História Do Cristianismo -
Teologia 32.289
ITÁLIA
Dos séculos XV a XIX, a Itália
esteve dividida em diversos estados, ducados, repúblicas, e reinos. No centro
havia os estados da igreja, governados pelo papa, sendo a cidade de Roma a
capital. A corrupção nos estados do papa era medonha. A maioria dos papas
procurava constituir seus parentes como príncipes nos estados vizinhos. Nos
últimos quarenta anos deste século (XV) o crime político aumentou
consideravelmente. De vez em quando papas honestos e sinceros eram eleitos, e
procuravam reformar o estado de corrupção que existia, mas estes eram
desprezados por todos, e quando morriam as condições imorais voltavam ainda
piores. Os príncipes secretamente assassinavam seus rivais. Os papas eram
ímpios, levavam vida escandalosa, e alguns deles eram verdadeiros monstros de
iniqüidade. O pior deles foi Alexandre VI, da família Borgia, cujos filhos
eram o terror de Roma. A República de Florença foi governada por um monge
chamado Girolamo Savonarola, que pela vida santa e pregação que apresentava
produziu uma reforma na república, mas sua vida e pregação (embora um católico
verdadeiro) era uma repreensão à vida e à iniqüidade do papa, e Alexandre
tratou logo de processá-lo, e Savonarola foi condenado e queimado em praça
pública em 1498.
Daí por diante a Itália
tornou-se um campo de batalha dos exércitos espanhóis, franceses e alemães. No
ano de 1527, Roma foi tomada, o papa preso no castelo, e a cidade saqueada por
30.000 soldados. Durante os 340 anos que se seguiram após o saque de Roma, a
Itália foi repartida por países estrangeiros e sua história é uma série de
guerras entre as famílias reais dos Habsburgos e dos Bourbons.
No Estado de Piemont, no Norte,
existiam colônias de crentes primitivos chamados Valdenses (ou Vaudois). Estes
eram os descendentes dos seguidores de Pedro Waldo, um negociante rico de Lyon,
na França, que sendo convertido, deixou seu negócio para pregar o Evangelho
(1170). Seus seguidores, sendo perseguidos, fugiram das cidades e esconderam-se
nos vales entre os Alpes, e séculos depois foram achados na província do
Oriente, da França. Estes crentes espalharam-se na Itália, procurando
evangelizar os italianos, mormente o povo mais humilde, mas quando veio a
perseguição voltaram para as montanhas.
Os pastores deste povo
chamavam-se "barbas", e ouvindo acerca das novas doutrinas da
Reforma enviaram dois deles: Jorge Morei e Pedro Masson a Basiléia para visitar
o reformador Oecolâmpade, a fim de conferir suas doutrinas. Achavam que havia
muito em comum entre os Waldenses e os reformadores, embora existissem também
certas diferenças. Depois, o pregador Guilherme Farei foi convidado a assistir
a uma conferência com os representantes dos Waldenses. A esta conferência
assistiram anciões das igrejas da Itália, não somente do Norte, mas também do
Sul, e crentes da França, Alemanha e Boêmia. Entre eles havia alguns nobres da
Itália, que tomaram parte na discussão. Farei era o pregador principal; ele era
um homem eloqüente e espiritual. Nessa reunião, ficou resolvido fazer uma
melhor tradução da Bíblia na língua francesa. Esta obra foi feita por um crente
francês chamado Olivetan.
A igreja de Roma fez muitas
tentativas de apagar a voz do Evangelho, perseguindo os crentes e mandando
exércitos para exterminá-los, mas essa luz nunca foi completamente apagada.
O povo protestante da
Inglaterra tem mostrado seu interesse e simpatia para com os Waldenses desde o
tempo do Protetor Oliver Cromwell. Havendo no ano 1650 uma grande perseguição,
o Protetor interessou-se em favor do povo perseguido, de tal modo que seus inimigos
foram obrigados a desistir da perseguição. O poeta Milton descreveu num poema
os sofrimentos dos Waldenses durante esse tempo, e uma grande coleta foi
levantada no país para ajudá-los, e o dinheiro enviado aos que tanto sofriam.
