História Do Cristianismo -
Teologia 32.283
FRANÇA
A França no tempo da Reforma
era um país poderoso e rival da Espanha, então não possuía colônias. O Evangelho
pregado por Pedro Waldo de Lyon no século XII produzia bom resultado, mas a
perseguição diminuíra o número dos crentes, e a maior parte fugiu para a Suíça.
No princípio do século XVI o "novo ensino" despertou muito interesse
nas universidades mormente na Sorbone de Paris. O rei Francisco I era católico,
mas no princípio não era perseguidor. A irmã do rei, Margarida de Angouleme,
era uma mulher intelectual e piedosa, que estudava o Novo Testamento grego, e
queria animar outros a lê-lo. Durante a ausência do seu irmão na guerra contra
os espanhóis e quando ele estava prisioneiro do Imperador Carlos V, depois da
batalha de Pávia, Margarida protegia da ira dos padres os novos conversos.
Infelizmente havia alguns dos protestantes sem prudência, que começaram a
derrubar os ídolos e pregar placas nas igrejas e até no palácio do rei, fazendo
críticas à Igreja Romana. Em virtude disso, houve uma grande perseguição.
Muitos foram presos e queimados na praça pública. Mas os huguenotes (como se
chamavam os protestantes da França) cresceram em número. Muitos dos
nobres, por motivos políticos, uniram-se aos novos convertidos, e tornaram-se
um poder político, e pegaram em armas. A guerra civil rebentou e continuou por
muitos anos. Com o morticínio no dia de S. Bartolomeu não terminou a luta.
Henrique de Navarra ficou à frente das forças dos huguenotes. Este príncipe
era filho da célebre Jeanne de Navarra, que era filha de Margarida de
Angouleme, pelo segundo marido, o rei de Navarra. Sua mãe e avó eram cristãs
sinceras e piedosas, mas para Henrique a religião era uma política. A morte dos
herdeiros ao trono da França deixou-o como o sucessor. Mas, sendo protestante,
a maior parte dos franceses opuseram-se a sua pretensão. Henrique, porém,
venceu todos os seus inimigos numa guerra civil, e, a fim de trazer
tranqüilidade ao país, e firmar seu trono, o novo rei (Henrique IV) professou a
religião católica, dizendo que "Paris valia uma missa". Foi um bom
rei, e uma das primeiras leis a ser promulgada foi a chamada "O edito de
Nantes", que deu liberdade religiosa e política aos huguenotes. Quando o
rei Henrique foi assassinado por um jesuíta, seu filho (Luiz XIII) era menino,
e depois um homem fraco, e o poder caiu nas mãos dum grande estadista, o
cardeal Richelieu que resolveu aumentar o poder do rei e quebrar a força
política dos huguenotes. Estes mais uma vez pegaram em armas, e, apesar do
auxílio da Inglaterra, a fortaleza deles foi tomada, e os protestantes perderam
seu poder político para sempre, mas continuaram com certa liberdade religiosa
até o tempo de Luiz XIV. Este rei, instigado pelos jesuítas, desencadeou uma
grande perseguição contra seus súditos protestantes. Ele resolveu que todos
deviam aceitar a religião católica, e a fim de alcançar este objetivo, mandou
soldados brutais entrar pelas casas dos protestantes e
"convertê-los" à força. Esta perseguição é chamada "as
dragonadas", porque os soldados eram do regimento dos "dragões".
As "conversões" por meio destes "missionários" não
produziam bastante resultado, e o rei mandou o célebre Fenelon, (depois
Arcebispo de Cambrai) para "converter" os "heréticos".
Fenelon, embora fiel servo da Igreja Romana, era homem santo e piedoso. Era
venerado pela sua retidão e santidade, e converteu alguns à sua religião.
Recusou fazer qualquer tentativa até que os soldados fossem retirados, porque
não cria na força para este fim. Mas o serviço não lhe era congenial, I e ele o
deixou. 0 edito de Nantes fora revogado, tirando I toda a liberdade religiosa
do povo. Fenelon depois foi tutor do neto do rei, e seu ensino deu bom
resultado na vida do rapaz, que antes era vicioso. Mais tarde Fenelon foi influenciado
pelo ensino duma mulher célebre, chamada Madame Guyon, cujas obras foram
traduzidas em diversas línguas e ainda hoje são lidas, principalmente por
protestantes.
Os ensinos desta senhora são
baseados nas Escrituras, porque ela estudava a Bíblia e passava diariamente
muito tempo em oração. Era
crente verdadeira e gastou seu tempo, quando viúva, em boas obras, ensinando a
muitas mulheres as verdades da Bíblia. Converteu muitas almas a Cristo.
Continuava católica, embora não ligasse importância às cerimônias da igreja.
