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7 de julho de 2018

História De Israel – Teologia 31.266 (Livro 19 Cap 7) A EXTREMA IMPRUDÊNCIA DE SILAS, GENERAL DAS TROPAS DE AGRIPA, LEVA ESSE PRÍNCIPE A PÔ-LO NUMA PRISÃO. FORTIFICA JERUSALÉM, MAS O IMPERADOR CLÁUDIO O PROÍBE DE CONTINUAR. SUAS EXCELENTES QUALIDADES. SEUS SOBERBOS EDIFÍCIOS. MOTIVO DE SUA AVERSÃO POR MARCOS, GOVERNADOR DA SÍRIA. ELE ENTREGA O SUMO SACERDÓCIO A ELIONEU. MORRE DE MANEIRA HORRÍVEL. DEIXA COMO SUCESSOR O SEU FILHO AGRIPA. HORRÍVEL INGRATIDÃO DOS HABITANTES DE CESARÉIA E DE SEBASTE PARA COM A SUA MEMÓRIA. O IMPERADOR CLÁUDIO ENVIA FADO PARA GOVERNAR AJUDÉIA, POR CAUSA DA MENORIDADE DE AGRIPA.

História De Israel – Teologia 31.266

 
CAPÍTULO 7

A EXTREMA IMPRUDÊNCIA DE SILAS, GENERAL DAS TROPAS DE AGRIPA, LEVA ESSE PRÍNCIPE A PÔ-LO NUMA PRISÃO. FORTIFICA JERUSALÉM, MAS O
IMPERADOR CLÁUDIO O PROÍBE DE CONTINUAR. SUAS EXCELENTES
QUALIDADES. SEUS SOBERBOS EDIFÍCIOS. MOTIVO DE SUA AVERSÃO POR
MARCOS, GOVERNADOR DA SÍRIA. ELE ENTREGA O SUMO SACERDÓCIO A
ELIONEU. MORRE DE MANEIRA HORRÍVEL. DEIXA COMO SUCESSOR O SEU
FILHO AGRIPA. HORRÍVEL INGRATIDÃO DOS HABITANTES DE CESARÉIA E DE
SEBASTE PARA COM A SUA MEMÓRIA. O IMPERADOR CLÁUDIO ENVIA FADO PARA GOVERNAR AJUDÉIA, POR CAUSA DA MENORIDADE DE AGRIPA.

