CAPÍTULO 12
ULTIMAS INSTRUÇÕES DE DAVI A SALOMÃO E SUA MORTE. SALOMÃO O
SEPULTA COM EXTRAORDINÁRIA MAGNIFICÊNCIA.
311. 1 Reis 2. Pouco tempo depois, Davi, sentindo-se
desfalecer inteiramente, julgou que a sua hora estava próxima. Mandou vir
Salomão e disse-lhe: "Meu filho, eis-me prestes a pagar o tributo que
todos devemos à natureza e juntar-me aos meus antepassados. E um caminho que
todos devem percorrer e do qual jamais se volta. Eis por que emprego esse pouco
de vida que me resta para recomendar-vos que sejais justo para com os vossos
súditos, religioso para com Deus, que vos elevou ao trono, e cuidadoso em
observar os mandamentos que Ele nos deu por meio de Moisés, sem que nem o
favor, nem a adulação, nem a paixão, nem qualquer outro motivo vos possam deles
afastar. Se cumprirdes fielmente esse dever ao qual estais obrigado e a que eu
vos exorto, Ele consolidará o cetro na nossa família e jamais um outro dominará
sobre os hebreus. Lembrai-vos dos crimes cometidos por Joabe, quando a sua
inveja o levou a matar à traição dois generais, Abner e Amasa, homens de bem e
de grande mérito. Vingai a morte deles da maneira que julgardes mais
conveniente. Eu não o pude fazer porque ele era mais poderoso que eu.
Recomendo-vos os filhos de Barzilai, gileadita. Tributai-lhes, por mim, um
afeto particular, conservando-os perto de vós em grande honra, e não
considereis um benefício o tratamento que lhes dispensardes, mas uma dívida de
gratidão que tenho para com o pai deles, o qual, quando eu estava exilado,
ajudou-me com generosidade sem igual e nos tornou assim seus devedores. Com
relação a Simei, que ousou insultar-me com mil injúrias quando fui obrigado a
sair de Jerusalém para buscar segurança além do Jordão e ao qual prometi no
entanto salvar a vida quando ele veio à minha presença, após o meu regresso,
deixo-vos a missão de castigá-lo segundo o motivo que ele vos der para
isso".
312. Depois de assim falar a Salomão, morreu Davi, na idade
de setenta anos, tendo reinado sete anos e meio em Hebrom, sobre a tribo de
Judá, e trinta e três anos em Jerusalém, sobre toda a nação hebraica. Foi um
príncipe de grande piedade e tinha todas as qualidades necessárias a um rei que
tem a peito a tranqüilidade e a felicidade de um grande povo.
Nenhum outro foi tão valente. Era sempre o primeiro a se
expor ao perigo, para o bem de seus súditos e a glória de sua nação. Convencia
os seus mais pelo exemplo que pela autoridade a fazer atos de valor tão
extraordinários que, por mais verdadeiros que fossem, pareciam inacreditáveis.
Ele era muito sábio em seus conselhos, muito resoluto nas
deliberações, muito previdente no que se referia ao futuro, além de sóbrio,
doce, compassivo com os males de outrem e muito justo, virtudes dignas dos
grandes príncipes. Jamais abusou do soberano poder ao qual se viu elevado,
exceto quando se deixou levar pela paixão por Bate-Seba. Jamais um rei, seja
dos hebreus, seja de outra nação, deixou tão grandes tesouros.
313. O rei Salomão, seu filho, sepultou-o em Jerusalém, com
tal magnificência que, além das cerimônias que se fazem nos funerais dos reis,
mandou colocar no sepulcro riquezas incríveis, como será fácil julgar pelo que
vou dizer.
Mil e trezentos anos depois, Antíoco, cognominado o
Religioso, filho de Demétrio, sitiou Jerusalém, e Hircano, sumo sacerdote,
querendo obrigá-lo a peso de ouro a levantar o cerco e não podendo encontrar o
ouro em outro lugar, mandou abrir esse sepulcro e de lá tirou três mil
talentos, dos quais deu uma parte ao príncipe.
Muito tempo depois, o rei Herodes tirou uma soma muito
grande de outra parte do sepulcro, onde esses tesouros estavam escondidos, sem
que no entanto se tenha tocado no ataúde onde as cinzas dos reis estavam
encerradas, pois estava oculto com tanta arte embaixo da terra que não foi
possível encontrá-lo.
Que o Santo Espirito do Senhor, ilumine
o nosso entendimento
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