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10 de agosto de 2019

Homilética - Teologia 33.24 FORMAS ESPECÍFICAS DE EXEGESE

Homilética - Teologia 33.24


FORMAS ESPECÍFICAS DE EXEGESE

A variedade de formas específicas de exegese bíblica é resultante das épocas diversas em que o texto bíblico originou-se, das formas literárias distintas existentes na própria Bíblia, da classificação dos livros bíblicos (históricos, poéticos, proféticos etc.) e de autores que representam camadas sociais diferentes (reis, lavradores, pescadores, profetas, apóstolos, poetas, músicos, acadêmicos).
A exegese do Antigo Testamento
Qual a relação entre o Antigo e o Novo Testamentos? Qual dos dois testamentos é o mais importante? Em que consiste a unidade essencial entre os dois testamentos? Por que o Antigo Testamento às vezes parece-nos tão difícil?
Em comunhão com Seus discípulos e em Suas mensagens, Jesus referiu-Se várias vezes ao Antigo Testamento (Mt 22.39-45; 21.42s.; Lc 24.26s.; 44-46; Mt 27.46). No Antigo Testamento, Jesus percebeu o futuro de Seu caminho; o Antigo Testamento era a palavra da qual Jesus vivia, em que Ele meditava, até na hora de Sua morte. A igreja primitiva alimentava-se do Antigo Testamento e reconheceu nele a Palavra de Deus (At 17.11; 1 Ts 4.13; 2 Tm 3.14ss.; At 2.17ss., 25ss.; 34s.; 4.25s.; 7.3ss.; 13.41, 47).
O Antigo Testamento testifica a revelação de Deus na história de Seu povo, Israel, do qual viria o Salvador (Jo 4.22; Gl 4.4). Israel recebeu, preservou e anunciou as promessas do Messias vindouro.
O Antigo e o Novo Testamentos complementam-se porque tratam da mesma história e plano de salvação, do mesmo Messias, embora com perspectivas diferentes (profecia e cumprimento). O que isto significa para a exegese?
Na exposição de textos do Antigo Testamento, partimos do fato de que todos culminam na vinda do Messias. Nem sempre os textos dão um testemunho direto a respeito de Jesus, o Filho de Deus e Messias prometido, mas todos testificam os caminhos de Deus com Seu povo até que, na plenitude dos tempos, Ele enviou Seu Filho para a salvação de todo aquele que nEle crê (Gl 4.4).
Os textos históricos do Antigo Testamento revelam o amor infinito de Deus para com Seu povo escolhido, Israel, e testificam também a majestade de Deus na criação e sustentação do mundo como lugar da revelação divina. Finalmente, os textos históricos revelam a pedagogia divina no juízo e na graça, na desobediência e na submissão. Muitos deles possuem um significado tipológico em relação a Jesus Cristo: Melquisedeque (Gn 14), o sacrifício de Isaque (Gn 22), o sofrimento e a exaltação de José (Gn 37ss.), a serpente de bronze (Nm 2), a salvação de Jonas (Jn 1 ss.), o tabernáculo ( 25-31 e 37-40) e o maná ( 16).
Exercícios
1. Leia cuidadosamente João 3.14-15.
2. Compare as afirmações de João 3.14-15 com Números 21.4-9.
3. De que maneira Jesus faz uma comparação entre Números 21 e Seu próprio discurso, relatado por João, no capítulo 3 de seu evangelho?
4. Como Jesus relaciona Números 21 com Sua obra salvadora?
5. Apresente um esboço tipológico de Números 21 à luz de João 3.14-15.
Na exposição dos textos históricos do Antigo Testamento a exegese bíblica segue o modelo das dez regras metodológicas apresentadas anteriormente. Além dessas dez regras, o exegeta deve se lembrar de mais alguns aspectos.
Na exegese de textos históricos do Antigo Testamento, a exegese histórico-cultural é de suma importância. Os acontecimentos históricos, as afirmações doutrinárias, as recomendações éticas, os costumes e os princípios espirituais são mais bem compreendidos no horizonte da época em que o evento realmente ocorreu.
