História De Israel – Teologia 31.94
CAPÍTULO 8
HADADE, REI DA SÍRIA E DE DAMASCO, AUXILIADO POR TRINTA E DOIS
OUTROS REIS, CERCA ACABE, REI DE ISRAEL, EM SAMARIA. É DERROTADO POR
UM MILAGRE E OBRIGADO A LEVANTAR O CERCO. RECOMEÇA A GUERRA NO
ANO SEGUINTE, PERDE UMA GRANDE BATALHA E, TENDO-SE SALVADO COM
DIFICULDADE, RECORRE À CLEMÊNCIA DE ACABE, QUE O TRATA
FAVORAVELMENTE E O REENVIA AO SEU PAÍS. DEUS, IRRITADO, AMEAÇA
CASTIGÁ-LO POR MEIO DO PROFETA MIQUÉIAS.
364. 7 Reis 20. Nesse mesmo tempo, Hadade, rei da Síria e de Damasco, reuniu todas as suas forças, chamou em seu auxílio trinta e dois reis que habitavam além do Eufrates e marchou contra Acabe, o qual, não se sentindo bastante forte para resistir-lhe, retirou-se às suas melhores praças-fortes com tudo o que tinha no acampamento. Ele próprio foi para Samaria, que de tão fortificada parecia inexpugnável. Hadade mandou um arauto pedir um salvo-conduto para os embaixadores que lhe iriam fazer propostas de paz. Ele o concedeu, e Hadade propôs que, se Acabe lhe entregasse os seus tesouros e as suas mulheres e filhos, para dispor deles como quisesse, levantaria o cerco e se retiraria para o seu país. Acabe consentiu, e Hadade mandou em seguida os mesmos embaixadores para dizer-lhe que mandaria no dia seguinte alguns dos seus para retirar do palácio e das casas daqueles que ele mais amava tudo o que quisessem.
Acabe, surpreendido com a nova proposta, reuniu o povo e disse-lhe que o seu extremo cuidado pela salvação deles e o desejo de conservar-lhes a paz o havia levado a ceder às exigências de Hadade, isto é, entregar-lhe todas as suas mulheres e filhos e os seus tesouros. Agora, porém, ele lhes comunicava que iria a todas as casas buscar e apoderar-se de tudo o que de bom pudesse encontrar, demonstrando com isso que não queria absolutamente a paz. Porque Hadade, depois de saber que por amor aos seus súditos ele fora levado a concordar em conceder-lhe tudo o que dependia dele, procurava um pretexto para se atirar sobre o que pertencia a eles em particular. No entanto estava pronto a fazer tudo o que eles desejassem.
Todos então clamaram que não desse ouvidos às insolências daquele bárbaro, mas que se preparasse para a guerra. Acabe mandou então vir os embaixadores e disse-lhes que referissem ao seu senhor que o afeto pelos súditos o fazia manter-se nos termos da primeira proposta e que não podia aceitar a segunda. Essa proposta irritou Hadade de tal modo que ele enviou pela terceira vez os embaixadores, agora com ameaças: se Acabe confiava nas fortificações da praça, bastaria aos soldados transportar um pouco de terra e levantar plataformas mais altas que as muralhas. Acabe respondeu que não era com palavras, mas com fatos, que se resolviam as questões na guerra.
Os embaixadores, ao regressar, encontraram Hadade num grande banquete, que oferecia aos trinta e dois reis seus aliados. E todos aqueles príncipes resolveram atacar em conjunto a cidade e empregar todos os meios para dela se apoderarem. Nesse extremo perigo a que Acabe se via reduzido, com todo o seu povo, um profeta veio dizer-lhe da parte de Deus que nada temesse, pois Ele o faria vitorioso, mesmo contra tantos inimigos. Perguntou-lhe o príncipe de quem Deus se queria servir para libertá-los, e o profeta respondeu que era dos filhos dos maiores cidadãos do reino, dos quais o rei mesmo seria o chefe, por sua experiência. Acabe reuniu-os imediatamente, e o seu número chegou a duzentos e trinta e dois. Disseram-lhe que naquela hora Hadade divertia-se folgadamente. Ele ordenou então ao seu pequeno exército que marchasse contra o grande.
As sentinelas de Hadade foram dizer-lhe que Acabe avançava. Ele então mandou soldados contra eles, com ordem de trazê-los de pés e mãos atados, quer viessem para confabular, quer para combater. Acabe, no entanto, mandou armar na cidade todos os homens que ainda lhe restavam. Os moços atacaram tão repentinamente as guardas avançadas de Hadade que mataram muitos deles ali mesmo e perseguiram os outros até o acampamento. Para secundar tão feliz resultado, Acabe fez sair o resto de suas tropas, que dizimaram sem dó os sírios, porque estes, não os esperando, estavam quase todos embriagados. Então, para fugir, jogaram as armas por terra, e o próprio Hadade salvou-se fugindo a cavalo. Acabe e os seus perseguiram-nos por muito tempo, mataram todos os que lhes caíram nas mãos, saquearam o acampamento deles e voltaram a Samaria carregados de ouro e prata e com grande quantidade de cavalos e carros, que haviam apreendido. O mesmo profeta disse em seguida a Acabe que preparasse um exército para resistir a outro grande ataque, porque no ano seguinte os sírios viriam novamente à luta.
