Homilética - Teologia 33.26

A exegese de figuras
Parábola deriva da forma verbal paraballo, do grego parabole, que significa: jogar ao lado de, comparar lado a lado, colocar lado a lado com, manter ao lado de, pôr coisas lado a lado, figurar, tipificar, ilustrar através de. (Você encontra mais informações no NDB, vol. II, pp. 1200-1203 e no NDITNT, III, p. 448.)
A parábola é uma narrativa
baseada na experiência diária (natureza, comércio, cultura, agricultura,
família, trabalho), cuja finalidade é transmitir verdades morais e religiosas.
A parábola é uma espécie de alegoria apresentada sob a forma de narração. A
parábola contém basicamente uma só verdade principal, e não um complexo de
verdades, como a alegoria.
O termo parabole ocorre 50
vezes no Novo Testamento, das quais 48 nos sinópticos e duas na Epístola aos
Hebreus (9.9; 11.19).
Encontramos as parábolas
preponderantemente nos sinópticos e devemos associá-las com o ensino de Jesus e
a vinda de Seu reino.
As parábolas sinóticas
dividem-se literariamente, na maioria das vezes, em três partes:
Exemplos:
parte introdutória parte ilustrativa parte interpretativa
Lc 15.3 Lc
15.4-6 Lc 15.7
Lc 18.1 Lc
18.2-5 Lc 18.6-8
Lc 18.9 Lc
18.10-13 Lc 18.14
Mt 13.24 Mt
13.24-30 Mt 13.36-43
Lc 10.25-29 Lc 10.30-35 Lc 10.36-37
Lc 15.11a Lc 15.11b-32
Lc 16.11a Lc 16.1b-8 Lc 16.9-13
O primeiro objetivo das
parábolas é de dimensão profética. Já no Salmo 78.2, Asafe profetizou: Abrirei
os meus lábios em parábolas, e publicarei enigmas dos tempos antigos. O
evangelista Mateus afirmou que esta profecia foi cumprida em Jesus, quando
escreveu: Todas estas cousas disse Jesus às multidões por parábolas, e sem
parábolas nada lhes dizia; para que se cumprisse o que foi dito por intermédio
do profeta: Abrirei em parábolas a minha boca; publicarei cousas ocultas desde
a criação [do mundo] (Mt 13.34-35).
O segundo propósito das
parábolas é de dimensão psico-espiritual. O evangelista Marcos relata que, por
meio do ensino de parábolas, Jesus despertou em Seus discípulos maior atenção,
um desejo mais intenso de compreender as verdades do reino de Deus (Mc
4.10-12).
O terceiro fim também é de
dimensão psico-espiritual, só que desta vez no sentido contrário; não para
despertar a fé, mas para ocultar a verdade aos indiferentes e incrédulos
ignorantes (Mc 4.12).
O quarto e último
propósito é o mais significativo, por ser de dimensão messiânica, i. e., Jesus
falou em parábolas para revelar o segredo messiânico (Mc 4.11, 33-34). Através
do ensino das parábolas, Jesus revelou o mistério do reino de Deus (Mc 4.11).
Este mistério é a identificação de Sua própria pessoa como o Messias, o Filho
de Deus, o Salvador deste mundo.
Estes são os passos
metodológicos na exposição das parábolas bíblicas:
1. Quando possível, divida
a parábola em suas três partes: introdução, apresentação e aplicação.
2. Verifique e compare a
parábola com os outros evangelhos sinópticos.
3. Determine a principal
intenção (ponto central) da parábola.
4. Certifique-se de que,
ao explicar as diferentes partes secundárias da parábola, elas estejam em
harmonia com seu objetivo primário.
5. Ao explicar o texto,
use somente as partes fundamentais da parábola.
A exposição de parábolas
torna-se problemática quando o pregador acha que deve expor todos os pormenores
e detalhes da narrativa. Desta maneira, chega a interpretações fantasiosas,
fazendo uma superelaboração da parábola, mas perdendo seu sentido primordial.
É característico das
parábolas bíblicas transmitir apenas uma verdade principal. As partes
secundárias devem ser interpretadas em harmonia com o assunto principal.
Outro problema na
exposição de parábolas surge quando o pregador simplifica demais, não dando
atenção aos detalhes. No caso da parábola do semeador, encontramos a semente e
os tipos de solo em que foi lançada. Torna-se evidente que o ponto principal
não é o semeador, mas as reações diferentes que a semente (a Palavra de Deus)
encontra quando semeada (anunciada). A parábola fala de quatro atitudes
diferentes diante da pregação da Palavra, embora seu propósito seja ilustrar as
reações humanas diante da proclamação (Lc 8.4-15).
Um terceiro problema na
exposição de parábolas está na negligência ou não-observância do contexto. Às
vezes, é o contexto que determina o âmago da parábola. Tome-se, por exemplo, a
parábola do bom samaritano (Lc 10.25-37). Ela tem seu pano de fundo histórico
não no assalto, mas na discussão entre Jesus e o intérprete da lei (Lc 10.25,
37).
As parábolas não são a
única forma de figura que o Novo Testamento emprega para ilustrar o ensino de
Jesus Cristo. Também encontramos, várias vezes, alegorias. Embora as parábolas
sejam uma espécie de alegoria, a alegoria bíblica distingue-se um pouco da
parábola bíblica.
A palavra alegoria vem do
grego allegoria, que significa fala figurativa. A alegoria é uma figura
retórica que geralmente consta de várias metáforas unidas, representando cada
uma das realidades correspondentes. Costuma ser tão palpável a natureza
figurativa da alegoria que uma interpretação ao pé da letra quase se faz
impossível. E. Lunde, P. C. Nelson, Hermenêutica, p. 77.
A alegoria bíblica
geralmente se caracteriza como uma metáfora extensa. A alegoria
neotestamentária contém a interpretação em si mesma: Eu sou a videira
verdadeira (Jo 15.1); vós sois o sal da terra (Mt 5.13).
A alegoria é o uso
figurativo e a aplicação de fatos imaginários ou históricos, enquanto a
parábola já é esse fato imaginário ou histórico. A parábola emprega as palavras
no sentido literal, enquanto a alegoria as emprega no sentido figurado.
As alegorias do pão dos
céus (Jo 6.51-65), do bom pastor (Jo 10.1-18) e de Sara e Agar (Gl 4.21-31) são
três exemplos clássicos no Novo Testamento.
Analisaremos apenas a
alegoria paulina em Gálatas 4.21-31:
Em primeiro lugar, notamos
que o próprio Paulo diz que sua ilustração é alegórica, ao escrever: Estas
cousas são alegóricas (Gl 4.24).
Em segundo lugar,
observamos que Paulo interpreta o verdadeiro sentido da alegoria: Estas cousas
são alegóricas: porque estas mulheres são duas alianças (Gl 4.24). O resto da
alegoria apresentamos com o quadro da página seguinte:
Que o Santo Espirito do Senhor, ilumine
o nosso entendimento
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