História Do Cristianismo -
Teologia 32.285
INGLATERRA
O reinado da rainha Isabel
trouxe tranqüilidade e liberdade à Inglaterra, e firmou a religião protestante
no país. Entre os protestantes havia dois partidos: o povo que queria manter
certas formas e vestimentas da Igreja católica, e os puritanos que queriam um
culto mais simples e espiritual. A rainha era favorável tanto quanto possível
às cerimônias da Igreja católica, e desprezava os puritanos. Por isso a Igreja
Anglicana tem conservado certas vestimentas. A sua liturgia é uma forma
episcopal onde os bispos são como nobres, tendo domínio sobre a herança de
Deus. Os prelados tornaram-se perseguidores dos puritanos no século seguinte,
e inimigos da pregação do Evangelho no século XVIII. A rainha não era cruel
como sua irmã Maria se mostrara, mas não tinha qualquer sinal de fé cristã. A
derrota e destruição da "Invencível Armada" de Filipe da Espanha,
firmou o reino contra o catolicismo.
O século seguinte viu a Escócia
e a Inglaterra unidas sob o mesmo soberano. O herdeiro, depois de Isabel, ao
trono da Inglaterra, era o rei Tiago da Escócia. No ano 1603 Isabel morreu, e
Tiago I foi declarado rei da Inglaterra, Escócia e Irlanda. O nome da nova
família real era "Stuart", e houve quatro reis dessa família. Todos
eles procuravam exaltar o poder real acima do Estado e da Igreja, e perseguiram
todos os que não queriam conformar-se com o ritual da Igreja Anglicana.
Somente durante onze anos de protetorado, o povo gozou ampla liberdade, tanto
na Inglaterra como na Escócia. A Escócia sofreu especialmente da família
Stuart, que odiava o sistema presbiteriano, onde o rei era considerado somente
um membro e não a "cabeça", como na Igreja Anglicana. Nesta igreja o
rei nomeava os bispos, e os bispos os ministros, e assim tudo era submisso à
vontade do rei. Os reis pensavam que o soberano possuía direitos que vinham de
Deus, e portanto não tinha de dar conta a mais ninguém.
A loucura e a teimosia do
segundo rei desta dinastia, Carlos I, custou-lhe a cabeça, depois de uma guerra
civil entre o rei e o povo, em favor da liberdade. O ditador, Oliver Cromwell,
concedeu liberdade religiosa, mas o povo gozou esta bênção apenas onze anos,
pois o filho de Carlos I voltou e é conhecido como Carlos II. Era homem devasso
e sem honra ou princípios. Uma das primeiras leis promulgadas foi chamada
"ATO DE UNIFORMIDADE", que obrigou a todos a pertencerem à Igreja
Anglicana e proibiu reuniões religiosas de outra denominação. 2.000 dos melhores
ministros da Igreja Anglicana foram enxotados das suas paróquias e proibidos de
voltar para perto das antigas congregações. Durante este período, João Bunyan,
por ter pregado ao ar livre, e em casas particulares, foi condenado a doze anos
de cadeia. Outro pregador dissidente era Ricardo Baxter, que foi,
repetidamente, processado, multado e preso por ter pregado, e por ter escrito
livros que não agradaram os prelados. Era homem santo e liberal, e odiava a
intolerância religiosa. Um livro que escreveu chamado "O Descanso Eterno
dos Santos" é lido ainda hoje, e tem sido uma bênção para muitas pessoas
durante quase três séculos: Pelos meados do século XVII, apareceu um movimento
cristão que existe até hoje, chamada os "Quákers (Tremedores) ou a
"Sociedade dos Amigos". O fundador foi Jorge Fox, um crente
fervoroso, mas ele por vezes fez muitas extravagâncias, entrando nas igrejas
anglicanas e estorvando os ministros.
