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6 de março de 2019

História Do Cristianismo - Teologia 32.286 - ESCÓCIA

História Do Cristianismo - Teologia 32.286



ESCÓCIA

A Reforma efetuou mais transformação na Escócia do que em qualquer outro país. Primeiro, porque o país estava numa condição deplorável, e porque a Reforma na Escócia foi mais completa. Esse país era pobre, e com um clima in­grato e um solo pouco fértil. No Norte o povo era quase sel­vagem. É montanhoso, e os habitantes, chamados "highlanders", eram divididos em tribos chamadas clãs, e eram muito fiéis à tribo e ao seu chefe. Havia constantes brigas com outras tribos, e travavam batalhas até a morte com seus inimigos. No Sul, na fronteira com a Inglaterra, muitas famílias eram compostas de bandidos e ladrões, que roubavam as fazendas e até as aldeias e cidades do Norte da Inglaterra, fazendo sistematicamente "raids" em bandos, queimando tudo que não podiam carregar. Leva­vam o despojo, gado, cavalos e carneiros para seu país. Os exércitos ingleses entraram na Escócia e tomaram vingan­ça pelos roubos, mas os "raids" continuaram. Entre estas famílias escocesas havia também brigas ou vendetas de uma geração para outra. Entre as clãs do Norte, quando um membro de uma família encontrava-se com o membro de uma família inimiga, era dever de ambos brigarem até a morte.
Os nobres ou fidalgos escoceses eram ferozes e cruéis. A opressão e a injustiça campeavam por toda a parte. De vez em quando havia um rei que governava bem, mas muitos deles encontraram morte violenta. Sendo que os reis meno­res (os regentes) ou abusavam do seu poder, ou eram fracos demais. A igreja romana possuía a maior parte das pro­priedades e não pagava imposto algum, e os frades eram geralmente preguiçosos e cheios de vícios. O martírio de Patrício Hamilton e Jorge Wishart aumentou o ódio do povo aos padres e bispos, e muitos nobres receberam o Evangelho. João Knox foi preso depois da morte de Wishart e serviu nas galés da França como um forçado. Foi libertado por influência do rei Eduardo VI, da Inglaterra, que era protestante.
Depois Knox passou uns anos com Calvino, em Ge­nebra, e aprendeu ali suas idéias sobre o governo da igreja. Voltou, finalmente, no ano de 1559, à Escócia, e achou que a Reforma fizera muito progresso, mas havia luta entre os protestantes e a Regente, que era viúva do último rei (e mãe da rainha Maria da Escócia), morava na França, por se ter casado com o rei daquele país. A rainha-mãe era da família De Guise (francesa), e uma católica fanática. Ela determinou acabar com a Reforma por todos os meios ao seu alcance. Convidou um exército francês para extermi­nar a Reforma, porque os protestantes estavam destruindo os ídolos nas igrejas, acompanhados por fidalgos armados com seus soldados. Os fidalgos enviaram uma carta à rai­nha Isabel da Inglaterra, pedindo um exército inglês para ajudá-los. A rainha atendeu e mandou navios de guerra e um exército. Depois de uma luta feroz, os ingleses e escoce­ses obrigaram os franceses a capitular e voltar à França. A rainha-mãe (a regente) morreu por esta ocasião, e os refor­madores tomaram conta do reino. Foi convocada a primei­ra "Assembléia Geral" da Escócia. Nesta assembléia ficou resolvido formar-se a igreja nacional reformada da Escó­cia. Não reconheceram o soberano (como na Inglaterra) como "Cabeça da Igreja", mas a Igreja da Escócia tomou uma forma presbiteriana. Ficou resolvido acabar de vez com tudo que era da Inglaterra romana na nova forma da Igreja da Escócia, e as doutrinas eram aproximadas às de Calvino. Resolveram que toda paróquia devia possuir uma escola e um ministro, e a Bíblia estaria aberta a todos.
No princípio havia dificuldades, por falta de ministros instruídos, e muitas aldeias tinham de ficar contentes com um estudante. Superintendentes viajavam dum lugar para outro fiscalizando o progresso do serviço religioso. Durante a primeira geração houve queixas contra ministros ou se­minaristas porque, às vezes, frades ou padres da igreja ca­tólica prestavam esse serviço. Na Assembléia ficou resolvi­do apropriar-se a nação de todas as propriedades e rique­zas da Igreja Romana, formando um fundo eclesiástico para pagar o ordenado dos ministros superintendentes, se­minaristas, professores de escolas, e despesas das escolas, e também para sustentar frades e freiras enxotados dos con­ventos que eram velhos demais para ganhar a vida. Infeliz­mente alguns dos fidalgos roubaram as propriedades ecle­siásticas, e toda a riqueza não foi para o fundo da nova Igreja. Foi instituído na Escócia um sistema de educação gratuita, para crianças de ambos os sexos, (isto séculos an­tes de outros países protestantes adotarem essa medida) e a educação da Escócia, durante séculos, foi a mais adian­tada do mundo.
