História Do Cristianismo -
Teologia 32.284
ALEMANHA
Os alemães sempre foram um povo
viril e inteligente, mas a fraqueza política do país era devida ao fato de até
no século passado estar dividido em estados independentes: reinos, ducados, e
eleitorados, possuindo o imperador um poder restrito. Ele era eleito pela
"Dieta", que era uma conferência dos chefes dos vários estados. Ao
tempo da Reforma, Carlos V era imperador. Era também rei da Espanha e dos
Países Baixos, e um homem prudente e ambicioso. De todo o coração queria
castigar Martinho Lutero pela pusadia em se opor ao papa. Felizmente os estados
eram independentes e seus governadores ciosos dos seus direitos.
Lutero morava na Saxônia, e o
Eleitor Frederico apoiava o reformador. A Reforma espalhou-se para outros
Estados, mas muitos estados alemães conservaram-se católicos. As vezes a
Reforma e a vida dos reformadores pareciam estar em perigo, mas Deus guardava o
seu povo, e as invejas e contendas políticas serviam para conservar a fé e a
vida dos reformadores.
Lutero era conservador, e
queria, tanto quanto possível conservar da antiga religião certas cerimônias,
vestimentas, etc, que considerava como a casca para conservar as novas
doutrinas. A Igreja Luterana na Alemanha era ligada ao Estado e controlada
pelo governo secular. Em outros países a mesma igreja é governada por bispos.
Uma separação entre a Igreja e o mundo nunca entrou no pensamento dos
reformadores principais em qualquer país, muito menos na Alemanha: Lutero era
mais um grande pregador do que um cuidadoso teólogo. Como outros reformadores,
emergindo das trevas e superstições da Igreja de Roma, ele recebeu a luz
gradualmente, e seus escritos mostraram um certo progresso no seu entendimento
das Escrituras. Uma grande dificuldade surgiu quando Lutero morreu, devido ao
fato de um partido na Igreja Luterana querer aderir rigorosamente às crenças e
escritos do Reformador, embora em alguns pontos não fosse muito claro o que ele
cria.
Depois da morte de Lutero, e
durante o século seguinte, houve muitas contendas a fim de obter-se
uniformidade no ritual da Igreja Luterana, e para fazê-la mais conforme aos
credos das igrejas de outros países. O fanatismo dos padres luteranos pelo seu
ritual e pormenores de doutrinas sem importância prejudicou a espiritualidade
da igreja. Depressa a Igreja Luterana entrou no estado descrito na carta a
Sardo (Ap 3.1): "Tens nome de que vives, e estás morto". De vez em quando Deus levantava
testemunhas no meio deste estado morto. Uma destas foi Jacó Spener, um fiel
pregador, e outros foram associados com ele. Toda a sua vida foi atacada pelos
teólogos e padres luteranos. A alcunha "Pietistas" (piedosos) foi
dada a estas testemunhas, porque pregavam contra os prazeres mundanos e
levianos, e praticavam o que pregavam. Outro homem de Deus foi Augusto
Hermann Franck. Ele fundou um orfanato na cidade de Hale no ano de 1691, um
posto médico para os pobres, e uma sociedade bíblica. Mais tarde o conde de
Zinzendorf começou seu grande serviço. Pertencia a uma família rica, nobre e
piedosa. Seu padrinho foi Jacó Spener, e cresceu com o conhecimento do
Evangelho. Mas quando era jovem crente, o conde visitava as cidades da Europa
(como muitos ricos costumavam fazer, a fim de completar a sua educação) e
chegou a Dusseldorf, e, entrando numa galeria de arte, ficou muito
impressionado com uma pintura de Cristo crucificado feita no século anterior,
e com as seguintes palavras embaixo: "Tudo isto Eu fiz por ti! - Que fazes
tu por mim?" Isto produziu uma crise na vida de Zinzendorf, e voltou para
casa com desejo ardente de servir ao Senhor. O conde interessava-se pelos
crentes na Morávia perseguidos pelos governadores da Áustria. Muitos eram
descendentes dos seguidores de João Huss: outros elementos foram espalhados
pela perseguição no tempo da Reforma. 0 conde convidou alguns para sua
propriedade para fazer uma aldeia modelo, onde houvesse liberdade. No
princípio havia brigas e contendas. Séculos de perseguição tornaram estes
crentes como fanáticos em defesa de suas doutrinas, e confundiram as questões
sem importância com doutrinas fundamentais. Alguns concluíram que o bom Conde
era mesmo a "Besta" do Apocalipse, e foram visitá-lo para anunciar-lhe
este descobrimento. Zinzendorf tratou-os com muita paciência e consideração e,
depois de muito ensino, tudo foi harmonizado, e em vez de contenderem, os
moravianos começaram a se amarem uns aos outros e a trabalharem juntos. O
Conde, com sua família, morava com eles, dando assim bom exemplo de vida cristã
em casa. Os
moravianos tomaram o nome de "Irmãos Unidos". Zinzendorf queria que
eles se associassem à Igreja Luterana e aceitassem seu ritual, mas os irmãos
não queriam, e a sua congregação tomou uma forma mais calvinista. Os irmãos
tornaram-se em uma sociedade missionária, e muitos deles foram evangelizar como
missionários pioneiros em diversas partes do mundo. As despesas eram pagas
pelo conde, até que veio a ficar empobrecido.
