Hedonismo
Uma forma de ética humanística é o hedonismo. Esse sistema ensina que o certo é
aquilo que é agradável. A palavra "hedonismo" vem do grego |hdonh,
"prazer". Como movimento filosófico, teve sua origem nos ensinos de
Epicuro e de seus discípulos, cuja máxima famosa era "comamos e bebamos
porque amanhã morreremos". O epicurismo era um sistema de ética que
ensinava, em linhas gerais, que para ter uma vida cheia de sentido e
significado, cada indivíduo deveria buscar acima de tudo aquilo que lhe desse
prazer ou felicidade. Os hedonistas mais radicais chegavam a ponto de dizer que
era inútil tentar adivinhar o que dá prazer ao próximo.
Como conseqüência de sua ética, os hedonistas se abstinham da vida política e
pública, preferiam ficar solteiros, censurando o casamento e a família como
obstáculos ao bem maior, que é o prazer individual. Alguns chegavam a defender
o suicídio, visto que a morte natural era dolorosa.
Como movimento filosófico, o hedonismo passou, mas certamente a sua doutrina
central permanece em nossos dias. Somos todos hedonistas por natureza.
Freqüentemente somos motivados em nossas decisões pela busca secreta do prazer.
A ética natural do homem é o hedonismo. Instintivamente, ele toma decisões e
faz escolhas tendo como princípio controlador buscar aquilo que lhe dará maior
prazer e felicidade. O individualismo exacerbado e o materialismo moderno são
formas atuais de hedonismo.
O hedonismo não tem muitos defensores modernos, mas podemos mencionar Gustav
Fechner, o fundador da psicofísica, com sua interpretação do prazer como
princípio psíquico de ação, a qual foi depois desenvolvida por Sigmund Freud
como sendo o princípio operativo do nível psicanalítico do inconsciente.
Muito embora o cristianismo reconheça a legitimidade da busca do prazer e da felicidade individuais, considera a ética hedonista essencialmente egoísta, pois coloca tais coisas como o princípio maior e fundamental da existência humana.