Filosofia da Religião - Teologia 23.02
Até o século XX, a história do
pensamento filosófico ocidental encontrava-se intimamente associada às
tentativas de esclarecer certos aspectos do paganismo, do judaísmo e do
cristianismo, enquanto que em tradições como o hinduísmo, o budismo ou o
taoísmo, há uma distinção ainda menor entre a investigação filosófica e a
religiosa.
O problema clássico de conceber um
objeto apropriado para a crença religiosa consiste em compreender se é possível
lhe atribuir algum termo: fará sentido dizer que esse objeto cria e conhece
coisas, que deseja certos acontecimentos, que é bom ou providencial, que é uma
ou muitas coisas?
Na teologia da via negativa afirma-se
que Deus só pode ser conhecido quando negamos que os termos vulgares possam
ser-lhe aplicados; outra sugestão influente é a de que os termos vulgares só se
lhe aplicam metaforicamente, não existindo qualquer esperança de eliminar essas
metáforas. Mas mesmo que se chegue a uma descrição do Ser Supremo, continuamos
com o problema de encontrar um motivo para se supor que exista algo
correspondente a essa descrição.
A época medieval foi a mais fértil em
pretensas demonstrações da existência de Deus, como as cinco vias de Santo
Tomás de Aquino, ou o argumento ontológico de Santo Anselmo. Essas provas
deixaram de ter ampla aceitação desde o século XVIII, embora ainda convençam
muitas pessoas e alguns filósofos.
De uma maneira geral, até os
filósofos religiosos (ou talvez estes em especial) têm sido cautelosos em
relação às manifestações populares da religião. Kant, um simpatizante da fé
religiosa, distinguiu várias perversões dessa fé: a teosofia
(uso de concepções transcendentais que confundem a razão), a demonologia
(favorecimento de concepções antropomórficas do Ser Supremo), a teurgia
(ilusão fanática de que esse ser pode nos comunicar sentimentos ou de que
podemos exercer influência sobre Ele) e a idolatria ou a delusão supersticiosa
de que podemos nos tornar aceitáveis perante o Ser Supremo através de outros
meios que não o de ter a lei moral no coração (Crítica da faculdade do juízo,
II.28).
No entanto, essas tendências para o
contato arrebatado têm se tornado cada vez mais importantes na teologia
moderna. Desde Feuerbach há uma tendência crescente na filosofia da religião
em se concentrar nas dimensões sociais e antropológicas da crença religiosa
(ver também jogo de linguagem, magia), ou para a conceber
como uma manifestação de várias necessidades psicológicas explicáveis.
Outra reação consiste numa fuga para
o elogio do comprometimento existencial puramente subjetivo (ver também existencialismo,
Kierkegaard).
No entanto, o argumento ontológico continua a atrair a
atenção, e as tendências antifundacionalistas (ver fundacionalismo)
da epistemologia
moderna não são inteiramente hostis às pretensões cognitivas que se baseiam na
experiência religiosa.
Que o Santo Espirito do Senhor, ilumine o nosso entendimento
Não perca tempo, Indique esta maravilhosa Leitura
Custo:O Leitor não paga Nada,
Você APENAS DIVULGA
E COMPARTILHA
.