Zinzendorf também foi
perseguido pelas autoridades da Igreja Luterana, mas sofreu tudo com paciência.
Foi banido de Saxônia pelas autoridades durante algum tempo, mas sua liberdade
depois foi restaurada, e até pediram-lhe que arranjasse mais aldeias modelos
como a de Hernhut, onde morava. João Wesley encontrou os missionários
moravianos em viagem para a América, e ficou impressionado com o procedimento
deste povo, especialmente com a calma que eles mostraram durante uma tempestade.
No seu regresso à Inglaterra, Wesley assistiu às reuniões dos moravianos em
Londres, e ali foi convertido. Wesley visitou Hernhut, a aldeia dos Irmãos
Unidos na Alemanha e ficou muito impressionado; mas mais tarde encontrando
alguns deles com idéias extravagantes, separou-se deste povo. A doutrina
principal que os dividiu foi a da predestinação, pois Zinzendorf era calvinista
e Wesley armeniano. Um grande pregador contemporâneo de Zinzendorf foi
Hochmann von Hochenau. Sua pregação produziu uma revivificação e muita gente
foi convertida, e foi iniciado um movimento espiritual chamado "A
Sociedade de Filadélfia". Espalhou-se para outros países e "igrejas
de Filadélfia" foram fundadas em muitos lugares, separadas da Igreja
estabelecida. A pregação de Hochmann foi o meio da conversão de um jovem estudante
chamado Hoffmann, que tornou-se um grande pregador do evangelho, e foi usado na
conversão de Gerhard Tersteegen, um escritor de muitos hinos na língua alemã.
A Alemanha sofreu terrivelmente
na guerra dos "Trinta Anos", no século XVII (1618-1648) e muito do
seu território foi devastado. No século seguinte, as lutas de Frederico, o
Grande, chamadas a "Guerra dos Sete Anos", produziram muitos
sofrimentos e privações. Durante o século XVIII, o ateísmo espalhava-se pela
Alemanha, e o Rei da Prússia (Frederico, o Grande) era amigo de Voltaire, cujos
escritos espalhavam sua impiedade.
No século seguinte, as guerras
de Napoleão impediram o progresso da Alemanha, porque o imperador da França
dominava o país. No século XIX, os vários estados da Alemanha ficaram unidos,
e o Rei da Prússia foi declarado imperador da Alemanha. Os alemães têm feito
grande progresso na indústria, no comércio e na ciência. As leis e a
administração eram justas, sem a corrupção que desmoraliza muitos outros
países.
Durante a Segunda Grande
Guerra, o mundo todo e os melhores elementos na Alemanha protestaram contra a
injustiça e a brutalidade da perseguição dos judeus e de alemães que não
concordavam com o sistema de opressão. O espírito militar era muito forte na
Alemanha, confundindo-se com o patriotismo, e a Igreja Luterana não manifestou
poder espiritual para combater esse espírito militarista. A tentativa de
Adolfo Hitler de converter a Igreja às suas idéias pagas produziu resistência
da parte de muitos pastores e do povo fiel. Alguns sofreram até a morte para
manter o testemunho do Evangelho. A guerra começada no ano 1939 produziu muita
miséria no mundo, especialmente na própria Alemanha.
Que o Santo Espirito do Senhor, ilumine
o nosso entendimento
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