Fox passou diversos períodos na
cadeia. Outros homens de mais educação ajuntaram-se ao movimento sendo um deles
Guilherme Penn. o fundador da Pensilvânia, agora um dos Estados da América do
Norte. Os adeptos dessa denominação deram muita atenção às operações do Espírito
Santo, doutrinas pouco entendidas na igreja reformada. Protestaram contra as
cerimônias e o ritualismo; e nas suas reuniões costumavam sentar-se por muito
tempo em silêncio, esperando a direção do Espírito Santo. Os Quákers vestiam-se
com muita simplicidade, recusaram jurar nos tribunais de justiça, ou tomar
armas até para se defenderem. Não usavam o batismo nem a Santa Ceia, porque
diziam que hoje o cristianismo é todo espiritual. Esta gente, sendo
considerada fanática, foi perseguida, e as cadeias encheram-se de pessoas
acusadas de terem freqüentado reuniões, ou terem recusado jurar, e cerca de
12.000 quá-kers estavam presos durante um certo período. Quando soltos,
voltaram às suas reuniões abertamente, e deixaram a polícia levá-los à cadeia
novamente. Jorge Fox não era bem educado, mas Guilherme Penn era filho dum almirante
distinto, e defendeu-se com coragem nos tribunais. O rei devia a seu pai muito
dinheiro, e quando este morreu, para liquidar a dívida, Carlos II concedeu ao
filho Guilherme um vasto território na América do Norte, então colônia
inglesa. Penn foi para ali e fundou uma colônia modelo, fazendo aliança com os
índios, aliança essa que nunca foi desonrada, e assim ganhou o respeito dos
indígenas. O rei deu a esta colônia o nome de Pensilvânia, e Penn fundou a
capital, chamando-a Filadélfia, agora uma das cidades principais dos Estados
Unidos. Os quákers foram muito perseguidos em outras colônias inglesas, pelos
puritanos, homens que fugiram da perseguição dos prelados da Inglaterra. Os
quákers mais tarde, quando veio a liberdade na Inglaterra, foram conhecidos
pela sua filantropia, e depois trabalharam na Inglaterra e nos Estados Unidos
pela abolição da escravatura. Nestes últimos anos os quákers têm diminuído
muito, e a maior parte deles tem deixado as verdades cristãs fundamentais. Há
ainda um pequeno grupo deles que são fundamentais.
No ano de 1621 um grupo de
puritanos embarcou num navio chamado o "Mayflower" para formar uma
colônia na América do Norte, a fim de fugir à perseguição na Inglaterra e
gozar a liberdade no outro lado do oceano. Sofreram muitas aflições, doenças,
privações, morticínios pelos índios, mas perseveraram, e aumentaram pela
emigração da Inglaterra durante sessenta anos, e as colônias americanas foram
bem povoadas, formando a base da República agora tão poderosa, chamada Os
Estados Unidos.
O último rei da Casa de Stuart,
Tiago II, era católico, teimoso e fanático, embora jurasse manter a religião
protestante e a liberdade do povo, queria introduzir a religião católica. Depois
de quatro anos de aflição, o povo convidou o seu genro, Guilherme de Orange, de
Holanda, para substituir seu sogro, e este fugiu para a França. Guilherme e
sua esposa Maria eram muito bons soberanos e concede ram liberdade religiosa,
que tem sido mantida desde essa data (1689).
Mas a liberdade não produziu
espiritualidade. Ao contrário, no século XVIII o estado espiritual da
Inglaterra piorou gravemente. Era igual à condição da igreja em Sardo: um nome
para viver, mas morta. O povo estava embrutecido, os ministros da Igreja
Anglicana não cumpriam os seus deveres, e muitos gastavam seu tempo caçando e
jogando, e alguns eram bêbados. As denominações eram espiritualmente mortas e
sem poder, e a maior parte caiu em heresia.
Mas Deus felizmente não deixou
sua igreja assim. Levantou os irmãos Wesley, Jorge Whitefield, Rowland Hill e
outros, que pregavam ao ar livre e produziram uma revivificação espiritual. Foi
então fundada a Igreja Metodista, e outro resultado foi uma mudança na moral do
povo. A diferença produzida pela revivificação, dizem alguns historiadores,
evitou a repetição na Inglaterra do desastre que se deu na França chamado o
"Reinado de Terror". Ao princípio João e Carlos Wesley e Jorge
Whitefield eram perseguidos pelos bispos e padres anglicanos. A pregação ao ar
livre foi considerada uma extravagância religiosa. Milhares de pessoas
assistiram a essas pregações, e muitos foram convertidos. Wesley também
organizou uma multidão de pregadores leigos, que pregaram com bom êxito. Jorge
Whitefield foi ajudado pela condessa de Huntingdon, que edificou salões em
diversas partes da Inglaterra, e pagou o ordenado de muitos ministros para
pregarem o Evangelho. Muitos desses salões existem até hoje.