822.  Silas, general das tropas do rei Agripa, como dissemos, lhe fora tão fiel durante as adversidades, que jamais se recusou a tomar parte com ele nos perigos e nunca deixou de se expor às situações mais arriscadas para lhe dar provas disso. Porém o mérito adquirido junto do rei por tantos serviços prestados concebeu nele tal confiança que ele não admitia ser tratado como subalterno. Esquecendo o respeito que devia ao soberano, falava-lhe sempre em tom de reprimenda e com uma liberdade que não se usa ao falar com os reis, e discorria sobre a sua infelicidade passada, exagerando na rememoração dos favores que lhe prestara e dos sofrimentos que experimentara por causa dele.
Essa aborrecida e imprudente maneira de agir tornou-se insuportável ao príncipe, porque nada é mais enfadonho que a renovação das lembranças desagradáveis nem mais ridículo que a menção insistente dos favores e serviços que se prestou a alguém. Por fim, o descontentamento que Agripa sentiu foi tão grande que, cedendo à cólera mais que à razão, não somente privou Silas de seu cargo como também o encerrou numa prisão, na cidade de seu nascimento. Algum tempo depois, no entanto, acalmou-se, ao recordar os favores que dele recebera, e mandou chamá-lo para tomar parte num banquete que oferecia aos amigos.
Silas, todavia, por ser incapaz de dissimular e porque estava convencido de que o rei lhe fizera uma grave injustiça, assim falou aos convidados: "Vós estais vendo a honra que o rei hoje me faz, mas ela não durará muito. Dela ele me irá privar, do mesmo modo como me destituiu — de maneira ultrajosa — do cargo que a minha fidelidade havia conquistado. Poderá ele persuadir-se de que eu deixarei de falar com liberdade? Como a minha consciência de nada me censura, publicarei sempre em alta voz as dificuldades de que o livrei e as amarguras que experimentei em prol de sua conservação e para a sua glória, bem como as cadeias e a escuridão de um cárcere que me foram dadas como recompensa. Tão grande injúria não é daquelas que se podem esquecer, e dela não me recordarei somente durante o resto de minha vida, mas também após a minha morte". Esse homem, tão imprudente quanto fiel, não se contentando em falar desse modo aos convidados, rogou que o dissessem ao rei. E este, percebendo então que aquela loucura era incurável, tornou a mandá-lo para a prisão.
823. Agripa dirigiu depois os seus cuidados a Jerusalém. Empregou o dinheiro público para aumentar e reedificar os muros da nova cidade, e a teria tornado tão forte que ela seria inexpugnável. Porém Marcos, governador da Síria, avisou o imperador, e este ordenou a Agripa que não continuasse o trabalho, e ele não ousou desobedecer.
824.  Esse rei dos judeus era tão liberal e benéfico e tão afeiçoado aos seus súditos que não lhes poupava despesa alguma. E, por suas louváveis ações, alcançou celebridade e crédito junto deles. Era muito diferente de Herodes, seu avô, que era cruel e preferia os gregos aos judeus, como se pode julgar pelas vultosas somas que ele investiu para construir e embelezar cidades, Templos, teatros, banhos e outros suntuosos edifícios fora de seu país, sem jamais se ter dignado empreender algo semelhante na Judéia. Agripa, no entanto, era manso e afável para com todos. Tratava bem os seus súditos e os estrangeiros e tinha uma satisfação particular em aliviar os aflitos. Fazia a sua moradia ordinariamente em Jerusalém, e não se passava um dia sem que ele oferecesse sacrifícios a Deus, como ordenam as nossas leis, pois ele era muito religioso e observava os costumes de nossos antepassados.
825.  Durante uma viagem que ele fez a Cesaréia, um doutor da lei, chamado Simão, teve a ousadia de acusá-lo publicamente, em Jerusalém, de ser um viciado, ao qual se devia recusar a entrada no Templo, pois tal só era permitida às pessoas castas. O governador da cidade avisou Agripa do ocorrido, e ele solicitou-lhe que fosse buscar aquele homem. Simão foi avisado, e, quando chegou a Cesaréia, o príncipe já se encontrava no teatro. Agripa convidou-o a sentar-se junto de si e falou-lhe com voz suave e sem se irritar: "Dizei-me, eu vos peço, quais são os vícios de que me acusais?" Aquele homem ficou tão confuso que, não sabendo o que responder, suplicou ao rei que o perdoasse, e este o perdoou no mesmo instante, dizendo que os reis devem preferir a clemência ao rigor e fazer com que a cólera seja vencida pela moderação. A sua bondade foi ainda além, pois ele despediu Simão com presentes.
826.  Muitas cidades sentiram os efeitos da generosidade desse soberano. Ele nada poupou para erigir em Berito um suntuoso teatro e um anfiteatro, banhos e galerias que não lhe eram inferiores em beleza. Diversos concertos de música e outros divertimentos tiveram lugar pela primeira vez nesse teatro. Com o propósito de divertir o povo e para que se visse no meio da paz uma imagem da guerra, mandaram vir ao anfiteatro mil e quatrocentos homens condenados à morte, que foram divididos em dois grupos. O combate foi tão obstinado e sangrento que, de todo esse grande número, nem um só ficou com vida.