365. Hadade, após escapar de tão grande perigo, reuniu em conselho os seus principais oficiais, para determinar de que modo continuariam a guerra aos israelitas. Eles disseram que o meio derrotá-los não era atacando nos montes, porque o Deus deles era ali muito poderoso, e os israelitas seriam sempre vencedores. Mas sem dúvida os derrotariam se os atacassem numa planície. Deveriam também despachar os reis que tinham vindo em seu auxílio, conservando somente as tropas que lhes pertenciam e os seus generais, e fazer novos recruta-mentos de infantaria e cavalaria em seu próprio território, para substituir os soldados estrangeiros e os que haviam perdido. Esse parecer foi aprovado por Hadade, e ele mandou que fosse executado.
Logo que chegou a primavera, ele entrou no país dos israelitas e acampou numa grande planície, perto da cidade de Afeca. Acabe marchou contra ele e, embora o seu exército fosse muito inferior em número ao sírio, foi acampar em frente do inimigo. O profeta veio ter com ele e disse-lhe que Deus, para mostrar que não era menos poderoso nas planícies que nos montes, contra o que diziam os sírios, dar-lhe-ia ainda a vitória. Os exércitos ficaram seis dias um em frente do outro, sem combater. A luta travou-se no sétimo dia e foi acirrada de parte a parte, mas por fim os sírios foram obrigados a fugir. Os israelitas perseguiram-nos com tanto ardor que o número de sírios mortos, tanto na batalha quanto na perseguição, inclusive os que foram mortos pelos seus próprios carros e pelos do próprio lado, foi de mais ou menos cem mil homens. Vinte e sete mil fugiram para Afeca, que estava do seu lado e onde pensavam encontrar salvação, mas foram liquidados nas ruínas de suas muralhas.
O rei Hadade refugiou-se em uma caverna com alguns de seus oficiais, e estes disseram-lhe que os reis de Israel eram príncipes tão bons e generosos que Acabe poderia ainda conceder-lhe a vida se ele quisesse que eles recorressem, em seu nome, à clemência daquele rei. Hadade consentiu, e eles foram, vestidos de saco e com uma corda ao pescoço, pois é desse modo que os sírios mostram humilhação. Eles rogaram a Acabe que poupasse a vida de seu rei, prometendo que ele lhe seria sujeito para sempre. Acabe respondeu-lhes que se regozijava por Hadade não haver morrido na batalha e que podiam estar certos de que o trataria como a um irmão, promessa que fez com juramento.
Ante essas palavras, Hadade veio procurá-lo e prostrou-se diante dele. Acabe, que então estava em seu carro, desceu, tomou-lhe da mão e o reteve junto de si. Beijando-o, disse-lhe que não tivesse receio, pois receberia o tratamento digno de um rei. Depois de agradecer muito, o príncipe da Síria disse que não se esqueceria de tão grande favor e restituiria a Acabe todas as cidades que os seus prede-cessores haviam tomado dos israelitas. Declarou também que o caminho para Damasco não lhe seria menos livre que o de Samaria. Depois de feito esse acordo entre os dois reis e confirmado com juramento, Acabe despediu Hadade com presentes.
366. Logo depois, o profeta Miquéias* pediu a um israelita que lhe batesse na cabeça, porque Deus assim o desejava. O homem não quis fazê-lo, e o profeta disse-lhe que, como castigo por não ter prestado fé ao que fora ordenado da parte de Deus, ele seria devorado por um leão, o que aconteceu. O profeta em seguida deu a mesma ordem a outro homem, o qual, vendo o exemplo do companheiro, obedeceu. Então Miquéias amarrou a cabeça e foi procurar Acabe. Disse-lhe que o seu comandante lhe confiara a guarda de um prisioneiro, com a advertência de que seria morto se o deixasse escapar, e o prisioneiro havia fugido. Assim, ele corria perigo de morte. Acabe respondeu que ele merecia mesmo perder a vida, e imediatamente Miquéias retirou o pano da cabeça.
O rei reconheceu-o e não teve dificuldade em concluir que o profeta se servira daquele ardil para dar mais força ao que lhe queria dizer. O profeta declarou que Deus, como castigo por ter deixado Hadade escapar, o qual havia proferido contra Ele tantas blasfêmias, permitiria que ele destruísse o exército israelita, e que o próprio Acabe seria morto em combate. A ameaça enfureceu o rei de tal modo que ele mandou prender o profeta e retirou-se muito triste para o palácio.
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• Ou Micaías.
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