Este despertamento
desenvolveu-se no século XIX quando foram estabelecidas diversas sociedades
bíblicas e sociedades missionárias. Havia também grande interesse pelo texto da
Bíblia, e pelos manuscritos antigos dos quais foram descobertas traduções mais
exatas que foram traduzidos. Escavações na Mesopotâmia, na Babilônia e no Egito
trouxeram à luz escritos confirmando histórias bíblicas. Também certas verdades
foram estudadas, como as profecias do Velho Testamento e a vinda do Senhor. O
espírito sectário, que dominava em todas as classes de crentes, despertava a
consciência de muitos, e resultou em mais comunhão fraternal na Igreja. A
rainha Vitória começou a reinar no ano de 1847, e reinou mais de 60 anos. Sendo
cristã, e com idéias elevadas, ela fez uma limpeza na corte, e elevou o nível
social e público, começando com os ministros de Estado até a administração da
justiça. Se um ministro de Estado, embora de grande capacidade, tivesse uma mancha
no seu caráter moral, seu nome era riscado da lista. A justiça agora estava ao
alcance dos mais pobres, e não favorecia os ricos.
No ano 1859 houve uma
revivificação no Norte da Irlanda e no Norte da Escócia, e a Inglaterra sentiu
seu efeito. Durante dez anos em seguida houve uma grande onda de evangelização
no país, e muitos foram convertidos. Poucos anos depois veio o evangelista D.
L. Moody da América do Norte para suas campanhas de pregações, e com ele
Sankey, o cantor evangélico. Visitaram todas as cidades principais nos três
reinos, e milhares foram convertidos. Nos maiores salões das cidades não cabia a
metade do povo que queria assistir às suas pregações. Moody era homem humilde
e de família pobre e pouco educado, com sotaque americano, mas pregava com
grande poder. Durante os anos que seguiram a estas campanhas, nasceram muitas
sociedades de evangelização entre crianças, marinheiros, soldados, pescadores,
empregados nas estradas de ferro, e políticos, para impressão e distribuição de
tratados evangelísticos. Os trabalhos missionários desenvolveram-se e novas
sociedades foram instaladas. Tudo parecia semelhante à Igreja em Filadélfia. A porta
estava aberta para o Evangelho em quase todo o mundo: "Uma porta que se
abre e ninguém fecha". O grande pregador batista Spurgeon (chamado o
"príncipe dos pregadores") durante mais de 30 anos pregava todos os
domingos a milhares de pessoas em Londres, e seus sermões são lidos até hoje.
Mas, enquanto o Espírito de
Deus fazia estas maravilhas, o inimigo não dormia, apanhando semente de joio e
começando a sua sementeira. Seus servos eram como os fariseus e saduceus. Os
primeiros estavam representados na Inglaterra por um forte partido de
ritualistas, que queriam fazer a Igreja Anglicana igual à Igreja Católica. Os
"saduceus" criticavam as Escrituras, e a crítica à Palavra de Deus
tem crescido gradualmente. Um célebre cientista chamado Carlos Darwin, inventou
a teoria da "Evolução". Baseando suas teorias sobre certos fatos
científicos. Ele negou a obra do Criador do universo, dizendo que o homem é
descendente de animais, sendo o macaco o nosso parente mais chegado, tendo
havido entre este animal e o homem um elo que agora falta.
Durante muitos anos os
cientistas tem procurado em vão algumas evidências da existência desse
"elo", que deve ser meio homem e meio macaco. Muitos cientistas têm
abandonado esta teoria, mas infelizmente foi adotada pelos professores dos
seminários para treinar ministros para os púlpitos de várias denominações.
A teoria da evolução foi
adaptada ao ensino bíblico, e o resultado disso hoje em dia é que uma boa parte
desses ministros são "modernistas", negando a inspiração da Palavra
de Deus. O efeito na vida do povo é triste. Embora a pregação do Evangelho
ainda atraia o povo, a Inglaterra em geral é quase como uma nação paga, e é
calculado que somente 20% assiste a qualquer culto. E destes 20% a maior
parte são modernistas. Embora a Inglaterra tenha alguma parte no serviço
missionário do mundo, este é apoiado por uma pequena percentagem do povo. O
estado espiritual é como o de Laodicéia. O Evangelho produziu, e ainda existe
no país, um alto nível de responsabilidade e honestidade na administração das
leis, da justiça, e foram instituídos muitos benefícios, tais como proteção aos
velhos, aos fracos, aos desempregados, e as leis protetoras nas indústrias. O
comércio é praticado com elevada moral, mas o povo em geral é muito indiferente
às coisas de Deus. O domingo agora é quase tão profano como no Continente.
Riquezas, prazeres, esportes, conforto, luxo, têm tomado o lugar da piedade.
Deus está agora retirando do país muitas destas vantagens, e o povo foi
bastante castigado na Segunda Guerra Mundial.
Que o Santo Espirito do Senhor, ilumine
o nosso entendimento
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