827.  Depois disso, ele foi de Berito a Tiberíades, cidade da Galiléia. E os príncipes seus vizinhos — Antíoco, rei de Comagena; Sampsigeram, rei de Emesa: Cotis, rei da Pequena Armênia; Polemom, príncipe do Ponto; Herodes, rei da Cálcida, irmão de Agripa — vieram procurá-lo, porque muito o estimavam. Ele, por sua vez, tratou-os com a bondade e a magnificência correspondentes à dignidade de receber visitas tão honrosas. Quando estavam todos reunidos, Marco, governador da Síria, veio também visitá-lo. Agripa, querendo prestar-lhe a honra que era devida ao poder e à grandeza romana, foi encontrá-lo sete estádios antes, o que foi a primeira causa de desentendimento entre eles, pois aqueles reis que tinham vindo visitar Agripa estavam com ele no mesmo carro, e Marcos considerou aquela união prejudicial ao império, declarando que deviam todos regressar aos seus territórios. Isso deixou Agripa muito ofendido, motivo pelo qual daí em diante se tornaram inimigos.
828.  Nesse mesmo tempo, ele tirou o sumo sacerdócio de Matias e entregou-a a Elioneu, filho de Citeu. E, no terceiro ano de seu reinado, celebrou na cidade de Cesaréia, antes conhecida como a torre de Estratão, jogos solenes em honra ao imperador. Os principais do reino e toda a nobreza da província reuniram-se nessa festa. No segundo dia dos espetáculos, Agripa chegou bem cedo pela manhã ao teatro. Usava uma veste trabalhada com muita arte, cujo forro era de prata, e, quando o sol o iluminava com os seus raios, emitia tão vivos reflexos de luz que não se podia olhar para ele sem se sentir tomado por um respeito misto de temor. Então alguns mesquinhos bajuladores, com palavras melífluas, mas que destilam veneno mortal sobre o coração dos príncipes, começaram a dizer que até então haviam considerado o seu rei um simples homem, porém dali em diante o iriam reverenciar como a um deus, rogando-lhe que se lhes mostrasse favorável, pois parecia que ele não era como os demais, de condição mortal.
Agripa tolerou essa impiedade, que deveria ter sido castigada com muito rigor. E logo ele levantou os olhos e viu uma coruja por sobre a sua cabeça, pousada numa corda estendida no ar, e lembrou-se de que aquela ave era agora um presságio de sua desgraça, tal como outrora havia sido o prenuncio de sua prosperidade. Soltou então um profundo suspiro, ao mesmo tempo que começou a sentir as entranhas roídas por uma dor horrível. E, voltando-se para os seus amigos, disse-lhes: "Aquele que pretendeis fazer acreditar que é imortal está prestes a morrer. A providência divina veio desmascarar a vossa mentira. Mas é preciso aceitar as determinações de Deus, apesar de eu ter sido muito feliz, a ponto de não haver príncipe de quem eu invejasse a felicidade".
Dizendo essas palavras, ele sentiu que as dores aumentavam. Levaram-no ao palácio, e a notícia de que ele estava prestes a exalar o último suspiro espalhou-se imediatamente. Logo todo o povo, com a cabeça coberta por um saco, segundo o costume de nossos pais, fez orações a Deus pela sua saúde, e todo o ar ressoava com gritos e lamentações. O príncipe, que estava no quarto mais alto do palácio, vendo-os de lá prostrados em terra, não pôde reter as lágrimas. As dores, porém, continuaram por cinco dias a fio e o levaram desta vida, aos cinqüenta e quatro anos de idade e sete de reinado. Foram quatro anos sob o imperador Caio, dos quais nos três primeiros ele governou apenas a tetrarquia que pertencera a Filipe, sendo-lhe acrescentada no quarto ano a de Herodes. Nos três anos em que reinou sob Cláudio, esse imperador deu-lhe também a judéia, Samaria e Cesaréia. E, embora as suas rendas fossem muito altas,* ele era tão liberal e magnânimo que se via obrigado a pedir emprestado grandes somas.

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* "Mil e duzentas vezes dez mil", diz o texto grego, sem nada mais especificar.

