História Do Cristianismo -
Teologia 32.290
BOÊMIA, ÁUSTRIA, MORÁVIA E
HUNGRIA
Desde o tempo da Reforma até
1918 estes países eram unidos debaixo do governo do arquiduque da Áustria e, depois,
do imperador desse país. Esses arquiduques e imperadores eram da família dos
Habsburgos; a maior parte deles foram tiranos e perseguidores. Antes da
Reforma, a Boêmia era um reino independente e a Morávia uma dependência.
Depois da morte de João Huss, em 1415, os seus seguidores lutaram contra todo o
império alemão, que mandou diversos exércitos para suprimir os
"hereges", mas foram todos desbaratados pelos boêmios. Os hussitas,
infelizmente, eram divididos em dois partidos, um chamado
"utraquistas" e o outro "taboritas". Vendo o papa que os
hussitas não podiam ser vencidos, concordou em reconhecer os utraquistas como
a igreja nacional de Boêmia, concedendo a eles o cálix (proibido a outros
católicos), na missa, que era a única coisa que eles exigiram. Os taboritas
queriam uma igreja separada de Roma, e continuaram a luta. Em 1434 o exército
dos taboritas foi completamente derrotado e espalhado.
Havia porém, muitas pessoas
entre este partido que desejavam conservar o ensino espiritual de João Huss,
as quais formaram sociedades secretas que procuraram voltar para as virtudes da
igreja primitiva. Uma destas comunidades foi fundada numa aldeia da Boêmia
chamada Kun-wald, e muitos uniram-se com eles, incluindo membros da igreja
waldense. A igreja nacional perseguiu este povo, que ficou espalhado mais uma
vez. Um dos pastores chamado Gregório foi torturado e outro foi queimado. Os
crentes, porém reuniram-se em outros lugares, e tomaram o nome de "Unitas
Fratum", (Irmãos Unidos) e resolveram separar-se da Igreja Romana, mas
declararam: "Não condenamos nem excluímos os que ficam obedientes à
Igreja Romana: como não excluímos os membros da igreja grega ou da índia;
assim também não condenamos os membros da Igreja Romana".
Um desses foi consagrado bispo
por um bispo da igreja dos waldenses. Tomaram a Bíblia como seu único guia e
autoridade, e rejeitaram os ensinos da igreja Romana. Puseram muita ênfase
quanto à conduta cristã. O papa Alexandre VI persuadiu o rei da Boêmia de que
esta gente era um perigo para o seu trono. Em 1507 o edito de S. Tiago mandou
que todos os que não se reunissem com a Igreja Ultraquista, ou com a Romana,
que saíssem do país. Surgiu mais uma perseguição, mas felizmente o rei da
Boêmia morreu pouco tempo depois, e os católicos e ultraquistas ocuparam-se com
brigas, de modo que a perseguição abrandou.
Os Irmãos Unidos ouviram com
alegria a notícia da Reforma na Suíça e na Alemanha. Mandaram representantes a
Wittenburgo, onde morava Lutero. Eles concordaram com as novas doutrinas, mas
não gostaram tanto do comportamento de muitos dos seguidores do reformador.
Em 1526 a família real da
Boêmia terminou com a morte do último soberano, e Fernandes, irmão do
Imperador da Alemanha (Carlos V), da família de Habsburgos, e Ar-quiduque da
Áustria, foi proclamado rei da Boêmia, Fernandes era católico fanático. Em
1546 rebentou uma guerra entre a Liga dos Príncipes Protestantes e as
potestades católicas, chefiadas pelo imperador. Muitos dos nobres da Boêmia
tomaram o lado dos protestantes, mas foram vencidos na batalha de Muhlburgo
(1547). Fernandes voltou a Praga (capital da Boêmia) triunfante, executando
alguns dos nobres, e resolveu exterminar os Irmãos Unidos, mandando que todos
os que não assistissem à Igreja Nacional, ou à Romana, saíssem do país.
Milhares deixaram sua pátria, achando refúgio na Alemanha e alguns na Polônia.
Em 1556 Fernandes foi eleito Imperador da Alemanha, e deixou o trono da Boêmia
com seu filho Maximiano, o qual deu licença para os Irmãos Unidos voltarem.
Durante os anos que se
seguiram, a Bíblia, chamada "Bíblia Kralitz", foi traduzida na língua
tcheca (a língua falada na Boêmia). Quando o Imperador precisava de dinheiro
para sua campanha contra os turcos, a Dieta da Boêmia exigiu, antes de fornecer
o necessário dinheiro, que o edito de S. Tiago fosse anulado, e que a liberdade
religiosa fosse garantida. A necessidade sendo urgente, um decreto chamado a
"Carta Boêmia" foi assinado concedendo essa liberdade. Em 1616
Fernandes II foi eleito rei da Boêmia. Estava inteiramente debaixo da
influência dos jesuítas. Embora jurasse observar a Carta, começou logo a violá-la.
Os nobres boêmios se revoltaram, recusando reconhecer Fernandes como rei, e
convidaram, Frederico, Eleitor do Palatinado (um Estado alemão) para ser rei
da Boêmia. Este príncipe era protestante calvinista, e sua mãe era filha de
Guilherme, o silencioso, de Orange. O jovem eleitor casou-se com Isabel, filha
mais velha de Tiago I, rei da Inglaterra. Embora muito novo, Frederico foi
escolhido chefe da União Protestante, formada para proteger os estados
protestantes. Era homem de bons princípios e de caráter, mas não possuía
habilidade suficiente para chefiar a União, e todos seus esforços terminaram em
desastre.