Foi acusada de heresia porque suas doutrinas aproximavam-se das dos
protestantes, e foi lançada na infame Bastilha, onde passou muitos anos. Fenelon
defendeu as doutrinas dela, e um bispo bem conhecido na história, chamado
Bossuet, capelão do rei, atacou essas doutrinas. Uma grande batalha literária
foi travada entre estes dois campeões. Embora Fenelon defendesse suas doutrinas
com firmeza, o poder secular estava com Bossuet, e Fenelon foi expulso da corte
e proibido de sair da sua diocese. Era venerado por quase todos, e até os inimigos
da França durante as guerras manifestaram seu respeito pelo arcebispo. Podemos
considerar Fenelon e Madame Guyon como semelhantes a "os vencedores"
de Tiatira.
A Igreja Romana não era digna
deles, e por isso os perseguia. Voltemos aos pobres huguenotes, entregues mais e mais à vontade dos soldados
brutais. Milhares deles fugiram para a Holanda, Suíça, Alemanha e Inglaterra.
Os filhos foram tirados aos pais e enviados aos conventos, a fim de serem
educados como católicos. Tão grande foi o número dos que fugiram que o
comércio e a indústria da França ficaram parcialmente paralisados; os
huguenotes eram os mais inteligentes e industriosos homens no reino. Ê calculado
em 400.000 os que fugiram do país, e representavam uma grande proporção naquele
período. O rei mandou sentinelas para vigiarem as fronteiras, e, navios para
policiarem os mares. Foi em vão, porque embora alguns fossem apanhados e
presos, a saída dos huguenotes continuou. Os capitães dos navios ingleses
ajudaram os fugitivos, que saíram escondidos nos porões e até em barris vazios
entre as cargas de vinho. Os países vizinhos protestantes receberam esta gente
de braços abertos, e lucraram muito porque trouxeram suas indústrias para esses
que os protegeram. A França jamais recuperou esta grande perda de muitos do seu
povo, e das suas indústrias. Na Inglaterra os huguenotes fundaram diversas
indústrias, como as de ferro, louça, e renda, que têm trazido muito lucro ao
país. Hoje há milhares de pessoas na Inglaterra, que são descendentes dos
huguenotes. Alguns ainda seguem o mesmo ofício dos seus antepassados que
fugiram da França, e outros têm alcançado posições altas no Estado.
A perseguição continuou
impiedosa até o rei julgar que convertera todos os "hereges". Mas
muitos que não podiam escapar do país fugiram para o interior entre os camponeses
das montanhas chamadas as Cevenes. Alguns tomaram armas e acharam um jovem
capitão de 21 anos chamado Cavalier. O rei enviou exércitos com generais para
debelar este movimento, mas Cavalier e seus camponeses derrotaram esses
contingentes. Os generais, para atemorizar os rebeldes, cometeram atrocidades,
mas Cavalier respondeu com represálias terríveis. O rei então mandou o Marechal
Villars, que convidou Cavalier para uma conferência e ofereceu-lhe uma grande
recompensa em dinheiro e a posição de coronel no seu exército. O jovem capitão
aceitou a oferta e foi para as guerras francesas com alguns dos seus fiéis
seguidores, mas os outros os chamaram de traidores. Finalmente este extraordinário
homem
foi a Inglaterra onde alcançou
a posição de general e governador da Ilha de Jersey, na Mancha. A guerra
serviu somente para desmoralizar os crentes. O rei pensava que vencera a luta,
e que não existiam mais protestantes em seu reino, mas no ano da sua morte os
huguenotes convocaram uma conferência de pastores para reformar a igreja,
dando-lhe o título de A Igreja no Deserto. Esta igreja cresceu, mas
funcionava longe das grandes cidades. Depois da morte do rei Luiz XVI, havia
mais liberdade e menos perseguição. Durante o tempo da Revolução Francesa e no
"Reinado de Terror", que se seguiu, diversos pastores sofreram morte
pela guilhotina. Napoleão Bonaparte concedeu a liberdade e reconheceu a Igreja
protestante, mas ligada ao Estado, e paga pelos fundos nacionais. No século
XIX esta igreja foi dividida, e os mais fiéis separaram-se do Estado. Hoje há
liberdade religiosa na França, e a República reconhece todas as religiões como
iguais. O povo geralmente continua católico, mas os intelectuais são muitas
vezes ateus. Os ensinos do célebre ateu Voltaire estavam em voga durante o
século XVII e ainda têm adeptos. Durante o século XIX houve tantas mudanças no
governo que produziram uma fraqueza política. O país foi invadido três vezes em
70 anos pelos alemães, e muito sofreu em conseqüência disso. Os evangélicos
fazem bom serviço, e têm sido ajudados por seus irmãos da Inglaterra e da Suíça.
Que o Santo Espirito do Senhor, ilumine
o nosso entendimento
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