829. Antes que a notícia de sua morte se tivesse divulgado, Cheicias, general das tropas, e Herodes, o príncipe da Cálcida, ambos inimigos de Silas, mandaram que Aristo o matasse na prisão, fingido ter recebido ordem do rei para isso.
830. O príncipe, que possuía grandes qualidades, deixou, ao morrer, um filho de dezessete anos, chamado Agripa, como ele, e três filhas, das quais a mais velha, de nome Berenice, que então contava dezesseis anos, havia desposado Herodes, seu tio. Mariana, que era a segunda, de dez anos, era noiva de Júlio Arqueiau, filho de Cheicias. E a terceira, de nome Drusila, que tinha apenas seis anos de idade, era noiva de Epifânio, filho de Arqueiau, rei de Comagena.
831.  Quando a notícia da morte do rei Agripa se tornou pública, os habitantes de Cesaréia e de Sebaste esqueceram todos os benefícios que dele haviam recebido. A sua horrível ingratidão levou-os a querer enxovalhar a sua memória com injúrias e ultrajes que eu não teria coragem de referir aqui. Então os vândalos (e entre eles alguns soldados), que eram em grande número no meio do povo, tiveram a insolência de arrancar do palácio as estátuas das princesas filhas do rei e levá-las a lugares infames, onde uma vergonhosa prostituição reúne as infelizes vítimas da impudicícia pública. E, depois que foram expostas à vista de todos, acrescentaram-lhes todas as ofensas e indignidades que imaginaram.
Esses pérfidos indivíduos chegaram a promover banquetes nas ruas, onde, com coroas de flores sobre a cabeça e cabelos perfumados, ofereceram sacrifícios a Charom e beberam à saúde uns dos outros, demonstrando grande alegria pela morte do soberano. Ações tão insolentes e ofensivas foram a prova que eles deram de sua ingratidão, depois dos muitos benefícios que deviam a Herodes, o Grande, seu avô, que não somente construíra aquelas cidades como também as havia embelezado com suntuosos Templos e com aqueles portos admiráveis que as tornaram tão célebres.
832. Nessa época, o jovem Agripa se encontrava em Roma, sendo educado junto ao imperador. Cláudio ficou muito sentido com a morte de Agripa e enfurecido contra os habitantes de Sebaste e Cesaréia. A fim de cumprir o seu juramento, pensou em mandar imediatamente o jovem príncipe para tomar posse do reino. Porém os amigos e libertos, que tinham grande autoridade perante ele, o fizeram mudar de idéia, alertando-o de que era perigoso conceder o governo de um reino tão extenso a um jovem que não tinha experiência suficiente para administrá-lo, quando a tarefa já era árdua até mesmo para um homem maduro.
Assim, ele decidiu enviar outro governador para a Judéia, o qual teria autoridade em todo o reino. Sabedor de que Marcos e o falecido rei Agripa se haviam desentendido, julgou que prestaria melhor essa honra à memória do príncipe entregando o cargo a um amigo, em vez de a um inimigo. Assim, enviou Cúspio Fado, recomendando-lhe, antes de tudo, que castigasse severamente os habitantes de Cesaréia e Sebaste pelos ultrajes que haviam feito à memória de Agripa e às princesas filhas dele. Ordenou-lhe também que enviasse ao Ponto as cinco coortes e o resto dos soldados que estavam naquelas duas cidades e pusesse em seu lugar um corpo retirado das legiões romanas da Síria. A última ordem, no entanto, não foi executada, pois aqueles enviaram delegados ao imperador, os quais lhe acalmaram o espírito e obtiveram dele permissão para ficar na Judéia. E isso foi o princípio de muitos males que depois vieram a afligi-la e a semente da guerra que sucedeu sob o governo de Floro. Vespasiano estava tão convencido de ser esse o motivo que, após subjugar o país, removeu-os da província, como relataremos em seguida.



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