Os príncipes católicos formaram
a "Liga católica" para combater a União, e o chefe da Liga era o
Duque de Bavária. Infelizmente, Frederico aceitou o trono da Boêmia e foi
coroado no ano de 1619. Foi uma escolha que trouxe resultados desastrosos, não
somente a Frederico e à Boêmia mas também à Europa. Não tinha o apoio dos
outros príncipes protestantes, como o eleitor da Saxônia, e o rei da
Inglaterra. O arqueduque d'Áustria foi eleito em 1619 Imperador da Alemanha, e
rei da Hungria, e declarou guerra contra Frederico e os boêmios, que
considerava como rebeldes. "Fernandes chamou Maximiliano, Duque da
Bavária, e a Liga Católica para ajudá-lo. O Duque mandou um exército entrar e
devastar o Palatinado, enquanto o general de Fernandes combatia contra a
Boêmia. Esta guerra é conhecida como a "Guerra dos trinta anos"
devido ao tempo que durou. Em 1620 Frederico e os boêmios foram completamente
desbaratados na Batalha de Monte Branco, perto de Praga. Frederico, com sua
esposa e família, foi obrigado a fugir. Tendo já perdido também sua herança no
palatinado, foi obrigado a fugir para a Holanda, onde morou até sua morte,
como um hóspede dos governadores do país.
A guerra dos Trinta Anos é
dividida em três partes, a primeira e a segunda foi por motivo religioso entre
protestantes e católicos. Foi travada com grande ferocidade, e o sofrimento do
povo era terrível. Dizem que a Alemanha sentiu seus efeitos durante um século.
Os exércitos man-tiam-se pelo roubo, tanto de amigos como de inimigos, devastando
o terreno onde lutavam. Fernandes e seus generais, Tilly e Vallenstein, foram
quase sempre vitoriosos na primeira fase. A segunda fase foi marcada com a
entrada de Gustavao Adolfo, rei da Suécia, campeão da fé protestante, com um
exército bem treinado e equipado. Foi o único exército que não roubou o povo,
sendo bem disciplinado e comportado. O aspecto da guerra mudou depressa.
Gustavo venceu os generais Tilly e Vallenstein, mas caiu morto na batalha de
Lutzen (1632). No ano de 1653
a França entrou na guerra, ao lado da Suécia, e a
guerra perdeu todo o aspecto religioso. Depois de trinta anos de luta, Fernandes
II fez as pazes, perdendo a França o estado de Alsácia, e o filho de Frederico
e Isabel voltaram para governar o seu eleitorado. Esta guerra prolongada foi um
desastre também para os Irmãos Unidos. Fugiam para os países vizinhos onde
podiam-se abrigar. Um bispo deles chamado João Amos Comênio, continuou
apascentando seu rebanho secretamente na Morávia. Ele deu-lhes o nome
"Semente Escondida", mas são chamados também irmãos moravia-nos. Esta
igreja foi composta de taboritas, waldenses, e crentes da Alemanha, e foi desta
igreja que o bom Zinzendorf escolheu o grupo com que formou a sua sociedade em
Hernhut que depois mandou tantos missionários pioneiros para terras estrangeiras.
A família dos Habsburgos foi
notável por sua tirania, perseguição religiosa, e infelicidade com guerras e
revoltas. Fez uma guerra contra os turcos, a Guerra dos Sete Anos, no século
XVIII, e depois uma guerra prolongada contra Napoleão no princípio do século
XIX, e mais tarde contra a França e a Itália, e depois contra a Alemanha.
Depois da Grande Guerra de
1914-1918, a
Hungria, a Boêmia, e a Morávia e outras províncias, foram separadas da Áustria.
A Boêmia alcançou sua independência e com a Morávia formou a República da
Tchecoslováquia. Sendo um país industrial, e um povo inteligente e ativo
progrediu rapidamente em 20 anos. Infelizmente, no ano de 1938 caiu em poder da
Alemanha hitlerista, que tirou a sua liberdade, e procurou destruir as suas
instituições antigas. A Hungria também foi constituída uma república depois da
primeira Grande Guerra, mas não teve o mesmo progresso que a Boêmia.
No século XVI a Hungria fez
grandes esforços para ganhar mais liberdade política, pois estava debaixo do calcanhar
do Império da Áustria, e obteve uma certa medida da independência. Desde a
Reforma tem havido crentes evangélicos na Áustria e na Hungria, mas a
perseguição constante reduziu o número. Na Hungria, Bulgária e Romênia há
muitas congregações de evangélicos chamados "Nazarenos". O fundador
deste movimento foi um ministro suíço, chamado Frohlich. Entrou como jovem no
ministério na Suíça, e, sendo convertido, começou a pregar o Evangelho, muito
contra o gosto dos seus superiores, que procuraram corrigir sua teologia.
Quando Frohlich recusou modificar sua pregação, foi expulso do ministério no
ano de 1818, mas continuou sua pregação como itinerante, visitando outras
partes da Suíça e Alemanha. Dois operários ambulantes da Hungria, visitando a
Suíça, ouviram Frohlich e foram convertidos. Voltando a Budapeste, capital da
Hungria, estes homens anunciaram as Boas-Novas, e muitos foram atraídos. Uma
congregação foi formada na cidade e cresceu rapidamente, reunindo-se com
regularidade. Um grupo desta congregação saiu de Budapeste como missionários
aos países vizinhos e levaram o Evangelho até as fronteiras da Turquia. Tomaram
o nome "Nazarenos" por serem desprezados.
Que o Santo Espirito do Senhor, ilumine
o nosso entendimento
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