
Utilitarismo
Outro exemplo de ética humanística é o utilitarismo, sistema ético que tem como
valor máximo o que considera o bem maior para o maior número de pessoas. Em
outras palavras, "o certo é o que for útil". As decisões são
julgadas, não em termos das motivações ou princípios morais envolvidos, mas dos
resultados que produzem. Se uma escolha produz felicidade para as pessoas,
então é correta. Os principais proponentes da ética utilitarista foram os
filósofos ingleses Jeremy Bentham e John Stuart Mill.
A ética utilitarista pode parecer estar alinhada com o ensino cristão de buscarmos
o bem das pessoas. Ela chega até a ensinar que cada indivíduo deve sacrificar
seu prazer pelo da coletividade (ao contrário do hedonismo). Entretanto, é
perigosamente relativista: quem vai determinar o que é o bem da maioria? Os
nazistas dizimaram milhões de judeus em nome do bem da humanidade. Antes deles,
já era popular o adágio "o fim justifica os meios". O perigo do
utilitarismo é que ele transforma a ética simplesmente num pragmatismo frio e
impessoal: decisões certas são aquelas que produzem soluções, resultados e
números.
Pessoas influenciadas pelo utilitarismo escolherão soluções simplesmente porque
elas funcionam, sem indagar se são corretas ou não. Utilitaristas enfatizam o
método em detrimento do conteúdo. Eles querem saber como e não por que.
Talvez um bom exemplo moderno seja o escândalo sexual Clinton/Lewinski. Numa
sociedade bastante marcada pelo utilitarismo, como é a americana, é
compreensível que as pessoas se dividam quanto a um impeachment do presidente
Clinton, visto que sua administração tem produzido excelentes resultados
financeiros para o país.