História De Israel – Teologia 31.111
Livro Décimo
CAPÍTULO 1
SENAQUERIBE, REI DA ASSÍRIA, ENTRA COM UM GRANDE EXÉRCITO NO
REINO DE JUDÁ, FALTANDO À PALAVRA AO REI EZEQUIAS, QUE LHE
ENTREGARA UMA GRANDE SOMA DE DINHEIRO PARA OBRIGÁ-LO A SE
RETIRAR. SENAQUERIBE VAI FAZER GUERRA NO EGITO E DEIXA
RABSAQUÉ,
SEU LUGAR-TENENTE, SITIAR FERUSALÉM. O PROFETA ISAÍAS
GARANTE A EZEQUIAS O AUXÍLIO DE DEUS. SENAQUERIBE VOLTA DO EGITO SEM
TER FEITO LÁ PROGRESSO ALGUM.
411. 2 Reis 18. No décimo quarto ano do reinado de Ezequias,
rei de Judá, Senaqueribe, rei da Assíria, entrou no reino com um exército
poderoso e, após tomar todas as outras cidades das tribos de judá e de
Benjamim, marchou contra Jerusalém. Ezequias, por meio de embaixadores, ofereceu-se
para cumprir quaisquer condições que o rei da Assíria lhe impusesse e para lhe
servir como tributário. O soberano aceitou a oferta e prometeu com juramento
retirar-se para o seu país sem qualquer ato hostil, contanto que lhe fossem
pagos trinta talentos de ouro e trezentos talentos de prata. Ezequias,
confiando na palavra de Senaqueribe, esvaziou todos os seus tesouros, a fim de
poder enviar-lhe aquela soma, na esperança de ter paz.
Senaqueribe, todavia, depois de receber o dinheiro, não
manteve a palavra e, enquanto marchava em pessoa contra os egípcios e os
etíopes, deixou Rabsaqué, seu lugar-tenente e general, com numerosas tropas,
auxiliado pelos seus chefes principais, dois generais, de nome Tartã e
Rabe-Saris, para continuar na Judéia a guerra que lá havia começado. Esse
general aproximou-se de Jerusalém e mandou chamar Ezequias, a fim de
conferenciarem. Mas o príncipe, desconfiando dele, contentou-se em mandar-lhe
três servidores da maior confiança: Eliaquim, mordomo-mor do palácio, Sebna, secretário,
e Joá, intendente dos registros.
Disse Rabsaqué, em presença de todos os oficiais de seu
exército: "Voltai a vosso amo e dizei-lhe que Senaqueribe, o grande rei,
pergunta em quem ele confia para recusar receber o seu exército em Jerusalém.
Se for no auxílio dos egípcios, é de se dizer que ele perdeu o juízo e que se
parece com quem se apoia num caniço, o qual, em vez de sustentá-lo,
quebrar-se-á, ferindo-lhe as mãos. Quanto ao mais, saiba ele que é por ordem de
Deus que o rei empreendeu esta guerra, e assim, o resultado será como o daquela
que fez aos israelitas, e ele se tornará do mesmo modo senhor desses dois
reinos".
Rabsaqué falava em hebreu, que conhecia muito bem. Eliaquim,
temendo que os colegas se assustassem, pediu-lhe que falasse em siríaco.
Rabsaqué, porém, deduzindo facilmente com que fim era feito aquele pedido,
continuou a falar em hebreu: "Agora que não podeis ignorar a vontade do
rei e quanto vos importa a ela vos submeterdes, por que demorais em nos receber
em vossa cidade? Por que continua o vosso senhor, e vós com ele, a enganar o
povo com vãs e loucas esperanças? Se vos julgais bastante fortes para nos poder
resistir, mostrai-no-lo, opondo dois mil de vossos cavaleiros ao mesmo número
que eu farei avançar de nosso exército. Mas como poderíeis fazê-lo, se não os
tendes? E por que vos demorais em vos submeterdes àqueles aos quais não podeis
resistir? Acaso ignorais a vantagem de fazer voluntariamente o que não é
possível evitar e o grande perigo que é esperar ser a isso obrigado pela
força?"
2 Reis 19, Essa resposta pôs o rei Ezequias em tal aflição
que ele deixou as vestes reais para se revestir de um saco, segundo o costume
de nossos pais. Prostrou-se com o rosto em terra e rogou a Deus que o ajudasse
naquela contingência, em que não podia esperar outro socorro senão o dEle.
Mandou alguns de seus principais oficiais e sacerdotes rogarem ao profeta
Isaías que oferecesse a Deus sacrifícios e lhe pedisse para ter compaixão de
seu povo e abater o orgulho que dava aos inimigos tão grandes esperanças. O
profeta fez o que ele desejava e logo depois, por uma revelação de Deus,
disse-lhe que nada temesse, garantindo que Deus confundiria de maneira estranha
a ousadia daqueles bárbaros, e eles se retirariam voluntariamente, sem
combater. A isso acrescentou que o rei dos assírios, até então temível, seria
assassinado pelos seus, em seu próprio país, ao regressar da guerra do Egito,
cujo resultado lhe seria desfavorável.
Nesse mesmo tempo, o rei Ezequias recebeu cartas daquele
soberano, pelas quais lhe dizia que ele, Ezequias, parecia ter perdido o juízo,
para persuadir-se de poder isentar-se da submissão ao vencedor de tão poderosas
nações, e ameaçava exterminá-lo com todo o seu povo se ele não abrisse às suas
tropas as portas de Jerusalém. A firme confiança que Ezequias tinha em Deus
levou-o a desprezar essa carta. Então dobrou-a, colocou-a no Templo e continuou
as suas orações a Deus. O profeta mandou dizer-lhe que elas haviam sido ouvidas
por Deus, que nada devia temer das armas assírias e que logo ele e todos os
seus súditos ver-se-iam em condições de poder cultivar em completa paz as
terras que a guerra os obrigara a abandonar.
Senaqueribe estava na ocasião ocupado com o cerco de Pelusa,
no qual já gastara muito tempo. E, no momento em que as plataformas se elevaram
à altura das muralhas e ele estava para dar o assalto, foi avisado de que
Targise,* rei da Etiópia, marchava com um poderoso exército em auxílio dos
egípcios e vinha pelo deserto, para surpreendê-lo. Ele então levantou o cerco e
retirou-se.
Heródoto, falando de Senaqueribe, diz que ele fazia guerra
ao sacerdote de Vulcano (é assim que ele chama o rei do Egito, que era
sacerdote dessa falsa divindade). E acrescenta que o que o obrigou a levantar o
cerco de Pelusa foi que, tendo aquele rei e sacerdote implorado o auxílio de
seu deus, veio à noite uma tão grande quantidade de ratos ao exército do rei
dos árabes (no que esse historiador se engana, pois devia dizer "dos
assírios") que as cordas dos arcos foram roídas e todas as outras armas
ficaram inutilizadas. Isso o obrigou a levantar o cerco. Berose, que escreveu a
história dos caldeus, também faz menção a Senaqueribe. Diz que ele era rei dos
assírios e fez guerra em toda a Ásia e no Egito. Assim ele fala.
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* Ou Tiraca.
Que o Santo Espirito do Senhor, ilumine
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