No reinado da rainha Ana da Inglaterra, um subsídio foi mandado pelo governo
britânico para ajudar os pastores Waldenses, e continuou até o tempo de
Napoleão. No ano de 1823 um ministro anglicano visitou os vales de Piemont e
escreveu um livro contando sua experiência entre os Waldenses. O livro foi
lido por um coronel do exército inglês chamado Beckwith. Este, não tendo mais
serviço no exército, resolveu dedicar o resto da sua vida em promover o
bem-estar da igreja Waldense. Durante 35 anos, Beckwith trabalhou entre esse
povo, estabelecendo 120 escolas; ele edificou uma igreja em Turim, capital de
Piemont, no ano de 1849. Uma missão inglesa ainda funciona nessa zona.
O domínio francês, no tempo de
Napoleão, trouxe mais liberdade à Itália, mas não trouxe mais luz evangélica.
Durante cinqüenta anos depois da queda de Napoleão, a história da Itália era
uma luta entre a tirania dos governadores austríacos no Norte; do papa no
Centro, e dos reis de Nápoles (da família dos Burbons) no Sul. Tirania,
corrupção e opressão reinavam em toda a parte. Os homens que faziam qualquer
propaganda em favor da liberdade eram metidos em prisões, sem processo, ou
foram mortos.
É provável que os estados
papais fossem o pior e o mais corrupto lugar que o mundo jamais viu. Um homem
que, mais do que outro qualquer, ajudou a libertação do país, foi Giussepe
Garibaldi. Serviu, na sua mocidade, na Guerra dos Farrapos, no Rio Grande do
sul (Brasil) e casou-se com uma brasileira - Anita Garibaldi - que o animou na
sua tarefa na Itália. Os exércitos do rei de Nápoles fugiram diante de
Garibaldi e seus "camisas vermelhas", e Vitor Emannuel, rei de
Sardenha, ajudado pelo exército francês, venceu os austríacos. Finalmente
tomaram Roma, e os estados da igreja, e toda a Itália foi unida num reino, e o
papa retirou-se para o Vaticano, perdendo assim o seu poder temporal, onde ele
e seus predecessores governaram tão mal. Durante estas lutas, existiam grupos
de crentes italianos, mas a maior parte deles era gente humilde.
No princípio do século XIX, o
grande duque de Tosca-na, um dos estados do Norte da Itália, convidou o Conde
Guicciardini para organizar um sistema superior de educação. O Conde, em busca
de bons livros para esse fim, achou uma Vulgata (Bíblia em Latim) na sua
biblioteca, e começou a estudá-la, mas ficou espantado quando observou que seu
ensino não confirmava o da igreja romana. Nesta altura, o conde, certo dia, viu
um seu criado lendo um livro, que se apressou em esconder quando recebeu seu
patrão. O conde perguntou-lhe que era o que lia. 0 criado pediu-lhe então que
não o traísse, e mostrou-lhe a Bíblia em italiano. O conde pediu ao servo que subisse a um
quarto de seu palácio a fim de eles juntos estudarem o livro. Guicciardini foi
convertido desta maneira, e achando grupos de crentes, que eram pessoas
humildes, reuniu-se a eles. No ano 1851, foi promulgada uma lei, instigada
pelos jesuítas, proibindo tais reuniões e o Conde foi obrigado a sair da sua
pátria, e ir para a Inglaterra, onde gozava da comunhão dos crentes. Ele foi o
meio da conversão de um seu patrício de nome Rosseti. Quando veio a liberdade,
no ano de 1871, Guicciardini voltou à Itália, pregou e ensinou até a sua morte.
Desde o dia em que o papa perdeu seu poder temporal, e retirou-se como
"prisioneiro do Vaticano", o país tem-se desenvolvido. Nesse tempo o
papa achou consolo na declaração do Sínodo do Vaticano acerca de sua
infalibilidade que foi anunciada no ano de 1870, e aceita pela Igreja Romana
como uma das suas doutrinas. Essa igreja ainda procura impedir a evangelização no
país, mas uma lei sobre religião, embora com certas restrições, garante essa
liberdade.
A primeira Grande Guerra, que
terminou em 1918, deixou a Itália muito abatida, embora com mais território. O
país tem-se desenvolvido, mas, infelizmente, numa direção militar em desacordo
com o caráter do povo italiano, e agora (1941) o país está envolvido em outra
guerra, que é capaz de enfraquecer a Itália consideravelmente.
Que o Santo Espirito do Senhor, ilumine
o nosso entendimento
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