro sentido da alegoria: Estas cousas são alegóricas: porque estas mulheres são duas alianças (Gl 4.24). O resto da alegoria apresentamos com o quadro da página seguinte:

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