A rainha Maria da Escócia voltou no ano de 1561. Era viúva porque o rei da França, seu marido, morrera. Maria fora enviada à França menina, e educada ali na corte mais corrupta da Europa. Ela queria que os escoceses voltassem à religião católica, mas era tarde demais. Na face da terra não existia um povo que mais odiasse a Igreja Romana do que os escoceses. A rainha era hábil, sutil, e sem escrúpulo. Casou de novo e seu único filho, Tiago, tornou-se depois rei da Inglaterra e da Escócia, unindo assim os dois reinos. Fe­lizmente, a mãe não criou seu próprio filho, sendo ele en­tregue a um fidalgo chamado Mar, para ser educado como protestante.
Maria foi cúmplice no assassínio do seu segundo mari­do e logo depois casou-se com o homem que foi culpado deste crime. Os escoceses então pegaram em armas e avan­çaram contra a Rainha e seu novo marido. Ambos foram obrigados a fugir, mas em direções diferentes; o marido fu­giu para a Dinamarca, e a rainha para a Inglaterra, entre­gando-se à sua prima Isabel. Durante os 19 anos de sua es­tada na Inglaterra, ela conspirou constantemente contra a rainha; e finalmente os ministros do Estado aconselharam a sua execução, e ela foi degolada. Seu filho Tiago fora de­clarado rei da Escócia quando sua mãe fugira. Quando Isa­bel morreu, Tiago foi declarado rei da Inglaterra, Escócia e Irlanda. Quando Tiago chegou à Inglaterra, gostou muito do sistema episcopal porque ele mesmo era "cabeça", e as­sim podia apontar bispos obedientes. Queria introduzir o mesmo sistema na Escócia, mas era impossível. Seu filho Carlos I, homem muito mais teimoso e menos sábio, man­dou que a liturgia anglicana fosse lida na Igreja de S. Giles em Edimburgo, capital da Escócia. Nessa ocasião, uma mulher lançou uma cadeira à cabeça do padre, e este foi obrigado a fugir da ira dos escoceses, e nunca mais voltou. O rei então invadiu a Escócia com um exército, mas encon­trando um exército mais poderoso na fronteira, ficou numa posição muito crítica para discutir o assunto, e voltou de­sistindo do intento. Os ingleses ficaram muito satisfeitos também porque odiavam o arcebispo Laud, que aconse­lhou ao rei tal coisa. Finalmente este prelado foi executa­do.
Querendo Carlos I atentar contra a liberdade do povo inglês, rebentou a guerra civil, que terminou com a execu­ção do rei. Infelizmente, os escoceses convidaram seu filho, que professou ser presbiteriano, para governar a Escócia. Um convite de que mais tarde o povo teve muita razão para se arrepender. O Protetor da Inglaterra, Oliver Crom-well, invadiu a Escócia e venceu seus exércitos obrigando o príncipe Carlos a fugir. Oliver Cromwell mandou seus ge­nerais para governar a Escócia, e foram dez anos de gover­no justo, de paz e liberdade. Eis o testemunho dum histo­riador desse tempo (1650-1660): "Eu creio verdadeiramen­te que houve mais almas convertidas a Cristo durante este período, do que durante qualquer outro tempo desde a Reforma, mesmo sendo um período três vezes maior. Toda paróquia tinha um ministro, toda aldeia uma escola, e quase toda família possuía uma Bíblia, e na maior parte do país, todas as crianças de idade escolar sabiam ler". Este testemunho foi escrito um século depois da Reforma. Não havia no mundo país mais adiantado no século XVII nem no século XVIII.
Mas a liberdade religiosa teve pouca duração. No ano de 1660 o príncipe Carlos voltou, e foi declarado rei com o nome de Carlos II (de "duas faces" dizem os escoceses). Carlos mostrou sua ingratidão aos escoceses que tinham vertido seu sangue para mantê-lo no trono. Fez leis severas contra os presbiterianos. Quase todos os pastores foram enxotados e homens ignorantes e, às vezes, sem caráter, preencheram seus lugares. A lei exigia que todos os membros assistissem nos domingos aos serviços na igreja, e os novos padres mandavam a lista dos ausentes para as au­toridades. A pena de ausência era prisão ou multa. Os es­coceses então reuniram-se secretamente nas montanhas e bosques e ali os velhos pastores pregavam, e celebravam também a Santa Ceia. Tais reuniões, chamadas "Conventículos", eram contra a lei, e soldados foram enviados para dispersar o povo que os assistia. Esses soldados pren­diam e por vezes matavam aqueles que apanhavam. Ás ca­deias ficaram cheias, e os pregadores, quando apanhados, eram enforcados ou degolados.