Lembre-se de que desde que a Escritura originou-se num contexto histórico, só pode ser compreendida à luz da história bíblica. W. A. Henrichsen, Princípios de Interpretação da Bíblia (São Paulo: Mundo Cristão, 1983) regra 18, p. 56.
As perguntas a seguir podem ajudá-lo a compreender melhor o texto histórico em seu horizonte passado:
1. Por que este texto foi incluído no Antigo Testamento (e. g., 2 Rs 21.19-26)?
2. Qual o testemunho deste texto (e. g., 1 Cr 25-26)?
3. Qual seu aproveitamento pessoal ao ler este texto (e. g., 1 Sm 23.15-18)?
A exegese de textos do Antigo Testamento procura também relacionar os acontecimentos ao plano de salvação, à história da salvação. Sabemos que Deus revelou Seu plano de salvação progressivamente através da história do Antigo Testamento, culminando na vinda de Jesus Cristo.
Nem todos os textos do Antigo Testamento contêm o testemunho cristológico ou referem-se de maneira direta ao Messias prometido, mas mesmo assim testificam o caminho de Deus na história que leva a Cristo (Jo 5.39). Portanto, o exegeta deve analisar o Antigo Testamento, procurando Cristo nele.
Exercícios
1. Como você relaciona as afirmações sobre o anjo do Senhor, no Antigo Testamento, com a pessoa de Cristo? (Primeiramente, você procura todas as referências do Antigo Testamento a respeito do anjo do Senhor, com o auxílio de uma concordância bíblica. Depois, relaciona as afirmações com a pessoa e a obra de Cristo.)
2. Qual a relação entre a rocha, de Êxodo 17.6, e Cristo? (Veja também 1 Coríntios 10.4.)
3. Com que base relacionamos o Salmo 8.4-5 com Cristo?
4. Por que o Salmo 16.10 fala da ressurreição de Cristo?
5. O que o Servo do Senhor, em Isaías 42.1-9; 49.1-13; 50.4-10ss.; 52.13-53.12, tem a ver com Jesus Cristo?
Muitos textos do Antigo Testamento contêm diretrizes práticas para a atualidade, porque neles não se revela a vontade de Deus apenas para a época em que foram escritos, mas também para as situações específicas de hoje. Nisto se vê o caráter eterno da Palavra de Deus!
Com as seguintes perguntas, você pode analisar um texto histórico do Antigo Testamento:
- Que mensagem este texto contém para nossa época?
- Como as diretrizes, as ordens e os exemplos deste texto apóiam o ensino do Novo Testamento?
- De que maneira os princípios revelados neste texto são normativos para a igreja do século XX?
A literatura sapiencial do Antigo Testamento encontra-se principalmente nos chamados livros poéticos: Jó, Salmos, Provérbios, Eclesiastes e Cantares. Estes livros poéticos originaram-se no período áureo da história dos hebreus, na era teocrática de Davi e Salomão. Sendo bastante genéricos em sua natureza, não estão intimamente relacionados a incidentes particulares da história de Israel, exceto alguns salmos e a história de Jó.
O teor principal dos textos poéticos é o ensino voltado para indivíduos e para a congregação da antiga aliança. Os textos poéticos abordam todas as questões e fases da existência humana, a alegria e o sofrimento, a comunhão fraterna e a solidão, as vitórias e as derrotas, o louvor e a depressão. Por isso, são muito apropriados para casamentos, funerais, aniversários, trabalhos da mocidade e, principalmente, para estudos bíblicos.
Na exposição de textos poéticos, levamos em consideração o paralelismo hebraico, que se apresenta sob as seguintes formas:
1. O paralelismo perfeito ou sinônimo: este paralelismo ocorre quando uma linha ou um dístico compõe-se de duas partes que se correspondem perfeitamente. Neste caso, a segunda linha repete com palavras diferentes o pensamento da primeira (e. g., Sl 52.3; Sl 90.9).
2. O paralelismo antitético: no paralelismo antitético, uma das partes é contrária à outra, como é o caso da maioria dos 376 versos entre Provérbios 10.1 e 22.16. Na versão em língua portuguesa, a segunda parte geralmente inicia com a conjunção adversativa mas (e. g., Pv 15.20-22).
