Exegese Bíblica 22.12
2. Exegese
Rabínica
Os judeus interpretavam a escritura ao
pé da letra, por causa da noção de inspiração que tinham. Se uma palavra não
tinha sentido perceptível imediatamente, eles usavam artifícios intelectuais,
para lhes dar um sentido, porque todas as palavras da Bíblia tinham que ter uma
explicação. O exemplo do paralítico é antológico: ele passara 38 anos doente.
Por que 38? Ora, 40 é um número perfeito, usado várias vezes na vida de Cristo
(antes da ressurreição, no jejum) ou também no AT (deserto, Sinai). Dois é
outro número perfeito, porque os mandamentos (vontade) de Deus se resumem em
"2": amar Deus e ao próximo. Portanto, tirando um número perfeito de
outro, isto é, tirando 2 de 40 deve dar um número imperfeito (38) que é número
de doença...
Alegoria pura: neste sentido se entende a condenação de certas teorias que
apareceram e eram contrárias à Bíblia (caso de Galileu). Assim era a exegese
antiga. No século XVIII, o racionalismo fez o extremo oposto desta doutrina:
negaram tudo que tinha alguma aspecto de sobrenatural e mistério, e procuravam
explicações naturais para os fatos incompreensíveis, assim por exemplo, dizendo
que Cristo hipnotizava os ouvintes e os iludia dizendo que era milagre. JC não
ressuscitou, mas ele apenas havia desmaiado na cruz, e quando tornou a si saiu
do sepulcro... Talvez não o fizessem por maldade. Era por principio filosófico.
A Igreja primitiva herdou muito do rabinismo, no início, mas depois se
libertou. Começaram por ver na Bíblia vários sentidos: literal, pleno e
acomodatício. Literal: sentido inerente ás palavras, expressão pura e simples
da idéia do autor; Pleno: fundado no literal, mas que tem um aprofundamento
talvez nem previsto pelo autor. Deus pode ter colocado em certas palavras um
significado mais profundo que o autor não percebeu, mas que depois se descobre.
Deus, como autor, fez assim. A palavra do profeta se refere a uma situação
histórica; a palavra de Deus se refere ao futuro. Acomodatício: é a acomodação
a um sentido à parte que combina com as palavras. É a Bíblia aplicada à
realidade apenas pela coincidência dos textos.
Por exemplo, em Mt. se lê "do Egito chamei meu filho"... para que se
cumprisse a Escritura. Mas o sentido, ou seja, a aplicação original deste
trecho não se referia à volta da Sagrada Família, mas sim à saída do Povo do
Egito. Esta acomodação foi explorada demasiadamente pelos pregadores, que até
abusaram disto. Outro exemplo de acomodação é a aplicação a Maria dos textos do
livro da Sabedoria. Estes são mais literatura que Escritura. Todavia, crendo-se
na inspiração, aceita-se que as palavras do autor podem ter uma significação
mais profunda que a original.
Que o Santo Espirito do Senhor, ilumine o nosso entendimento
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