Durante um destes conventículos os soldados atacaram a multidão, e uns homens armados defenderam-se. Este ,sucesso da parte dos "Covernanters" (como se chamava os escoceses presbiterianos) não deu bom resultado, porque os atacantes depois foram vencidos, e centenas foram fuzi­lados ou enforcados. O governador mais cruel desses tem­pos foi o Duque de York, irmão do rei, e depois Tiago II. Era católico, e gostava de inventar e presenciar torturas bárbaras. Quando foi feito rei, a opressão piorou, mas feliz­mente durou somente quatro anos, pois Tiago foi obrigado a fugir para a França, e o rei Guilherme de Orange (holan­dês) subiu ao trono, e sempre depois disso a Escócia tem gozado plena liberdade religiosa. Muitos dos que haviam fugido para a Holanda voltaram à pátria.
Durante o século XVTCI a vida social e religiosa não des­ceu tanto na Escócia como na Inglaterra. João Howard, o célebre filantropista e reformador das prisões, escrevendo no ano 1779, disse: "Há poucos presos na Escócia. Em par­te é devido aos costumes alcançados pelo cuidado que os pais e ministros têm em instruir a nova geração. No Sul da Escócia é raro encontrar-se uma pessoa que não saiba ler e escrever. Era considerado um escândalo se uma pessoa não possuíse a Bíblia, que era sempre lida nas escolas paro­quiais".
A pregação de Whitefield foi muito abençoada neste sé­culo. João Wesley também visitou a Escócia diversas vezes e ficou admirado com a atenção do povo à sua pregação, e o decoro observado durante as reuniões. Wesley não teve, porém, o bom êxito de Whitefield. Talvez fosse isso devido ao fato de que este pregador era mais chegado à doutrina calvinista do que aquele, porque os Wesleianos eram mais discípulos de Armínio do que de Calvino. Foi esta diferen­ça que causou a separação entre os grandes pregadores.
Durante o século XVIQ o espírito de um evangelismo agressivo quase desaparecera na Escócia. Ao fim desse sé­culo dois irmãos, Roberto e Tiago Haldane, foram conver­tidos e dedicaram suas vidas ao Evangelho, viajando e pre­gando. Os ministros presbiterianos se opuseram a este mo­vimento, e um ato foi decretado na Assembléia em 1799, proibindo o uso dos púlpitos presbiterianos a leigos ou a ministros de outras igrejas. Os irmãos Haldane eram pro­prietários com bastantes recursos e continuavam seu tra­balho fundando escolas dominicais. O célebre Dr. Tomás Chalmers era um pregador eloqüente e poderoso, e animou os evangélicos no país, e era líder da seção evangélica na igreja escocesa. Depois o Dr. Chalmers chefiou o movimen­to separatista que formou a Igreja Livre da Escócia. A revivificação de evangelismo na Escócia no princípio do século XLX foi motivo da formação de diversas sociedades missio­nárias.
Em 1843 a Igreja Presbiteriana foi dividida: muitos sepa­raram-se da Igreja estabelecida formando a "Free Kirk" (I-greja Livre) em protesto contra a intervenção do poder secular no governo e conduta da Igreja. Os chefes do movi­mento separatista eram evangélicos, mas seus colégios em pouco tempo escolheram professores com idéias críticas das Escrituras. Um grupo dos ortodoxos dividiram-se da "Free Kirk", formando um corpo separado.
Havia lugares remotos das cidades grandes, no Norte da Escócia, onde o povo continuava meio-selvagem. A re-vivificação de 1859 alcançou estes lugares. Os pescadores no Norte e no Nordeste até as ilhas de Shetland eram ho­mens embrutecidos. As aldeias à beira-mar estavam cheias de tabernas onde era vendido o "Whisky" (aguar­dente) e era onde os pescadores faziam seus negócios. As casas eram choupanas pobres e sujas, o povo gastava o seu dinheiro nas tabernas e os pescadores levavam aguardente nos barcos de pescar. A transformação feita no povo nesse ano parece até incrível. As causas e os costumes mudaram depressa. O efeito perdurou por muito tempo. Hoje os tu­ristas vão de propósito visitar as aldeias-modelos dos pes­cadores. Uma aldeia, por exemplo, que antes da revivifica-ção possuía onze tabernas no meio da pobreza, agora não possui nem tabernas, nem cinema, nem cadeia, e as casas são modelos de asseio. O vício é desconhecido ali, e não há necessidade de polícia.
A Escócia tem produzido muitos dos melhores missio­nários pioneiros, como Robert Moffat, David Livingstone, Dr. Kalley, João Paton, James Chalmers e F. S. Arnot. A indústria, o comércio e a agricultura têm trazido prosperi­dade à Escócia, mas não espiritualidade. Dois grandes ini­migos têm feito bastante estrago: o "Whisky" em casa, e o modernismo na igreja. O domingo na Escócia era guardado como o dia do Senhor. Hoje em dia todos os bons costumes então existentes estão mudando para pior, e o domingo é mais e mais profanado. O número dos que assistem aos serviços religiosos está diminuindo rapidamente, e o esta­do espiritual do povo torna-se laodiceano.



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