3. O paralelismo imperfeito: neste, uma das unidades de pensamento numa parte não tem correspondência na outra (e. g., Sl 1.5).
4. O paralelismo sintético ou progressivo: aqui, não se trata de qualquer paralelismo; há somente ritmo de som e não de pensamento. Às vezes, a segunda linha complementa a primeira, oferecendo ambas um pensamento completo (e. g., Sl 27.6).
5. O paralelismo simbólico: este se caracteriza pelo fato de que uma parte utiliza o sentido literal e a outra, o figurado, ou vice-versa (e. g., Sl 103.13).
6. O paralelismo gradativo: reconhecido por uma parte ou linha repetida em outra, sendo esta o novo ponto de partida para outro membro ou linha (e. g., Sl 29.1; Sl 29.9).
7. A disposição estrófica: as disposições estróficas são marcadas, em nossa versão em língua portuguesa, por meio de versículos, letras em itálico, estribilhos ou repetições (e. g., Sl 46.7, 11). Às vezes, a Bíblia Hebraica usa o arranjo acróstico, onde cada versículo ou linha segue a ordem do alfabeto hebraico (e. g., Sl 111; Sl 112). O Salmo 119 contém 22 estrofes, tendo cada uma oito dísticos.
Quanto aos textos proféticos do Antigo Testamento (Isaías a Malaquias), estes se relacionam diretamente com a história presente e futura de Israel e, às vezes, com a história da humanidade inteira. Os textos proféticos testificam a ação divina na história de Israel e na história do mundo, proclamam a vinda do Messias, trazendo salvação para judeus e gentios, a futura restauração de Israel e a glória eterna do Messias entre as nações.
Numa maneira especial, o apóstolo Pedro fala da importância dos textos proféticos (1 Pe 1.10-12; 2 Pe 1.16, 19-21). Para ele, os textos proféticos do Antigo Testamento são significativos porque alumiam nosso caminho na escuridão desta vida (2 Pe 1.19a) e porque são necessários como tais, em todo o tempo, até que venha o dia preciso do surgir da estrela da alva (2 Pe 1.19b). Os textos proféticos do Antigo Testamento também são importantes porque constituem um guia seguro da vontade de Deus (2 Pe 1.20s.) e transmitido por homens movidos pelo Espírito Santo (2 Pe 1.21b).
Em 1 Pedro 1.10-12, percebemos as dificuldades cronológicas na interpretação de textos proféticos. Pedro afirma que os profetas do Antigo Testamento viram os sofrimentos de Cristo (1 Pe 1.11b-Sl 22; Is 53) e Sua glória (1 Pe 1.11c-Sl 24; Is 60), mas não compreenderam todas as suas implicações e pormenores (1 Pe 1.12a). Só a pregação apostólica, mediante a iluminação do Espírito Santo, era capaz de esclarecer a plena revelação (1 Pe 1.12b).
Na interpretação de textos proféticos do Antigo Testamento, enfrentamos estas mesmas dificuldades cronológicas. A razão disso encontra-se nas características inerentes às profecias bíblicas. Em primeiro lugar, a profecia bíblica é progressiva, cumprindo-se, muitas vezes, aos poucos. Veja a maneira como o nascimento de Cristo foi profetizado no Antigo Testamento, começando com a semente da mulher (Gn 3.15), limitando-se à linhagem de Sem (Gn 9.25-27), depois à de Abraão (Gn 12.1-3), Isaque (Gn 21.12), Jacó (Gn 25.23), Judá (Gn 49.8-12), Davi (2 Sm 7.12-16), Emanuel (Is 7.14), ao tempo em que iria nascer o Messias (Dn 9.24-26) e, finalmente, à cidade (Mq 5.2).
Outras profecias têm um cumprimento parcial e um cumprimento pleno e final. Tomemos como exemplo a promessa feita a Davi em 2 Samuel 7.12-16. Por meio da história, sabemos que a promessa foi cumprida parcialmente em Salomão, que levantou e inaugurou o magnífico templo. Todavia, sabemos que o templo salomônico não permaneceu; foi destruído juntamente com Jerusalém, em 587 a. C., por Nabucodonosor. Tiago, porém, citando o profeta Amós (Am 9.11-12), declara que o tabernáculo de Davi será reedificado na volta do Senhor (At 15.16).
