Geografia Bíblica - Teologia 25.12
III
- HELIOCENTRISMO OU GEOCENTRISMO?
Ensinadas, principalmente por Ptolomeu,
as teorias geocêntricas eram a base do ensino astronômico medieval. Todos (com
raras exceções) criam ser a Terra o centro do Universo. Em torno dela, giravam
os demais planetas e o próprio Sol. A Igreja Romana tinha o geocentrismo como
dogma. Ai de quem ousasse pensar de outra maneira! Sofreria todos os rigores
do "Santo" Ofício e da insana e bestial "Santa"
Inquisição.
Nicolau Copérnico (1473-1583),
entretanto, instigado pelos ares renascentistas da cultura greco-romana,
volta-se às idéias de Pitágoras, Heráclites do Ponto e Aristarco de Samos.
Inconformado com as complicações do geocentrismo, admite a hipótese
heliocêntrica, segundo a qual é o Sol, e não a Terra, o centro do Universo.
Formado em Medicina, Matemática, Leis e
Astronomia, afirma Copérnico, esse padre ilustre, em seu famoso tratado De
Revolutiones Orbium: "Não me envergonho de sustentar que tudo que está
debaixo da Lua, inclusive a própria Terra, descreve, com outros planetas, uma
grande órbita em redor do Sol, que é o centro do mundo ... E sustento que é
mais fácil admitir o que acabo de afirmar, do que deixar o espírito perturbado
por uma quantidade quase infinita de círculos, coisa a que são forçados
aqueles que retém a Terra fixa no centro do mundo."
A teoria do renomado polonês, confirmada
pela ciência, foi uma das principais causas da crise científico-religiosa
iniciada no Século XVI. A Igreja Romana opôs-se ferozmente ao posicionamento
coperniano. A obra do in-signe cônego foi condenada pela Santa Sé e incluída no
Index. Até mesmo o progressista Lutero, referindo-se ao grande astrônomo,
teria afirmado: "O imbecil queria conturbar toda a ciência
astronômica".
Caberia a Galileu (1564-1633), todavia, o
desferimen-to de um contundente golpe nesssa crença da teologia tradicional. Em
sua obra intitulada Dialoghi sopra idue Massa-ni Sistemi dei Mondo Tolomaico
e Coperniano, que se tornou célebre rapidamente, execra, com energia, os
ultrapassados conceitos astronômicos existentes até Copérnico.
Acusado de heresia pela fanática e
reticente Igreja Romana, o grande físico, já com 70 anos, foi obrigado a comparecer
ante o Tribunal da Inquisição, em
Roma. Para salvar sua vida, teve de ajoelhar-se ante seus
inimigos, admitir seus "erros" e renegar suas descobertas.
Galileu, no entanto, não cria em um
conflito entre a ciência e a Bíblia. Diz ele: "A Santa Escritura não pode
jamais mentir, desde que, todavia, penetre-se seu verdadeiro sentido, o qual -
não creio possível negá-lo - está muitas vezes escondido e muito diferente do
que parece indicar a simples significação das palavras".
Em conseqüência das absurdas posições da
"Santa" Sé quanto à evolução científica, conforme já dissemos,
iluministas e renascentistas voltam-se contra a Bíblia, considerando-a incompatível
com a razão e o bom-senso. A Palavra de Deus, contudo, é inerrante,
absolutamente inerrante. Nunca cometeu um disparate sequer.
A Bíblia, a propósito, jamais afirmou ser
a Terra o centro do Universo. Os incréus, não obstante, apresentam o relato de
-Josué como prova da falibilidade bíblica. Esquecem-se, porém, de que o autor
sagrado, ao registrar o fato, fê-lo em linguagem comum, por desconhecer a nomenclatura
cientifica. Era ele, afinal de contas, militar e não cientista.
Levemos em conta, também, as
circunstâncias. O grande general hebreu encontrava-se em renhida batalha.
Acossado pelos inimigos e tendo de agir depressa, não poderia perder tempo a
escolher palavras, apenas para satisfazer os tolos que. sob quaisquer
pretextos, tentam desprestigiar a Bíblia.
Consideremos que, ainda hoje, após três
milênios da memorável batalha de -Josué, mesmo os cientistas não conseguem
desvencilharem-se da linguagem comum e, naturalmente, dizem: "O Sol está
nascendo" ou "O Sol está se pondo". Apesar de não ser exato,
esse corriqueiro modo de falar não é errado por causa da aparência.
O grande astrônomo Kepler, ao fazer a
apologia das palavras usadas para descrever o prodígio do sucessor de Moisés,
afirmou: "Nós dizemos com o povo: os planetas param, voltam ... o Sol
nasce e põe-se, sobe para o meio do céu, etc. Falamos com o povo e exprimimos o
que parece passar-se diante dos nossos olhos, posto que nada de tudo. isso seja
verdadeiro. Entretanto, todos os astrônomos estão nisso de acordo. Devemos
tanto menos exigir da Escritura sobre este ponto, quanto é certo que ela, se
abandonasse a linguagem ordinária para tomar a da ciência e falar em termos
obscuros, que não seriam compreendidos por aqueles a quem ela quer instruir,
confundiria os fiéis simples e não conseguiria o fim sublime a que se
propõe".
Abraão de Almeida, em seu livro Deus,
a Bíblia e o Universo, reafirma a inerrância das Sagradas Escrituras:
"...a oração de Josué, segundo o sentido original, pode traduzir-se por
'Sol, cala-te', ou 'aquieta-te'. E os cientistas informam-nos que a luz é
vocal, ou seja, o Sol, ao enviar suas irradiações sobre este mundo, provoca um
som musical pelas rápidas vibrações das ondas do éter. Esta música, contudo,
não pode ser ouvida pelos nossos ouvidos. Admite-se, também, que a ação do Sol
sobre a Terra é a causa de sua evolução em torno do seu próprio eixo. Assim, as
palavras de Josué demonstrariam uma tremenda exatidão científica, e a Terra
teria diminuído a velocidade de seu movimento de rotação, em virtude de um temporário
enfraquecimento da ação do Sol sobre ela. O grande Newton demonstrou quão
rapidamente a velocidade da Terra poderia ser diminuída sem choque apreciável
para seus habitantes".
Que o Santo Espirito do Senhor, ilumine
o nosso entendimento
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