O Quase Nada
Você
que, nas distantes manhãs, saltitou em frente à TV com um imenso pássaro
amarelo chamado Garibaldo, certamente saberá do que se trata.
Se
desafinou os refrões do Balão Mágico em solidariedade à Simony, também.
Refiro-me
à inocência que impregnava as crianças e
adolescentes há duas ou três gerações.
Sem a
pieguice do saudosismo, pois de saudosista não tenho nada, observo como a
criatividade e a inocência estão cada vez mais em desuso pela molecada.
Internet,
Orkut, Lans House, obesidade e depressão infantil são avanços inevitáveis e
conseqüências idem. Nada a declarar.
Obviamente
o modelo pedagógico dos programas infantis de duas ou três décadas atrás é tão
interessante quanto o Atari e o Cubo Mágico.
Mas o
que é insuportável é a petizada querendo “pagar” de adulto aos treze anos.
Velho
querendo ser garotão é ridículo. Criança querendo ser adulto é chato. Tudo a
seu tempo.
Munidos
de celulares, roupas de grife, bonés e McDonalds eles são barulhentos e
contraditórios.
Ficam
torcendo o nariz por terem de acompanhar os pais na festa de aniversário de 06 anos da prima. Chegam
mal-humorados. Aos poucos se distraem, quase entrando no clima e saem chateados
por não receberem o tal “Saquinho Surpresa”.
São
ficantes. Beijos sem palavras. Palavras sem sentido. Sentimentos sem nomes.
Tudo
é meio vago...sem compromisso...
Mas é
tudo da hora. Adolescer é da hora.
E a
nossa hora passou...(ainda bem!!!)
Mas
cá pra nós...
Era
legal responder às questões daqueles cadernos-questionário com perguntas sobre
namoro, preferências e opiniões, lembra? (seriam eles o Orkut daquela turma?).
Trocar
um beijo com a menina ou menino da escola depois de semanas ou meses de
pequenas investidas, muitas vezes com auxilio luxuoso da espevitada leva-e-traz da turma.
Namorar
e levar para casa uma blusa dela ou a correntinha dele que sempre retornava ao
dono ao final do namoro, provavelmente
pelas mãos de algum amigo comum - talvez, a mesma espevitada leva-e-traz.
Era
legal ter amigos. Reais. Nada era virtual.
Líamos
Iracema, O Cortiço, A moreninha. Resumíamos histórias em intermináveis folhas de papel almaço e escrevíamos dentro
de nós um pouco de tudo aquilo vivido, sonhado e descoberto.
Espero
que o tempo continue a esculpir pessoas melhores. Essa é minha crença e minha
esperança em tudo o que é jovem.
Que
tudo evolua. Com nomes, palavras e sentimentos.
Nada
amar e nada ser é a mesma coisa.
Ainda
que as comunidades do Orkut e os chats de bate-papo não saibam.
Que o Santo Espirito do Senhor, Ilumine o nosso entendimento
Não perca tempo, Indique esta
maravilhosa Leitura
Custo:O Leitor não paga Nada,
0 Comentários :
Postar um comentário
Deus abençoe seu Comentario