Uma terceira dificuldade na exposição de textos proféticos encontra-se nas profecias simbólicas (Gn 2.16s.; Os 11.1; Mt 2.15; Ml 4.4-5; Is 40.3-4).
Finalmente, encontramos ainda profecias não cumpridas, como Isaías 65.17-25 e Zacarias 14.1-21.
A seguir, algumas recomendações práticas para a exposição de textos proféticos do Antigo Testamento:
1. Faça uma pesquisa histórica exata e ampla do texto profético, para melhor compreender os motivos que levaram o profeta a anunciar tal profecia.
2. Uma análise textual precisa é de suma importância para que se compreendam a intenção e o conteúdo da profecia.
3. Lembre-se de que você não conseguirá entender todos os pormenores e implicações de um texto profético, porque alguns aspectos ainda não se cumpriram.
4. Relacione sempre os textos proféticos com a história da salvação, com o Messias prometido na primeira e na segunda vinda de Cristo e com Seu povo escolhido.
5. Busque as passagens correlatas no Novo Testamento.
6. Observe bem as ilustrações, metáforas, visões, expressões e atitudes simbólicas dos profetas.
7. Tenha o máximo de cuidado com os números. Lembre-se de Marcos 13.32. Nada de especulações!
8. Favoreça a interpretação literal dos textos proféticos, a não ser que o contexto ou outra parte das Escrituras permitam a interpretação simbólica.
9. Considere que os textos proféticos possuem cumprimento, ou cumprimentos parciais e finais.
10. Ore bastante e conscientize-se de que, na exegese profética, você depende de maneira mais acentuada da direção do Espírito Santo.
11. Consulte vários comentários, para não exagerar na exposição.
12. Lembre-se de que o centro da mensagem profética gira em torno da pessoa e da obra salvadora e consumadora de Jesus Cristo.
A exegese do Novo Testamento
A exegese do Novo Testamento difere daquela do Antigo Testamento pelo fato de o Messias já ter vindo. Enquanto o Antigo Testamento revela de maneira progressiva a vontade de Deus na história, por meio de Israel, o Novo Testamento proclama as boas novas de salvação, realizadas em Jesus Cristo, para todo aquele que nEle crê, independentemente de sua raça, cor, origem, status social ou educação. No Antigo Testamento, Israel é o recipiente das revelações e promessas divinas, e os profetas, seus transmissores. No Novo Testamento, Jesus e os apóstolos são os transmissores, e a Igreja é a receptora das revelações divinas para as nações. Na exposição do Novo Testamento, é bom diferenciar entre textos sinópticos em geral, relatos de milagres, discursos, epístolas e textos proféticos. Uma pesquisa objetiva desses gêneros literários nos ajudará a reconhecer melhor suas características inerentes, sua ênfase teológica específica e suas dimensões éticas.
Os primeiros três evangelhos (Mateus, Marcos e Lucas) são chamados sinópticos, porque fornecem uma sinopse, i. e., uma vista geral dos mesmos acontecimentos. O problema surge da relação aparente entre esses três evangelhos, quando sujeitos a uma pesquisa comparativa. Ao processar-se a comparação, levantam-se certas perguntas que merecem uma análise cautelosa e detalhada, antes de se tirar qualquer conclusão definitiva:
- Por que encontramos estas diferenças?
- Qual dos sinópticos contém mais pormenores?
- Quais as afirmações idênticas?
- Como se explicam as diferenças?
- Qual o material peculiar de cada sinóptico?
- Qual o material omisso de cada sinóptico?
- Como se explicam o material peculiar e o omisso?
- Qual a cronologia dos acontecimentos de cada sinóptico?
Estas questões não são colocadas para gerar desconfiança ou espírito crítico em relação à Palavra de Deus, mas, com a atitude certa, ajudam o pregador a se conscientizar da riqueza da pesquisa bíblica. Desta maneira, possibilitam que ele seja mais bem informado, obtenha respostas inéditas, que vão além de uma leitura casual, e esclareça melhor o pano de fundo histórico e a intenção ao ser relatado o acontecimento.
Todos os sinópticos narram a vinda do reino de Deus na pessoa e obra de Jesus Cristo. Eles testificam a encarnação do Filho de Deus e a pessoa do Messias prometido, relatam Seus discursos, ensinos e milagres, falam extensivamente de Seu sofrimento vicário na cruz (25% do material sinóptico) e de Sua poderosa ressurreição e gloriosa volta no fim dos tempos.
Os sinópticos proclamam as boas novas de Jesus Cristo e convidam os ouvintes para o arrependimento e a fé: O tempo está cumprido e o reino de Deus está próximo; arrependei-vos, e crede no evangelho (Mc 1.15).
Apresentamos algumas recomendações práticas para a exposição de textos sinópticos:
1. Leia cuidadosamente o texto básico em todos os sinópticos, com o auxílio da Harmonia dos Evangelhos ou, então, com três Bíblias abertas ao mesmo tempo.
2. Faça uma comparação sinóptica. Anote qualquer material peculiar e omisso de todos os textos paralelos.
3. Tente harmonizar os textos sinópticos. Caso não seja possível, explique as diferenças. Neste processo, as Notas e Comentários à Harmonia dos Evangelhos, de E. Gioia, são de grande utilidade.
4. Consulte comentários evangélicos de confiança.
5. Não se perca nos pormenores, mas verifique o núcleo comum entre os textos sinópticos, e. g., o ensino fundamental a se aprender, a lição moral a se praticar, o exemplo digno a ser seguido, a mensagem bíblica a ser crida, o desafio prático a ser obedecido.
Os milagres, por sua vez, são manifestações sobrenaturais da intervenção onipotente e misericordiosa de Deus na natureza e na história. A. Almeida, Manual de Hermenêutica Sagrada, p. 97. Todos os milagres do Novo Testamento são expressões do poder do reino de Deus (Mt 12.28) e atos de misericórdia e compaixão.
Em termos gerais, pode ser dito sobre as obras de Jesus que, em sua relação integral para com Sua missão, em sua freqüência e em sua maneira autoritativa, elas são distintivamente messiânicas... Os milagres dos apóstolos e de outros líderes da Igreja do Novo Testamento originaram-se na solidariedade de Cristo com Seu povo. Foram obras realizadas em Seu nome, em continuação a tudo quanto Jesus começara a fazer e a ensinar, no poder do Espírito que Ele enviou da parte do Pai. Há um elo íntimo entre esses milagres e a obra dos apóstolos ao testificarem acerca da pessoa e da obra de seu Senhor; fazem parte da proclamação do reino de Deus, e não são uma finalidade em si mesmos. NDB, vol. II, p. 1044.
Os sinais (grego: semeion) são atos milagrosos que têm por finalidade revelar um propósito. O sinal visa o poder operante por trás de si mesmo, visa a glória e grandeza de Jesus (Jo 2.11). Não é o sinal que é importante, mas seu causador. O sinal tem um duplo propósito: objetivamente, revelar a glória de Cristo (Jo 2.11) e, subjetivamente, gerar a fé nos discípulos (Jo 2.11). Não é o sinal que é importante, mas a revelação do poder do reino de Deus através dele, visando a glória de Deus e a fé do ouvinte.
A primeira dificuldade dos relatos de milagres está na apologia. A autenticidade dos milagres sempre foi posta em dúvida, principalmente por motivos filosóficos, desde Descartes e Kant. Por outro lado, é preciso mencionar que muitos milagres relatados no Novo Testamento são críveis à luz da psicologia moderna e da medicina psicossomática.
Não existe qualquer razão a priori para que se suponha que Jesus não lançou mão daqueles recursos da mente e do espírito do homem que atualmente são utilizados pelos psicoterapeutas. NDB, Vol II, p. 1043. Portanto, o bom uso da apologética numa prédica sobre milagres não faz mal algum, principalmente na presença de universitários e estudantes, desde que ela seja bem fundamentada e não tome a maior parte do sermão.
O segundo problema da pregação sobre milagres está na aplicação. Se os milagres são atos poderosos e misericordiosos de Deus, que intervêm na natureza e na história para mostrar que Seu reino é chegado, então eles contêm lições espirituais correlatas. Em potencial, os milagres bíblicos são parábolas em ação. A. Almeida, Manual de Hermenêutica Sagrada, p. 97.
Infelizmente, muitos pregadores possuem a tendência de alegorizar e espiritualizar os milagres. A ressurreição física do filho da viúva de Naim, por exemplo, transforma-se de repente, e ele se torna o filho morto nos delitos e pecados que passa pela ressurreição espiritual (Jo 5.24); ou a multiplicação dos pães (Mt 14.13-21) passa a ser um mero símbolo do envolvimento social da igreja; o andar sobre o mar (Mt 14.22-33) torna-se um símbolo de como vencer os problemas do século XX; a pesca maravilhosa, um estímulo para as missões transculturais; a tempestade acalmada (Mc 4.35-41), a vitória sobre as tempestades de nossa vida. É verdade que Jesus também pode acalmar as tempestades em nossas vidas, mas somente esta aplicação reduz o impacto do fato histórico de que Jesus realmente silenciou as forças ferozes da natureza. Ela ignora também o clímax da história, que não está no milagre, mas na reação dos discípulos: 'Eles, possuídos de grande temor, diziam uns aos outros: Quem é este que até o vento e o mar lhe obedecem?' A intenção da história é concentrar a atenção no poder sobrenatural de Jesus e, no final das contas, na questão da Sua identidade. É triste ver um pregador que defenderia até à morte a doutrina da divindade de Cristo não dar a esta doutrina seu lugar de direito nesta parábola. Limitar-se a uma suposta aplicação espiritual das tempestades em nossas vidas resulta em uma redução da mensagem cristológica poderosa que ela contém. ENT, p. 129.
A seguir, algumas recomendações práticas para a exegese de textos que narram milagres:
1. Siga primeiro os dez passos metodológicos, apresentados anteriormente.
2. Se o milagre faz parte dos textos sinópticos, observe as instruções para a exposição destes registros, nas páginas anteriores.
3. Interprete os milagres como manifestações sobrenaturais da intervenção onipotente e misericordiosa de Deus, e não como meras parábolas ou símbolos.
4. Interprete os milagres literalmente, a não ser que o contexto bíblico permita uma aplicação simbólica. Cuidado para não alegorizar e espiritualizar os milagres.
5. Relacione os milagres com a real identificação de Jesus Cristo e sua mensagem do reino de Deus.
As 21 epístolas neotestamentárias foram dedicadas às igrejas primitivas, i. e., às igrejas que se originaram entre o Pentecoste e o fim da era apostólica (33-100 A. D.). As cartas do Novo Testamento revelam a sã doutrina dos apóstolos (At 2.42):
a) o ensino sobre a pessoa e a obra de Jesus Cristo (cristologia Cl 1; Fp 2; 1 Tm 3.16; Tt 2.11-14; 1 Pe 3.18);
b) o ensino sobre a depravação total do homem e sua salvação pelos méritos de Cristo (soteriologia Rm 1-3; Rm 6.23; Ef 2; 1 Co 2.14);
c) o ensino sobre as conseqüências do senhorio de Cristo em nossas vidas e da obediência diária a Cristo (santificação, ética Rm 12-16; Ef 4-6; 1 Jo 1-5; 1 Tm 4; 1 Ts 5);
d) o ensino sobre a identidade, o lugar e o propósito da igreja local (eclesiologia Ef 1-6; 1 Co 3.11);
e) o ensino sobre nosso futuro glorioso (escatologia 1 e 2 Ts; 2Pe 2 e 3; 1Co 15); e
f) o ensino sobre a atuação do Espírito Santo na vida do cristão e da igreja local (pneumatologia Rm 12; 1 Co 12-14; Ef 4.11-16).
Todas as epístolas têm um pano de fundo histórico, cultural e eclesiástico em que se originaram. Para a exegese de epístolas, oferecemos as seguintes
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